sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Agente Caracterizada em Busca de Apoio

Acordei em espasmos,
Minha boca doía,
Meus lábios estavam feridos,
Meu esposo,
Tentou me matar
Usando nosso travesseiro.
Eu sobrevivi,
Me levantei cambaleante,
E o encontrei tomando
Uma cerveja
Em nossa cozinha,
A comemorar.
- eu estou viva.
Eu disse
Pondo o rosto para fora
Da porta,
Ele se virou,
Puxou a cortina contra
Meu rosto e desferiu um soco,
Pleno e soberano
Sobre os ossos do meu rosto.
Meu nariz sangrou,
Eu tentei me afastar
E percebi que ele segurava-me
Através da cortina
Me apertando com seus dedos,
Dei um soco com força
Contra seu braço
E ele me soltou,
Então, me afastei e deitei
Sobre a cama de cobertor amarelo.
Nosso presente de casamento,
Meu pai nos deu,
Quando me confiou a ele
Para cuidados, amor
E família.
A coberta guardava
Poucas marcas,
Acho que ele a enrolou
E tentou enfiar no meu ânus.
Meu bumbum ardia,
Minha boca tremia,
Eu sangrava.
Ele pegou quatro garrafas
De cerveja da geladeira
E saiu trabalhar.
Depois da madrugada,
No amanhecer eu lavei o rosto,
Em água corrente,
Chorei para passar o susto,
Me vesti e fui para o trabalho.
No caminho liguei
Para a polícia,
No retorno do trabalho,
Eu fiz sinal de socorro
Para a base militar,
Pedi ajuda sem sair
Do ônibus.
Corri para casa,
Na noite,
Um Tenente invadiu a casa,
Acordei e ele estava
Sobre meu corpo desnudo.
Eu disse:
-Senhor o que é isso?
Ele sorriu e se afastou.
Um capitão entrou no quarto
Depois que ele saiu,
Balançou a cama
Chacoalhando para frente
E para trás
Batendo contra a parede
E saiu.
Eu fiquei em silêncio,
Estarrecida e nua.
Não levantei fechar a porta,
Não entendi como entraram.
Mais tarde,
Acordei com dores no pescoço,
Dias após o anterior,
Olhei para a janela
E a cortina branca continha sangue.
Eu olhei para a minha bunda
Imediatamente e disse:
-Ai, sangrei.
Então, escorreu sangue
Por meu rosto.
-outro soco?
Eu me indaguei.
-de meu esposo
Ou de algum policial armado?
Eu não soube.
Eu não tive com quem
Contar.
Na sala um capitão
Dava aulas de direito ambiental,
Era o mesmo que invadiu
Meu quarto,
Aquele que fez barulho
Insinuando sexo.
Passou poucos dias
E ele entrou outra vez
Em minha casa
Com uma mulher
E um Tenente Coronel,
Eu acordei com as vozes,
Eu não soube sobre o que era,
Ele me viu nua,
Outra vez,
Deitou na minha cama,
Depois disso,
Pulou nos braços daquele
Tenente Coronel, o Venâncio.
E foi horrível ver,
Um homem diante de outro homem,
De maneira tão sórdida,
Eu não disse nada outra vez,
O pânico cala minha garganta.
Mais tarde,
Poucos dias,
Acordei e meu olho direito
Ardia,
Meu esposo Tiago
Estava segurando minha língua
Com três dedos
Tentando arranca-la.
Ele me cortou,
Se cansou e saiu.
De outra vez,
Um Coronel entrou,
O Bedin,
Ele deitou sobre minha cama,
Me olhou,
Haviam pessoas com ele,
Eu acho que tentei contar,
Ele me olhou assustado.
Meu esposo,
Desejou tomar minha casa,
E o terreno que meu pai
Nos deu para viver,
Ele conversou com um pessoal
E eles invadiam por meio
De vozes a minha privacidade
E davam ordens a ele,
Ordens de morte.
Então, clonaram meu número
E fizeram milhões
De ligações falsas,
E aceitavam as ligações
Que desejavam
Na tentativa de me internar
Em hospital psiquiátrico
Para ele auferir todo o lucro.
Ficar com casa, carro
E bens da minha família,
Todos para si próprio,
Eu não sei o que estas pessoas
Lucravam,
Mas, fui ferida e muito.
Convidada a ir
Apresentar sobre minha monografia
No batalhão de polícia local,
Oportunamente
Relatei a história,
Ninguém acreditava em mim,
Tudo parecia contrário
Ao que eu dizia.
Nesta altura
Eu já era considerada
Uma criminosa.
Havia cometido delitos
De menor potencial ofensivo
Como ameaça, rixa, calúnia
E importunação.
Não parou por aí,
Eu contei tudo,
Arriscando sair daquele chão
Numa camisa de forças,
Para tratamento interno.
Então, uma caminhonete
Grande e duplada e caracterizada
Invadiu o local com quatro
Homens armados a fuzis.
Eram os tais que haviam
Invadido a minha casa:
O tenente Felipe,
O capitão Sadiomar,
O Tenente Coronel Valdez,
O coronel Edivar...
Todos os quatro passaram
Dentro do quartel,
Com fuzis nas mãos,
Enquanto os demais policiais
Estavam sobre o palco
A minha frente.
Passando lá,
Eles descarregaram
As armas sobre o palco,
Seguiram viagem
Para a frente e saíram.
No entanto, os quatro
Respectivos estavam sobre
O palco, Felipe e Sadiomar
Morreram imediatamente,
Os outros dois ficaram feridos.
Quatro oficiais de polícia
Atentaram contra estes mesmos e outros,
Eu fiquei do outro lado
De livro em mãos
E lábios calados,
Fiz meu trabalho de conclusão
De curso superior
Relacionado a área policial,
Por isso, estava lá.
Mediante a troca de tiros,
Eu sobrevivi,
Contudo, quem explica
Os rostos reconhecidos?
Os verdadeiros policiais
Eram os de sobre o palco
Ou os armados?
Todos vestiam-se de fardamento,
Uns pareciam ter o controle
Sobre este sistema
E os outros,
Eram apenas alvos?
Quem atentou contra
A minha vida,
Enterram-se os mortos
Pelos nomes antigos
Ou saem pelo anonimato?
De um número de fardamento
Para o buraco de um indigente,
Quem são estes?
-Eu busco apoio.
Eu busco apoio.
Gritou um soldado
De dentro de uma viatura
Passando em frente ao quartel,
Então, ele parou,
Olhou para aqueles caídos,
Viu os feridos
E lá longe avistou a viatura
Contendo os mesmos agentes.
Ao passar a viatura,
Eu, Aline, juntei minha bolsa,
Retirei dela uma pedra
Que levei comigo,
Então, a joguei contra o motorista 
Que desfaleceu
Sem demonstrar nada,
Continuou caminho
E colidiu contra a companhia 
De polícia ambiental e explodiu,
Levando para os ares
O pequeno prédio,
No subsolo do prédio 
Havia materiais de sistema 
De vozes e interceptação,
Ainda haviam 15 indivíduos,
A explosão os matou,
Estragou os materiais,
Danificou provas,
Mas, estão lá a vista pública.
E a outra viatura 
Que seguiu adiante 
De que se tratava?
Outros policiais duplos?
Ou seja, triplos?
Ou mera coincidência de características 
Como modelo, numeração e cor?
Lá longe ela virou a esquina,
Feito uma miragem 
Que some aos poucos da vista,
Com suas armas expostas
E seus agentes armados lá dentro,
Mas, meu esposo,
Ele nunca foi policial
Ou usou armas,
Sequer aprendeu a dar um tiro,
Mas, me faz seu alvo
E eu preciso fugir disso,
Peço o divórcio 
Ou o número do necrotério?

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Segurança Pública

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