Sentada no seu colo, tocando o seu
rosto,
Enquanto admirava seus belos
traços,
Percebi que a maioria dos medos
que carregamos,
Não pertencem somente a nós
mesmos,
No instante em que você decide
conviver com outro,
Mesmo que você os guarde em
segredo,
O cérebro os envia em sinais
manifestos,
Através de palavras afoitas,
gestos imprecisos
Ou mesmo meticulosos, e somente
quem quer
Consegue se eximir de ver ou fazer
algo,
É como se houvesse um gatilho
contra você,
Que mesmo sem você querer o
denuncia e pronto,
Tolos são aqueles que se recusam a
acreditar no fato,
E permanecem em erros pelos cantos
com um desejo
Incontido de que o outro o
adivinhe, por evita-los,
Quando sorri e me aproximei dos
seus lábios
Repousando um beijo suave sentindo
o seu frescor,
Fazendo com que minha mão
acariciasse a nós dois,
Senti que o que eu era se
misturava a ele de forma intrínseca,
Será que cada vez que se constrói
um pacto algum deles desiste?
Não sei por qual motivo me veio
esta pergunta a cabeça
E uma lágrima tornou meus olhos
molhados, estávamos face a face,
Ele que estava com suas mãos sobre
as minhas costas,
Me envolveu ainda mais forte e
senti tudo se afastar de repente,
Percebi que em nossa troca de
segredos havia, ainda,
Uma troca maior que isso, vez que,
sem querer esbarro
Em meu vaso predileto e o vejo ir
ao chão – quebrado,
Com minha flor preferida jogada no
assoalho – perda,
Quando, devagar me afasto do
abraço e a vejo caída no piso,
Solto um espasmo de dor, mas antes
que eu diga qualquer coisa,
O vejo ligando para a floricultura
e providenciando o vaso mais bonito,
Suas mãos estavam tremulas quase
derrubam o telefone,
Seus olhos marejados de lágrimas
faziam da minha dor a dele,
Uma comoção profunda me invade, o
abraço com toda a força,
E desejo que nada nunca nos
afaste, sussurro que o amo,
Entre mil beijos no seu rosto, com
ele ainda no telefone – sem importância,
Se alguém desejasse nos julgar
pela ligação fora de hora,
Que fosse sabendo que ele era o
maior e melhor homem do mundo,
Soltei alguns gritos desajeitados,
acho que fui ouvida por toda a loja,
Essa era a minha intenção, que
todos tomassem conhecimento – o amor,
A maior parte teme acreditar no
amor, poucos se entregam de alma pura,
Mas este não nunca foi meu caso, o
amei desde o primeiro olhar – primeira vista,
Era bom e engraçado o quanto nos
conhecíamos bem,
Nossa entrega favorecia o diálogo,
tal como ainda ocorre,
Tem aqueles que descreem e com
isso, alimentam seus medos,
Quando estes nunca foram
descrentes ou fracos em suas atitudes,
Quando percebem seus medos estão
maiores que o amor- dominados,
O diálogo se escapou pelas janelas
que agora estão fechadas – pressionados,
O ar já não guarda aquele cheiro
de aconchego, as bocas não se procuram,
Um deita num sofá o outro no outro
– a distância,
Por que preço fajuto venderam tudo
que sentiam,
Se soubessem teriam evitado a
encruzilhada – sem alternativa,
Um escolhe um caminho o outro
prefere o contrário,
A rua que trafegavam quando
estavam unidos está perdida – abandonados,
O vejo desligar o telefone, me
abraçar forte e beijar minha boca,
Sinto algo salgado e quente
percorrer por entre nossos lábios,
Acredito estar chorando, sorrio me
esquivo e peço desculpas,
Quando olho em seu rosto, percebo
que quem chora é quem amo,
Acho interessante que não distingo
a minha dor da que ele sente – unidade,
Recompensa maior que essa creio
que não exista, o amo muito – intensidade,
Se tentar separar pedaços das
nossas preocupações ou medos,
Veem que um se confunde no outro,
trabalhamos juntos nisso,
Não reprimimos o que sentimos, não
nos escondemos um do outro,
É claro, que temos nossas próprias
ideias, que nos pegam ao acaso,
Mas construímos um caminho que se
baseia no bem-estar conjunto,
Assim, não há traições, ninguém
termina ferido – a dor represada por amor,
Marca-se os pensamentos em que se
acredita,
Põe eles um pouco de lado e testa
sua valia,
Se forem interessantes o bastante:
se comunga,
E com isso decide-se qual atitude
tomar- família,
Não existe teste de força ou de
maior importância,
Se anda junto, um ao lado do
outro, por que se ama,
Há ninguém deveria ser permitido
ver o ódio nos olhos
Daquele de quem recebeu e entregou
amor – a fuga,
Ouvir dos lábios de onde já ouviu
palavras de carinho,
Frases cuspidas contra sua cara a
açoitar sua dor – a raiva,
Mãos que te acariciaram uma vez
nunca deveriam bater,
Não importa o que ab-rogam ou
desprezam – a descrença,
Se substitui uma alma como se ela
fosse um simples objeto,
Abandona o amor sem saber seu
poder sobre tudo – a importância,
Há de reconhecer em algum carinho
um defensor ou protetor?
Prefere retroceder ao passado
quando a verdade fica evidente – o
respeito,
Se desapega do que sente vitimando
a si mesmo preso as desculpas,
Há sempre uma resposta pronta (n)a
qual você não sente ou crê – em que
lugar?
A Importância do Respeito em que Lugar?