Acordei em espasmos,
Minha boca doía,
Meus lábios estavam feridos,
Meu esposo,
Tentou me matar
Usando nosso travesseiro.
Eu sobrevivi,
Me levantei cambaleante,
E o encontrei tomando
Uma cerveja
Em nossa cozinha,
A comemorar.
- eu estou viva.
Eu disse
Pondo o rosto para fora
Da porta,
Ele se virou,
Puxou a cortina contra
Meu rosto e desferiu um soco,
Pleno e soberano
Sobre os ossos do meu rosto.
Meu nariz sangrou,
Eu tentei me afastar
E percebi que ele segurava-me
Através da cortina
Me apertando com seus dedos,
Dei um soco com força
Contra seu braço
E ele me soltou,
Então, me afastei e deitei
Sobre a cama de cobertor amarelo.
Nosso presente de casamento,
Meu pai nos deu,
Quando me confiou a ele
Para cuidados, amor
E família.
A coberta guardava
Poucas marcas,
Acho que ele a enrolou
E tentou enfiar no meu ânus.
Meu bumbum ardia,
Minha boca tremia,
Eu sangrava.
Ele pegou quatro garrafas
De cerveja da geladeira
E saiu trabalhar.
Depois da madrugada,
No amanhecer eu lavei o rosto,
Em água corrente,
Chorei para passar o susto,
Me vesti e fui para o trabalho.
No caminho liguei
Para a polícia,
No retorno do trabalho,
Eu fiz sinal de socorro
Para a base militar,
Pedi ajuda sem sair
Do ônibus.
Corri para casa,
Na noite,
Um Tenente invadiu a casa,
Acordei e ele estava
Sobre meu corpo desnudo.
Eu disse:
-Senhor o que é isso?
Ele sorriu e se afastou.
Um capitão entrou no quarto
Depois que ele saiu,
Balançou a cama
Chacoalhando para frente
E para trás
Batendo contra a parede
E saiu.
Eu fiquei em silêncio,
Estarrecida e nua.
Não levantei fechar a porta,
Não entendi como entraram.
Mais tarde,
Acordei com dores no pescoço,
Dias após o anterior,
Olhei para a janela
E a cortina branca continha sangue.
Eu olhei para a minha bunda
Imediatamente e disse:
-Ai, sangrei.
Então, escorreu sangue
Por meu rosto.
-outro soco?
Eu me indaguei.
-de meu esposo
Ou de algum policial armado?
Eu não soube.
Eu não tive com quem
Contar.
Na sala um capitão
Dava aulas de direito ambiental,
Era o mesmo que invadiu
Meu quarto,
Aquele que fez barulho
Insinuando sexo.
Passou poucos dias
E ele entrou outra vez
Em minha casa
Com uma mulher
E um Tenente Coronel,
Eu acordei com as vozes,
Eu não soube sobre o que era,
Ele me viu nua,
Outra vez,
Deitou na minha cama,
Depois disso,
Pulou nos braços daquele
Tenente Coronel, o Venâncio.
E foi horrível ver,
Um homem diante de outro homem,
De maneira tão sórdida,
Eu não disse nada outra vez,
O pânico cala minha garganta.
Mais tarde,
Poucos dias,
Acordei e meu olho direito
Ardia,
Meu esposo Tiago
Estava segurando minha língua
Com três dedos
Tentando arranca-la.
Ele me cortou,
Se cansou e saiu.
De outra vez,
Um Coronel entrou,
O Bedin,
Ele deitou sobre minha cama,
Me olhou,
Haviam pessoas com ele,
Eu acho que tentei contar,
Ele me olhou assustado.
Meu esposo,
Desejou tomar minha casa,
E o terreno que meu pai
Nos deu para viver,
Ele conversou com um pessoal
E eles invadiam por meio
De vozes a minha privacidade
E davam ordens a ele,
Ordens de morte.
Então, clonaram meu número
E fizeram milhões
De ligações falsas,
E aceitavam as ligações
Que desejavam
Na tentativa de me internar
Em hospital psiquiátrico
Para ele auferir todo o lucro.
Ficar com casa, carro
E bens da minha família,
Todos para si próprio,
Eu não sei o que estas pessoas
Lucravam,
Mas, fui ferida e muito.
Convidada a ir
Apresentar sobre minha monografia
No batalhão de polícia local,
Oportunamente
Relatei a história,
Ninguém acreditava em mim,
Tudo parecia contrário
Ao que eu dizia.
Nesta altura
Eu já era considerada
Uma criminosa.
Havia cometido delitos
De menor potencial ofensivo
Como ameaça, rixa, calúnia
E importunação.
Não parou por aí,
Eu contei tudo,
Arriscando sair daquele chão
Numa camisa de forças,
Para tratamento interno.
Então, uma caminhonete
Grande e duplada e caracterizada
Invadiu o local com quatro
Homens armados a fuzis.
Eram os tais que haviam
Invadido a minha casa:
O tenente Felipe,
O capitão Sadiomar,
O Tenente Coronel Valdez,
O coronel Edivar...
Todos os quatro passaram
Dentro do quartel,
Com fuzis nas mãos,
Enquanto os demais policiais
Estavam sobre o palco
A minha frente.
Passando lá,
Eles descarregaram
As armas sobre o palco,
Seguiram viagem
Para a frente e saíram.
No entanto, os quatro
Respectivos estavam sobre
O palco, Felipe e Sadiomar
Morreram imediatamente,
Os outros dois ficaram feridos.
Quatro oficiais de polícia
Atentaram contra estes mesmos e outros,
Eu fiquei do outro lado
De livro em mãos
E lábios calados,
Fiz meu trabalho de conclusão
De curso superior
Relacionado a área policial,
Por isso, estava lá.
Mediante a troca de tiros,
Eu sobrevivi,
Contudo, quem explica
Os rostos reconhecidos?
Os verdadeiros policiais
Eram os de sobre o palco
Ou os armados?
Todos vestiam-se de fardamento,
Uns pareciam ter o controle
Sobre este sistema
E os outros,
Eram apenas alvos?
Quem atentou contra
A minha vida,
Enterram-se os mortos
Pelos nomes antigos
Ou saem pelo anonimato?
De um número de fardamento
Para o buraco de um indigente,
Quem são estes?
-Eu busco apoio.
Eu busco apoio.
Gritou um soldado
De dentro de uma viatura
Passando em frente ao quartel,
Então, ele parou,
Olhou para aqueles caídos,
Viu os feridos
E lá longe avistou a viatura
Contendo os mesmos agentes.
Ao passar a viatura,
Eu, Aline, juntei minha bolsa,
Retirei dela uma pedra
Que levei comigo,
Então, a joguei contra o motorista
Que desfaleceu
Sem demonstrar nada,
Continuou caminho
E colidiu contra a companhia
De polícia ambiental e explodiu,
Levando para os ares
O pequeno prédio,
No subsolo do prédio
Havia materiais de sistema
De vozes e interceptação,
Ainda haviam 15 indivíduos,
A explosão os matou,
Estragou os materiais,
Danificou provas,
Mas, estão lá a vista pública.
E a outra viatura
Que seguiu adiante
De que se tratava?
Outros policiais duplos?
Ou seja, triplos?
Ou mera coincidência de características
Como modelo, numeração e cor?
Lá longe ela virou a esquina,
Feito uma miragem
Que some aos poucos da vista,
Com suas armas expostas
E seus agentes armados lá dentro,
Mas, meu esposo,
Ele nunca foi policial
Ou usou armas,
Sequer aprendeu a dar um tiro,
Mas, me faz seu alvo
E eu preciso fugir disso,
Peço o divórcio
Ou o número do necrotério?
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