sábado, 13 de maio de 2017

A Vida é um Ato de Fé

Deitada sobre sua cama,
Podia escutar o barulho da chuva,
Tão macio a acalentar,
Então, pela vidraça da sua janela se viu a observar,

E cada vez que a chuva caía, 
Um pensamento de aflição lhe surgia,
Como se ela fosse lágrimas celestiais a lhe fazer companhia,
E ofuscava suas vistas,

Como uma tentativa de apagar o Sol do dia,
Algo impossível de acontecer,
Pois mesmo atrás das nuvens,
Ele insistia em ao menos iluminar,

E resistia às sombras mais assustadoras,
Para se prostrar sobre a terra e fazê-la germinar,
Em uma demonstração de amor, clareava e dava calor,
Demonstrando que nem mesmo as mais densas sombras

São capazes de obstar o desenvolver da vida,
E se até mesmo a lua é incapaz de brilhar sozinha,
Ao buscar no Sol a luz de sua existência,
Se verifica que mesmo escondido no horizonte,

Este astro celestial nunca se permite estar ausente,
Por isso, o medo da solidão se torna infundado,
Assusta o coração, mas não tem justificação,
É como o receio do escuro, 

Que só existe pelo anseio do inseguro,
E mesmo que mil raios e trovões se estendam sobre a terra,
O Sol incansável continuará a cintilar,
Pois todo escurecer antecede um amanhecer,

E imaginando a chuva cair sobre seus pés,
Ela pode constatar que a vida é um simples ato de fé,
E que Deus em sua infinita sabedoria,
Traçou o caminho de todo o ser humano,

Com punhos de aço, orientando seu destino,
Lhe estendendo a mão e lhe entregando proteção,
E se a sombra é a ausência da luz,
Este temor não existe, quando é o próprio 
Senhor do Universo quem nos conduz.

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