O passado se fez presente,
Me trouxe você,
Aquele para quem
Eu nem lembro se beijei,
Mas, em um momento
De conflito,
Em que tudo ficou turvo,
Você pareceu me ajudar.
É fato,
Me pegar no flagra
Me deixou boquiaberta,
Eu jamais me recuperaria,
Contudo,
Você fez de tudo
Tão simples
Que ver você
A esmo,
Num flagrante conspiratório
Fez do ato vergonhoso
Algo a ser repensado
E eu não repeti.
Nem você,
Eu imagino,
Foi um erro do instante,
E penso se o vi novamente.
A situação me apieda,
As vezes,
A soberania revestida
De humano torna compreensível
O inseguro e o irreversível?
Um cargo de chefia,
Onde tudo precisa ser meticuloso,
Um erro na fala,
Uma irreversibilidade de ato
E tudo tornou-se fato,
Agora vem o remorso?
Aquele sentimento
De indagação sobre
Se foi feito todo o possível,
E aquela incerteza
Sobre se você
Realmente planejou tudo,
Desde o que fiz,
Até o porvir.
Eu o perdoo Valdez,
Eu o perdoei daquela vez,
No meu coração
Você só me ajudou,
Eu recordo de suas incertezas,
Talvez, algo de medo
Estampado em seu rosto,
No meu havia pânico
E inseguro,
Eu não tinha tanta
Responsabilidade nos atos
E nem no que eu dizia...
Ver você em maus planos,
Me ajudou a não segui-lo...
Penso se você sabia
O que fazia,
Então, entendia o que me dizia,
E acredito nisto,
Você fez o melhor para nós,
Não foi egoísta
E agora, está num lugar bom,
Tranquilo de existir,
E não consumido por larvas
Como estaria se tudo que fez
Foi conspiratório.
Eu o perdoo,
Se hoje de você
Restou apenas ossos,
Eu o perdoo,
Se de seu sorriso
Ainda há carne a putrefar,
Eu o perdoo,
Se há em seu corpo
A vida,
Eu o perdoo.
Eu me agarro a ideia
De que se você estivesse
Por aí,
Vivo e seguro
Isto me faria acreditar
Que tudo foi perfeito
E que nunca houve erros,
Nem inocentes
Em nossa história,
Mas, inocentes se perdem,
Almas boas morrem,
E almas más terminam
No inferno.
Eu chorei por lembrar
De você,
Eu queria que você
Tivesse sido aquele
Que resistiu,
Que lutou bravamente,
Que não estivesse dentre
Estes que não sobrevivem
Porquê escolheram o crime.
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