Seus olhos se estreitaram e seus lábios tremeram
Quando notou um sorriso surgindo no canto dos lábios dele,
Oh céus, quando ele deixaria de ser assim tão tentador?
Talvez, quando o lago que tanto apreciava olhar,
Que ficava em frente a sua residência congelasse,
Mas espere: ele estava congelado!
- Olá, a quanto tempo? – disse ela displicente,
As palavras pairavam no ar,
Como as chamas de uma vela que se recusa a apagar,
A cada 15 dias, talvez menos,
Um vento desfavorável o trazia até ela,
Ao avistá-la, seus lábios estremeceram de forma reveladora,
O gesto lhe provou uma nítida inquietude,
O ambiente acolhedor de outrora,
Lhe pareceu opressivo, embora a paisagem
Iluminada pelo sol poente,
Lhe oferecesse uma sensação de fuga...
Fuga de que? Ela já não sabia,
No entanto, suas pernas pareciam plantadas naquele chão,
Imobilizadas, pareciam ouvir as suplicas do seu coração,
Que palpitava mais e mais a cada passo que ele dava em sua
direção,
Por Deus, o que significava tudo aquilo?
Ela não ousava indagar em alta voz,
- Olá, eu senti sua falta, ele lhe respondeu com voz grave,
Ela entreabriu os lábios,
Tencionara dizer algo, algo que ficou preso na garganta,
E ficou cada vez mais no passado a cada passo dado,
Por Deus, será que estaria apaixonada?
Algo muito forte gritava dentro dela,
E isso não lhe era comum,
Se sua cabeça não desse mil voltas,
Ela teria sorrido, e em seu íntimo ela sabia:
Isso bastaria, seria suficiente para quebrar o encanto,
Que ao longo do tempo, ela acreditou que fosse imune,
Admirava tanto outros casais que se entregavam ao amor,
Por um instante, chegou a se perguntar como seria vivenciar
algo assim,
Como que por vontade própria,
Seus olhos se fixaram naquele doce olhar,
Para sua surpresa, constatou que ele retribuía,
Notando um brilho estranho em seus olhos azuis profundos,
Um súbito arrepio lhe contagiou o corpo,
Sensação que tentou reprimir ao desviar os olhos,
Porém, ao descer os olhos se deparou com seus braços,
E um desejo inconsciente lhe tomou o peito,
Desejava desesperadamente se entregar a aquele abraço,
É claro que tinha consciência sobre o quanto ele era belo,
E por diversas vezes se pegou admirando seus lindos traços,
Que apenas reforçavam seu caráter,
Sabia que seu conjunto de atributos seria capaz
De encantar qualquer mulher desavisada,
Mas isso, nunca a impediu de sentir-se fascinada,
Preferia que ele não tivesse nascido com tantos pontos positivos,
Mas Deus, naquele instante, não lhe pareceu justo,
E quando ele lhe sorriu, ela percebeu que o entregaria seu
mundo,
Apenas para reforçar seus pensamentos,
Ela, lançou-lhe um sorriso que iluminou seus olhos,
Ele retribuiu o sorriso de volta,
Sem consciência do quanto aquele sorriso a tentava,
Por quanto tempo permaneceu presa a aquele olhar?
Ela não saberia precisar,
Mas conforme a distância entre eles se dissipava,
A certeza de que lhe pertencia mais se avivava.
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