sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Edivar, Cadê?

- olá, tenente
Chama seu superior,
As noites aqui são turbulentas
É trabalho para profissional experiente.
Eu disse a ele,
Então, Edivar entrou,
Coronel armado até os dentes,
Trouxe seu motorista,
Um soldado bem treinado,
Contudo, a invasão do crime
Não parou.
Sumiu da minha casa
Roupas e cobertor,
E quando me vi em mim,
Nem mais eu estava ali.
Eu tive que colar na janela,
Romper muros,
Abrir pontes invisíveis
Até alcançar um mínimo
De proteção.
Sozinha e exposta,
-Ora Coronel,
Me diga aonde você falhou?
Eu imaginei a ele
Em noites tórridas de amor.
- eu quero ajudar,
Preciso entender
Onde posso começar?
Eu poderia ter dito isso,
Mas, entender sua carreira
Requereu de mim estudos,
Então, o velho Coronel
Ficou para trás
E o crime correu as ruas,
Rompeu tudo que precisou
Porque para ele...
“não houve obstáculos?”
Eu quis saber sobre isso.
-Ora, me fala Coronel
Como posso proceder
Eu gostaria tanto
De ser protegida,
Me diga,
Como posso responder.
Em seus trinta anos de carreira,
Final de posição hierárquica
Ele não soube dizer,
E eu pessoa singela
Do bairro pobre
E retirado da cidade
Menos soube como fazer,
O quê nem se soube entender.
-Coronel, meu coração
Se aperta no peito,
Eu, em noites escuras,
Abro meus olhos
E sem conseguir enxergar
Chamo por seu nome,
Bedin, você pode responder,
Aonde está você?
Ele só diz
Que seu trabalho o consome,
Faz seu turno
E se dedica em tempos vagos,
Eu peço a ele um tempo,
Não me refiro a distanciamento,
Mas, a instantes de seus dias,
Alguns minutos no seu relógio,
E isto o consome,
Ele se enfraquece,
Luta pelo que parece tão simples
E eu já lhe indago:
- e aquele crime mais grande,
Parece mais importante.
Ele nem encerrou
O que iniciou
E eu já quero
Que resolva até o outro,
E a todos...
Então, não acalma
Nem melhora nada,
Eu sonho de noite
Que um maldito me invadiu,
Conseguiu abrir a porta
Da minha casa,
Trouxe um pano escuro
E cerrou minhas vistas,
Apertou meu rosto
Até eu não poder sentir
Mais nada,
Apertou meus ombros
Inutilizou meus braços,
Depois disso,
Ele o envolveu por meu corpo,
Contornou minhas pernas,
Impediu qualquer movimento,
Deixou minha bunda
A mostra,
Retirou toda a minha roupa,
Eu sou uma bunda
Para o alto,
Um alvo de suas investidas,
Eu não posso falar,
Nem ver,
Ou me mover,
E já nem sei se sinto
Mas, se pudesse dizer...
-Coronel, cadê você?
Bedin, você ficou
No trabalho até mais tarde?
Que horas você vêm?
Valdez, você viu quem era este?
Kasburg você corrompeu
Seus valores?
Coronel, o que houve?
Alguém...
Alguém a quem
Eu possa recorrer...
Bandido...
Bandido...
Você me dá uma chance?
Vai-te,
Deixa-me...
Coronel, eu confiei em você.
Medeiros, vou sobreviver?
Henrique, sinto medo.

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