quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Seus Olhos


Seus olhos se estreitaram e seus lábios tremeram

Quando notou um sorriso surgindo no canto dos lábios dele,

Oh céus, quando ele deixaria de ser assim tão tentador?

Talvez, quando o lago que tanto apreciava olhar,


Que ficava em frente a sua residência congelasse,

Mas espere: ele estava congelado!

- Olá, a quanto tempo? – disse ela displicente,

As palavras pairavam no ar,


Como as chamas de uma vela que se recusa a apagar,

A cada 15 dias, talvez menos,

Um vento desfavorável o trazia até ela,

Ao avistá-la, seus lábios estremeceram de forma reveladora,


O gesto lhe provou uma nítida inquietude,

O ambiente acolhedor de outrora,

Lhe pareceu opressivo, embora a paisagem

Iluminada pelo sol poente,


Lhe oferecesse uma sensação de fuga...

Fuga de que? Ela já não sabia,

No entanto, suas pernas pareciam plantadas naquele chão,

Imobilizadas, pareciam ouvir as suplicas do seu coração,


Que palpitava mais e mais a cada passo que ele dava em sua direção,

Por Deus, o que significava tudo aquilo?

Ela não ousava indagar em alta voz,

- Olá, eu senti sua falta, ele lhe respondeu com voz grave,


Ela entreabriu os lábios,

Tencionara dizer algo, algo que ficou preso na garganta,

E ficou cada vez mais no passado a cada passo dado,

Por Deus, será que estaria apaixonada?


Algo muito forte gritava dentro dela,

E isso não lhe era comum,

Se sua cabeça não desse mil voltas,

Ela teria sorrido, e em seu íntimo ela sabia:


Isso bastaria, seria suficiente para quebrar o encanto,

Que ao longo do tempo, ela acreditou que fosse imune,

Admirava tanto outros casais que se entregavam ao amor,

Por um instante, chegou a se perguntar como seria vivenciar algo assim,


Como que por vontade própria,

Seus olhos se fixaram naquele doce olhar,

Para sua surpresa, constatou que ele retribuía,

Notando um brilho estranho em seus olhos azuis profundos,


Um súbito arrepio lhe contagiou o corpo,

Sensação que tentou reprimir ao desviar os olhos,

Porém, ao descer os olhos se deparou com seus braços,

E um desejo inconsciente lhe tomou o peito,


Desejava desesperadamente se entregar a aquele abraço,

É claro que tinha consciência sobre o quanto ele era belo,

E por diversas vezes se pegou admirando seus lindos traços,

Que apenas reforçavam seu caráter,


Sabia que seu conjunto de atributos seria capaz

De encantar qualquer mulher desavisada,

Mas isso, nunca a impediu de sentir-se fascinada,

Preferia que ele não tivesse nascido com tantos pontos positivos,


Mas Deus, naquele instante, não lhe pareceu justo,

E quando ele lhe sorriu, ela percebeu que o entregaria seu mundo,

Apenas para reforçar seus pensamentos,

Ela, lançou-lhe um sorriso que iluminou seus olhos,


Ele retribuiu o sorriso de volta,

Sem consciência do quanto aquele sorriso a tentava,

Por quanto tempo permaneceu presa a aquele olhar?

Ela não saberia precisar,

Mas conforme a distância entre eles se dissipava,

A certeza de que lhe pertencia mais se avivava.

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Doce Amor

 

Como se houvesse um imã em seus olhos,

Tão logo chegou, eles se encontraram,

Sorte a sua não poder ler seus pensamentos,

Não que acreditasse que aquele sorriso


Que iluminou seu rosto ao curvar sua boca,

Conseguiria negar o que passava em sua alma

Sempre que ele se aproximava,

Seu mundo parou, e claro, seu coração acompanhou,


Fazendo com que lhe faltasse o ar

Apenas para que depois rompesse o silêncio

Com batidas aceleradas,

Denunciando seu nervosismo,


Desfazendo sua imagem de mulher segura,

Que lutou tanto para conseguir,

Em silêncio, murmurou o seu nome,

Apenas para que sua alma pudesse ouvir,


Sentiu como se ela (sua alma) o repetisse em voz baixa,

Talvez por medo de entregar tudo que sentia

Não ousava pronunciar em voz alta,

Seu nome lhe soava feito um amuleto,


Ou algo sagrado demais para ser dito em alta voz,

Ah doce segredo, conseguiria guardar consigo este amor?

Demonstrado apenas em olhares doces e singelos,

Poderia este amor ser abafado em falas controladas,


Que desafiavam os limites de sua alma apaixonada?

Havia uma única certeza: palavra alguma definiria,

Sentiu os dedos trêmulos, soltou um suspiro,

Santo Deus, como se lesse seus lábios trêmulos,


Ele, de modo seguro, ponha-se a caminhar ao seu encontro

E agora, como poderia reagir?

Menos de minutos ao seu lado,

E ela sabia: denunciaria tudo que sentia!


Será que ele conseguiria perceber o quanto o amava?

Deus permitisse que sim!

Mas mesmo assim, sem que palavra alguma fosse dita?

- Ola, ele lhe disse, interrompendo seus pensamentos,


- Olá, ela respondeu de forma suave,

Com a voz trêmula, escondeu as mãos nos bolsos,

Sentia-se estranhamente insegura na sua frente,

Se ele não a tomasse nos braços imediatamente,


Tinha certeza que morreria,

A distância de um braço que os separava,

A fazia sentir-se como nunca imaginara algum dia,

Pareciam que toques eram desnecessários,


Porém, assim que ele levantou a mão,

Onde possuía uma rosa vermelha,

Que lhe entregou com toda a atenção

E um leve sorriso iluminado em seu rosto,


Ela sentiu de corpo e alma,

Que seu corpo ansiava por proximidade,

Ignorando os olhares que encontravam-se a espreita,

Ela não resistiu a intensidade do sentimento,


Colocando-se mais próxima dos seus braços,

Ele, então a puxou para si,

Tomando-lhe nos braços, com beijos sôfregos até deixa-la sem fôlego,

Assim a levantou com um abraço, fazendo-a girar no ar,


- Feliz dia dos namorados, 

Sussurrou ela, abraçando-o com força,

Sentiu-o sorrir,

- Feliz dia dos namorados.

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Separação

 

Esta autora não tem certeza,

Porém, será necessário uma flor,

Um gesto de carinho e um beijo?

Um último beijo?


Esta autora treme só em pensar...

A melhor chance que descobriria ter

Chegou em um olhar, algumas horas depois,

Não importava o quanto negasse


Seus destinos pareciam entrelaçados,

Não foi isso que provou em seu abraço?

Não apenas porque viu escrito em seus olhos,

Mas porque pode provar isso sob o calor da sua pele,


É certo que suas promessas de amor,

Agora pareciam distantes aos seus ouvidos,

Por um momento, ela parou ouvir o silêncio,

Por um único passo em sua direção,


Ela caminharia quilômetros rumo ao seu coração,

Porém, nenhum aceno, nenhum passo, nada lhe foi dado,

Apenas duras palavras rasgavam seus momentos,

Ela chegara a desejar sentir seu abraço de novo,


Porém, frente ao olhar seguro dele,

Teve a certeza que o melhor era afastar-se,

Negando-se aos impulsos do seu corpo,

Ou de um pobre coração que implorava por amor,


Um único gesto, foi tudo que desejou...

Porém, a solidão foi tudo que lhe restou,

Desviou o olhar, como poderia encará-lo?

Sabia que seus olhos entregariam seus sentimentos,


Estava sozinha, era falso o amor que jurara para sempre,

Foi aí, que sem muitas palavras,

Se dirigiu para longe, tão distante que não pudesse encontra-la,

- Eu o amo, murmurou em prantos,


Baixinho o suficiente para que não a ouvisse,

Então cortou os laços que os prendiam,

Aquele amor era fadado ao fracasso,

Soubera disso desde o início,


Sempre teve a sensação de que ele poderia ter a mulher que desejasse,

Então, porque haveria de escolhe-la?

Ela sentia em seu íntimo,

Que não tinha sido feita para ele,


Destinos entrelaçados,

Porém, distantes o suficiente para nunca aproximá-los,

Uma lágrima rolou por seu rosto choroso,

Ela fechou os olhos, buscando conte-las por um momento,


Tentou falar, esforçou-se para tomar uma atitude,

Porém, suas mãos soaram tremulas,

Ele estava distante demais,

Não importava como o definisse,


Ele, com certeza não iria, nem gostaria de voltar,

Ela estava sozinha mais uma vez,

Destino cruel dos que amam verdadeiramente,

- Não é justo! – gritou alto como se volume e convicção fossem sinônimos,


Mas ele já havia partido,

Nem uma palavra, nem um gesto,

Silêncio foi tudo que restou de quem lhe jurou amor,

Não foi sua intenção perde-lo,


Não foi sua intenção ouvir o som gélido

Com que ele lhe mandou embora,

Não foi sua intenção sentir que não a amava,

Ela não queria nada daquilo,


E dentro do seu peito, só ela sentia o quanto doía,

Sentindo-o partir para um lugar distante,

Onde jamais pudesse encontra-lo novamente,

Ela baixou os olhos,


E disse em um sussurro que garantiu: não seria ouvido:

Eu amo, porém, escolho nunca mais vê-lo...

A escolha foi sua, se segurou a isso com toda a força,

Porém sabia desde o início: ele jamais a amaria!

sábado, 31 de outubro de 2020

Um Beijo e Uma Jura

 

Um tremor, que nada tinha a ver com o frio,

Percorreu sua coluna,

Jamais alguém a atraiu tanto,

Convenhamos que ter um homem grande


E atraente como aquele,

Sozinha dentro de casa,

Era, no mínimo, uma imprudência,

E ainda assim, estavam tão próximos,


Seu hálito quente tocava levemente seus lábios,

Ela, apenas desejou poder tocá-los,

Como se adivinhasse seus pensamentos,

Em um gesto decidido ele tocou seu braço,


Deslizando sobre sua pele até tocar seus dedos,

E apertá-los, como se a quisesse para si,

Lentamente, ela chegou para mais perto,

Já sabia que não conseguiria desistir,


E, em seu lugar, será que alguém tentaria?

Ela desejou seu contato de forma intensa e ardente,

Comparado ao que sentia naquele instante,

Tudo o mais que havia vivido parecia insuficiente,


Então ela levantou sua mão,

Ainda unida a dele, até recosta-la no seu coração,

Ele se aprumou, lançando um olhar afetuoso,

Ela desejou como nunca antes tocar nele,


Porém, suas mãos não soavam firmes,

Ela estremeceu, sentia o olhar dele,

Contudo, não conseguia olhar para ele,

Sentia medo de entregar todo o seu amor,


Como se retribuísse seus sentimentos,

Ele, lentamente, baixou sua cabeça,

Com os olhos brilhantes,

E seus lábios entreabertos tocaram os dela,


A realidade pousou sobre ela, 

E tinha gosto de cerveja,

E um toque de sonhos,

Ela fechou os olhos,


Permitindo que aquela sensação a absorvesse,

Mãos entrelaçadas, dedos sobre a pele suave,

A carícia dos lábios dele a guiou,

Por um caminho, que ela sabia, não teria volta,


Para onde, ela não sabia,

Porém, como queria ir para aquele lugar!

O beijo foi abrindo caminho para carícias

Que, ela sabia, não poderia controlar,


Sufocando a voz que dentro de si apenas dizia,

Fuja se assim suas pernas tremulas permitirem,

Ela entregou-se ao sabor dele em sua boca,

Mais forte do que qualquer desejo do seu coração,

Detê-lo agora estava fora de cogitação,


Mesmo que quisesse, não conseguiria parar,

Aliás essa certeza a acompanhou desde o primeiro olhar,

Perdidamente apaixonada,

Com direito a juras apaixonadas,


Permitindo um sorriso no canto da boca,

Ela o puxou para si com mais força,

-Você é minha,

Ainda pode ouvi-lo dizer,


Antes que outro beijo ávido o calasse,

E se permitissem entregar-se

A aquele amor que aflorava a pele.

Seu Abraço

Um segundo em seus braços,

E não precisaria mais que isso,

Porém, ali recostada em seu peito,

Segura em seu abraço,


Foi retirada dos seus sonhos,

Ou jogada neles de uma vez por todas,

Ao ouvi-lo pronunciar em um sussurro:

- Eu te amo, docemente em seus ouvidos,


- Eu também o amo,

Foi tudo que conseguiu pronunciar,

O olhar ainda fixo em seus meigos olhos,

E a respiração entrecortada,


Sonhara tanto em estar naquele abraço,

E agora que ali se encontrava

Não sabia o que falar ou fazer,

Sentia-se trêmula, e estranhamente segura,


Ele lhe murmurou algo que não conseguiu decifrar,

Mas parecia pouco sensato lhe pedir para repetir,

- Eu o amo, sussurrou ela,

- Está me pedindo para ficar?


Ele respondeu a encará-la,

Incerta, sua voz calou-se na garganta,

Por Deus, será que ele estava desistindo?

Afinal, não bastava tê-la em seus braços?


Mil perguntas lhe vinham a cabeça,

Porém, nenhuma parecia apropriada,

Então, contentou-se em sentir o calor do seu corpo,

Seu cheiro que invadia a alma...


Como se soubesse o domínio que exercia sobre ela,

Ele sorriu de forma convicta,

- Para te provar que você pode se sentir segura,

Vou privar-me do beijo de despedida.


Ele respondeu com um sorriso enigmático

Seguro do poder que exercia,

Sem entender se deveria entrar naquele jogo,

Ou tentar esquivar-se da delícia que era seu corpo,


Ela arriscou um último olhar,

Aproveitando o calor que invadia sua pele,

E lhe percorria todo o seu ser,

Ouvindo o palpitar do seu coração,


Decidiu escolher a primeira opção,

É claro que jamais admitiria

Que a proximidade dos seus lábios estava a influenciá-la,

- Não foi o que eu quis dizer,


Foi tudo que conseguiu balbuciar,

Vez que sua proximidade, seu toque,

Nada lhe era favorável,

Pois já não sabia se conseguiria


Ou se, de fato, gostaria de resistir ao seu charme,

- Estou começando a acreditar que gosta de mim,

Ele respondeu em um tom grave e rouco,

Ela já sabia que não teria resposta,


Então, entregou-se ao prazer que era a sua boca,

Em um beijo suave e exigente,

Com gosto, talvez, do para sempre?

Ânsia por seu Beijo

 

Eis que naquele instante

Tudo pareceu fugir do controle,

Com um olhar de soslaio,

Encontrou aqueles doces olhos,


E, em seu íntimo, teve a certeza,

Jamais poderia desviar,

Ele viera atrás dela,

Quando nenhum outro o fizera,


Naquele momento, outro alguém esbarrou em braço,

Pegando-a desprevenida, de forma abrupta,

Fazendo-a desequilibrar-se,

Teria ela ido ao chão e lá permanecido,


Não fosse outras mãos fortes e macias que a seguraram,

Tremula pelo toque, ela ergueu o olhar

Até poder encontrar o rosto dele,

Porém, o que encontrou a deixou trêmula, insegura,


Seu semblante era carregado,

Seu sorriso era cruel,

Com um gesto decidido ele afastou o outro rapaz,

Não permitiria que ninguém a ferisse,


Com um grunhido cruel ele afastou-a do outrem,

Virando-a para si, e a envolvendo em seus braços fortes,

- O senhor está bem?

Perguntou ela, afastando-se do seu peito para olhá-lo,


Naquele instante as palavras lhe falharam,

Ele apenas desejava que ela parasse de se retorcer junto ao seu corpo,

- Obrigada, conseguiu dizer ela ofegante,

Um sorriso calmo surgiu nos olhos dele,


Sem conseguir resistir, ela apoiou-se ainda mais em seu peito,

Primeiro com uma das mãos,

Ao primeiro toque já havia se juntado o segundo,

Fazendo-a perceber que havia perdido o controle,


- O que acharia se eu te desse um beijo?

Sugeriu ele, ofegante em seu ouvido,

Ela não conseguia responder aos seus calorosos olhos azulados,

- Ninguém é dono do meu coração,


Foi tudo que conseguiu dizer então,

Ele se endireitou, apertando-a com mãos macias,

- Já aceitei este desafio.

Um leve sorriso curvou sua boca sensual,


Os olhos cintilantes de prazer ou talvez algo além?

- A senhorita gosta de discutir ou é só comigo?

- Não estou entendendo, revidou

Sem conseguir encará-lo direito,


Pois ele era, de longe, o homem mais lindo que já havia contemplado,

E convenhamos, que toda aquela proximidade não lhe era favorável,

Suas forças esvaiam-se do seu corpo,

Sorte a dela poder encontra-se abrigada junto a ele,


Por um momento, ela acreditou que ele fosse beija-la,

E, por Deus, era tudo que ela mais desejava,

Ao invés disso ele a afastou,

Sem nenhum esforço,


Confusão foi a palavra que a definiu naquela hora,

Interrompida por um inesperado desejo pelo toque,

O carinho, do homem que jurou jamais amar,

Necessidade, era o que a definiria,


No entanto, mesmo demonstrando certa frieza

Com relação a ela, com aqueles movimentos calculados,

Por Deus: como ele a atraia!

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Sorte

 


Aquele amor parecia proibido,

Mas, talvez, quisesse Deus enganar o destino,

E quem é que se oporia aquele olhar estonteante?

E aquele sorriso que ecoava no ambiente,


Fazia sobressaltar qualquer coração,

Mesmo que o mais imponente gelo o cobrisse,

Porém, nada daquilo parecia certo,

Ela precisava de um tempo para refletir,


Ficar sozinha, pensar, talvez permitir-se sentir?

Com um dar de ombros,

Sentiu algo quente percorrer seu rosto,

Sorte sua conseguir desviar o olhar,


Pois uma lágrima quente emergiu de sua alma,

Seria seu coração derretendo sua armadura?

Santo Deus, e agora: como resistiria?

Sentia-se fraca, tola, talvez, poderia ousar dizer: apaixonada?


Ele levantou o rosto e tentou se aproximar,

Mesmo sem vê-lo, podia sentir seu olhar,

Munindo-se de todas as suas forças,

Ela voltou-se e por um breve instante


Seus olhares se cruzaram,

Em seu íntimo ela jurou a si mesma:

Não se apaixonaria!

Por mais belo, gentil ou amoroso que parecesse ser,


Como ele poderia conter tantos sonhos em um mero olhar?

Por mais que os seus beijos pudessem ser provocantes,

Afinal, assim ela imaginava,

Uma certeza ela tinha: o sofrimento a esperava na esquina,


Assim que ela se permitisse repousar em seu ombro,

Sentir-se protegida, confiante, amada,

Só então, aqueles braços fortes a soltariam,

Era assim em todas as histórias que conhecia,


Por que agora seria diferente?

Respirando fundo, ela virou-se na direção oposta,

Com passadas largas ele a deteve,

Segurando sua mão com um toque suave,


Ignorando seus pensamentos ela se virou surpresa,

E, agora, frente a frente como poderia evitar,

Aliás seria possível fugir dali?

E se o fosse, será que ela teria forças para fazê-lo?


Com uma única palavra ela sabia que o reprimiria,

Mas como poderia conter seu desejo?

Por Deus: precisava parar, mas será que queria?

Então, dando voz a vazão de sentimentos que a tomava


Pôs-se na ponta dos pés,

E o beijou como nunca acreditou ser capaz,

E com os olhos fechados,

Apenas cruzou os dedos para dar sorte.

Comida do Leito do Rio

E, Houve fome no rio, Os peixes Que nasceram aos montes, Sentiam fome. Masharey o galo Sofria em ver os peixes sofrerem, ...