O Amor é o Contato com Deus

Deus em sua infinita sabedoria,

Fez o homem e a mulher para viver em harmonia,

Fez a oração para construir comunicação,

E fez o amor para eximi-los de toda dor,

É por isso que a missão de todo ser que vem ao mundo,

É encontrar um coração que lhe entregue este sentimento tão profundo,

E como se todo destino fosse traçado nas estrelas,

O amor mais que nos buscar, nos salva,

O amor é feito o Sol que brilha no horizonte,

É o contato entre o humano e o onipotente,

Sua luz de tão imensa, aproxima para confortar,

Acalenta a alma e embala para resguardar,

E se Deus pudesse ser comparado a este astro celeste,

Seus raios seriam suas mãos a tocar a humanidade,

E ao alcançar cada coração, emocioná-lo com sua presença viva,

E tão indispensável quanto o Sol é para a vida humana,

É o amor insaciável a espalhar-se pela terra,

Sobrevive as sombras,  vence as trevas,

Domina qualquer obstáculo, triunfa sobre o esquecimento,

Ilumina o caminho, acalora o destino,

É como tocar no ponto mais sensível do universo,

É manter os pés no chão e alcançar as estrelas,

É possuir a chave de sua própria existência.

Amor de Anjos

A voz de um anjo soprou ao meu ouvido,

Que um coração pode alcançar a eternidade,

Por sermos manifestação da própria divindade,

Reza a escritura sagrada,

Que o homem surgiu da alma vivente,

Ao receber do próprio Deus o fôlego da vida,

Sendo ordenado a lavrar e guardar terras e céus livremente,

Mas sentindo-se sozinho,

Ao vagar por seu destino,

Cedeu uma de suas costelas para originar a mulher amada,

E sendo ela parte de sua própria carne,

Recebeu a vida para viver em unidade,

Nasceu do peito por necessitar de mais proteção,

Sobre o colo, por precisar de mais afeição,

Debaixo do braço para acalentar o coração,

E reclamar um abraço para entregar sua emoção,

Próximo do ombro para ter onde recostar seu rosto,

E sob seu olhar, por necessitar ser cuidada,

E mesmo feita de sua própria pele,

Surgiu diferente para poder completar,

Brotou de seu calor, 

Por precisar de seu amor,

E como um anjo de uma asa apenas,

Foi enviada a terra,

Na busca pela asa que lhe falta,

E ao encontrá-la, poder voar,

Percorrer céus e terras juntos,

Na busca de realizar seus sonhos.

A Vida é um Ato de Fé

Deitada sobre sua cama,

Podia escutar o barulho da chuva,

Tão macio a acalentar,

Então, pela vidraça da sua janela se viu a observar,

E cada vez que a chuva caía, 

Um pensamento de aflição lhe surgia,

Como se ela fosse lágrimas celestiais a lhe fazer companhia,

E ofuscava suas vistas,

Como uma tentativa de apagar o Sol do dia,

Algo impossível de acontecer,

Pois mesmo atrás das nuvens,

Ele insistia em ao menos iluminar,

E resistia às sombras mais assustadoras,

Para se prostrar sobre a terra e fazê-la germinar,

Em uma demonstração de amor, clareava e dava calor,

Demonstrando que nem mesmo as mais densas sombras

São capazes de obstar o desenvolver da vida,

E se até mesmo a lua é incapaz de brilhar sozinha,

Ao buscar no Sol a luz de sua existência,

Se verifica que mesmo escondido no horizonte,

Este astro celestial nunca se permite estar ausente,

Por isso, o medo da solidão se torna infundado,

Assusta o coração, mas não tem justificação,

É como o receio do escuro, 

Que só existe pelo anseio do inseguro,

E mesmo que mil raios e trovões se estendam sobre a terra,

O Sol incansável continuará a cintilar,

Pois todo escurecer antecede um amanhecer,

E imaginando a chuva cair sobre seus pés,

Ela pode constatar que a vida é um simples ato de fé,

E que Deus em sua infinita sabedoria,

Traçou o caminho de todo o ser humano,

Com punhos de aço, orientando seu destino,

Lhe estendendo a mão e lhe entregando proteção,

E se a sombra é a ausência da luz,

Este temor não existe, quando é o próprio 
Senhor do Universo quem nos conduz.

Escrava do Amor

De mãos dadas passeavam pela mata,

Sentindo o aroma das flores silvestres,

E o ar puro e fresco que emanava das árvores,

Saboreando seus frutos à beira do rio,

Encantados com a grama e as folhas secas que deitavam sob seus pés,

Deliciados com a beleza das borboletas,

E com o ressoar dos pássaros,

Mas tão logo o Sol sumiu de vista,

E as estrelas foram tomando espaço,

Se sentaram e ascenderam uma fogueira,

A espera da lua,

Que com seus primeiros raios,

Refletiu na cor prata lunar de seus cabelos,

Dando um brilho estelar a sua pele cristalina,

Enquanto a cor fogo reluzia no fulgor dos seus olhos castanhos,

Foi então que percebeu,

Que o homem que admirava a sua frente,

Era a realização dos sonhos seus,

Pois a beleza da lua que avistava no horizonte,

Só encontrava em seu olhar,

E o sabor dos seus lábios,

Era como o calor do fogo,

Que a consumia por inteira e a fazia prisioneira,

Como uma escrava, entregue ao amor que a completava.

Nossos Corpos Aninhados

De mãos dadas, 

Deitados na grama,

Sob os olhos da lua, 

Te contemplar me bastava,

Então me virei de lado, 

E pude apreciar seu rosto,

Sentindo um sorriso se formar em seu coração,

E amainar sua feição,

Pouco antes de chegar aos seus lábios,

Logo após refletir no brilho dos seus olhos,

Levantei seu rosto com um roçar de dedos,

E lhe entreguei um beijo,

Com doçura e desejo e no enleio do seu cheiro,

Afundei minha face na pele macia do meu pescoço,

Enquanto com uma mão te acariciava,

Com a outra te abraçava,

E te prendia em meus braços,

Cedendo ao anseio de te proteger em meu abraço,

E sentir meu corpo se aquecer com seu calor,

Ver o tempo desfalecer em nosso amor,

Sob o fulgor do céu estrelado,

E ao me recostar no seu peito,

E repousar no seu ombro,

Com nossos corpos aninhados,

Vi a noite amanhecer e o Sol nos flagar juntos,

E contemplei o tempo de um instante,

Retornar em um para sempre.

No Embalo do Amor

Ao alcance da sua mão, 

À segundos do seu coração,

Uma graciosa fada lhe tomava a atenção,

Ao aceitar ser conduzida naquela harmoniosa canção,

E sob a luz pálida do lugar,

A prendeu em seus braços e a fez rodopiar,

Seu sorriso chegava a ser um insulto,

Tamanha a emoção que lhe tomava a feição,

Seus olhos afetuosos guardavam um brilho de desafio,

Tão imprevisíveis quanto irresistíveis,

O que fez com que ele não resistisse ao poetizar aos seus ouvidos,

Brincando com as emoções que tomavam seu rosto,

Desejando que aquele momento atingisse o eterno,

Por seu jeito perturbador, ou por seu corpo sedutor,

Sentia-se preso, quase que indefeso,

Pelo brilho intenso daqueles olhos castanhos,

E diante dos seus encantadores lábios cheios,

A eloquência dele tendia a falhar,

O que o fez merecedor de um olhar de ternura,

Sustentado por uma estranha luz que parecia enfeitiçar,

- Eu te amo!!! - se viu ele a sussurrar.

- Cuidado ao se declarar,
Para que quando a verdade o assaltar,

Não o venha assombrar. - 

Respondeu ela em espanto, 
Sem esconder o encanto,

Do sentimento que conduzia o momento,

Mas a visão de alegria cedeu lugar ao tom de dúvida,

E um olhar afiado, meio que desconfiado o pegou a fuzilar,

Movido pelo medo de ser enganada,

- Eu te amo!!!- ele reforçou com os olhos sinceros e cheios de amor,

Sentindo-se seguro, confiante de ser correspondido

E com a voz estrangulada pelas lágrimas da emoção:

- Eu te amo!!! - respondeu ela, e foi com todo coração.

A Valsa de Uma Noite Inteira

Reza a lenda, que em certa noite de festa,

Uma linda moça, tão delicada quanto cobiçada,

Procurava pelo salão, ao alcance de sua visão,

Um rapaz probo o bastante,

Para ser digno de ser seu par na valsa da noite,

Ao avistar um vulto se destacar nas sombras,

Em uma postura atenciosa, ela avaliou a cena,

E com um sorriso no olhar,

Achou graciosa sua conduta distinta,

E como se percebesse sua atenção, ele moveu-se para sua direção,

Olhando-a firmemente, com o fascínio de um diamante,

Encantada, pode sentir sua boca abrir-se em um sorriso relutante,

Acanhada por ter sido pega em flagrante,

Enquanto seus olhos eram tomados por um brilho radiante,

Sem ar, sentia seu corpo e alma tremular,

Os traços dele, bem definidos, eram realçados pelo cabelo escuro,

E um brilho intenso lhe marcava o castanho dos olhos,

E sua boca carnuda, irradiava doçura,

Que ao se aproximar e cumprimentá-la,

Se abriu em um sorriso caloroso,

E quando ele lhe estendeu a mão,

Para conduzi-la ao meio do salão,

Foi como se entregasse seu coração,

Tamanha a emoção,

Mas diferente do conto de fadas,

O relógio soou meia-noite, mas não encerrou a valsa.