Raramente,
esta que sou pensa no que acabou,
Volta-se
para trás,
Numa espécie
de reprise do que vivemos,
Mas, hoje,
não é um dia normal,
Remei meu
barco,
Estagnei em
meio ao rio,
E fiquei
parada, apenas vendo a água passar,
Pensei em
quantas vezes sonhei em estar ali,
Nas inúmeras
que sonhei em dividir isso com você,
Imaginei
como ficaríamos,
Até as
conversas, brincadeiras e beijos,
Me peguei
deitando e olhando para o céu azul,
Sentindo o
sol queimar a pele,
Vendo os
pássaros voarem e os peixes,
Sim, até
eles voavam no meu redor,
Ainda tinha
as águias que os predavam,
Como é breve
a vida,
Mas, não o
que sentimos,
Beijei-o por
poucos segundos,
Mas acho que
Deus estava ocupado,
Quis repetir
isso mil vezes em minha alma,
Até que,
talvez, um dia,
Ele nos
presenciasse de novo,
Vi ainda
árvores crescerem ao sol,
Não com
tanta alegria no coração,
Isso pesa
bastante no que refere-se ao abrir da flor,
Deus deve
rir sobre isso,
Ao que meus
olhos desejavam não faltava nada,
Mas, quanto
aos meus lábios,
Como eu
gostaria de senti-lo!
Mas Deus,
agora, não me permite desfrutar de quem amo,
Neste
instante ele está distante,
Eu confesso
que a brisa fria me faz tremer,
E não é
porque o barco está descendo o rio sozinho,
Tomando rumo
próprio e curso incerto,
Temo outra
desfrutar dele em meu lugar,
Isso não faz
tanto sentido mas produz dor terrível,
Ah, querido
Deus, antes o tivesse esquecido!
Abro meus
olhos e vejo o azul incandescente,
Não, não,
mil vezes o tê-lo comigo,
Apagar o que
vivemos não me faria bem,
Isso que
sinto me percorrer,
É o bastante,
mesmo que não o tenha,
O amor não
nasce em vão,
Não parte
para tão longe,
Nada que eu
não possa buscar com paixão,
Se é amor
então que não resista,
Seu nome não
me passa despercebido,
O que sinto
é verdadeiro,
Não há por
que deixa-lo escondido,
Embora,
jamais tenhamos dormido juntos,
Eu não
descanso de amá-lo,
Pois de que
me valeria dois mil anos,
Se em nenhum
destes eu pudesse o conhecer?
Vivi este
amor por pouco tempo,
Mas foi em
verdade,
Afinal, o
destino para todos não é o mesmo?
Algo toca no
barco,
Eu o sinto
sacolejar,
Então acordo
destes pensamentos indistintos,
Tomada pelo
medo de não o ver,
E o risco de
que ele queira isto,
Sinto em
evidencia,
Que nem um
destes dois sentimentos são capazes de ferir,
Mas a
solidão fere e sangra,
Sim, esta
sim!