terça-feira, 31 de outubro de 2023

Veja a Moça que Passa

É doce e misericordioso,
O olhar da moça que vê aquele a quem ama,
É contemplar o se maravilhar,
E guarda-lo no sorriso aberto,
Que beira ao fechado ao que ela entrega, 
Assim que avista o seu olhar,
É um gritar seu nome em tom alto,
Não conseguir conter o sentimento,
A simples mensura de seu cheiro,
Ao ápice do desejo por seus carinhos,
É um querer desmedido por seu abraço, 
De menina alegre e fechada,
Passa aquela que escreve seu nome por onde passa,
Deseja-o,
Chama-o em seus íntimos recantos,
Abre-se para te-lo dentro,
Quer guarda-lo,
Ama-lo sem segredos,
Protege-lo,
É assim o coração daquela que passa,
Olha-o de longe,
E mantém-se em guarda,
O quer.
Mas quase nada dessas palavras,
Valoriza o tanto que sente,
Se entrega,
E o chama,
Lábios fechados num sorriso,
Coração que nem sabia pulsar,
Até ve-lo,
Te-lo não oferece medidas,
Senti- lo dentro e em cada parte,
Há um coração que pulsa,
Ama-o,
E valoriza,
Mas, há ainda a menina,
Não esqueça, 
Está, embora não diga tanto,
Ama-o o mais intensa,
Medida – desmedida,
Veja-a.
Note, ainda este outro coração que pulsa,
Você saberia reconhecer nela,
O quanto há de você
Em tão pequena e simples moça?!
Note-a,
Saiba ve-la.
Ela o ama.
Nela,
Dentro dela,
Você pode ousar e se aventurar,
Dos corações que a quiseram,
Nem todos foram encontrados,
Saiba ver nela o coração que o chama,
Há um perder-se tão grande nesta pequena,
Não, nem todos foram encontrados,
De tempos em tempos,
Moço olhe para o lado,
Suposições erradas são construídas, 
E caem por terra,
Ela vem a ti de braços abertos,
Ampare-a,
Ela sabe guarda-lo,
Veja o quanto o ama.

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Vida

Eu amo você!
A frase saiu forte,
Entoada em romance,
Embebida por o roçar de face!
As palavras,
Continham um rugido triunfante,
Muito de honra,
E sabores.
Foi a frase mais linda,
Mais importante!
Amo você!
A vida vazia fugiu do alcance,
Tentar outra forma não seria possível.
A partir de agora – Amar você!
Objetivo, não.
Meio de se viver.
O rio abaixo mantinha rumo,
Corria como se estivesse alheio.
Mas, no fundo dele,
Penso que os peixinhos sofreram falta de ar,
Ah, sem dúvida alguma,
Que vieram a margem para respirar,
Ver,
Sentir o amor que havia.
Garotos grandes possuem certezas,
Homens fortes alcançam o amor.
Era mesmo lindo de se ver,
A água ficava turva adiante,
E pouco a pouco chegava aos seus pés,
Mas tudo ao redor estava nitidamente – vivo.
E dentro deles, também.

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Entre dois Silêncios

Houve um grito.
Um pular de susto.
Um esbarrao descuidado.
O levantar de dedo trêmulo.
E silêncio.
Palavras engolidas ante o olhar,
De repente, pedras, e cascalho fazem-se necessários,
Sabe quando você quer correr muito,
Até tropeçar e ouvir os ruídos,
Sentir que esta saindo do lugar.
Diante daqueles olhos
Parecia que nenhuma frase surgiria efeito,
Tudo parecia voar ao redor,
Menos a conversa que viria,
Esforço desmedido e desnecessário.
Sem resultado.
Quisera uma frase com a imensidão de uma pedra,
Jogar para estilhaçar,
Não se entra em atrito por nada,
Sem saída,
Tenta o fracassado pegar de mão,
Finge carinho e fala o que precisa,
Coração aos saltos,
Ódio a ferir a garganta,
Silencia-se o grito,
Que não parece estar morto,
Um monstro adormecido.
Pensa consternada.
O ar no peito arfa feito agulhas,
É como se perfurasse a fala,
São mais que nunca necessárias as palavras,
Muito bem escolhidas e colocadas,
Mas não parecem ser compreendidas.
As frases soam o máximo perfeito,
Mas aquele rosto impassível que olha,
Não entende nada,
Nem diz algo que acolha,
Quer-se mais que ver o outro -entende-lo.
Esforço vão,
Há naquele sorriso forçado
Algo de indecência
E desproteção.
O medo não beirava as lágrima,
Se assemelhavam a pesadelos.
O congelamento de um ser a sua frente,
Beira a desgraça,
Busca-se o indiferente,
Mas não há o apropriado,
Descompreendida,
Solta seus dedos e pede que siga.
Já não o quer a seu lado,
Não importa o que diga,
A frase morta na respiração entrecortada,
Basta por si mesma.
Um grito monstro silenciado,
Descompreensão,
Silêncio que fala o que quer,
Esforço vão.

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Gosto do Seu Beijo

Ah, a promessa.
Pouco recordo ou gostaria,
Age em mim feito isca,
Ateia-se e se mostra,
Eu mordo-a.
Me vem a língua. 

Dizê-lá para quem possa,
Ouvi-la sem vontade alguma,
Após sair da minha boca,
Está mesma que já nem gosta de beijar,
Não há mais regalia...

Coloco a mão em seu ombro,
E a puxo para meu ombro,
Desejo mante-la,
Ao menos até me assegurar,
Então, repito-a menos,
Até que um dia tudo acaba.

Me prometa,
Penso ouvi-la sussurrar,
Abaixo do meu ouvido
E pouco audível, 
Acho que ela precisa de mim,
Não sei dizer nada quanto a isso.

Ela diz que me ama,
Que é bom ficar comigo,
Eu respondo que não sabia sobre isso,
Acho que nosso amor se tornou público. 

Mas ela sente medo,
De que me firam
Ou brinquem comigo,
Ela não é uma boneca de casa de brinquedos,
Adulta por nós dois agora,
Não demonstra isso comigo.

Ela me captura,
E eu a mantenho,
Gosto dela comigo,
De senti-la e dar abrigo,
Mas nada de casa de brinquedos,
Comigo, realmente, é melhor!

Passo meu braço em torno dela,
Gosto da forma como ela me olha,
Seus olhos fixos,
A boca trêmula, 
O desejo.
Eu gosto disso nela,
E Gosto de prova-lo,
O gosto, em cada forma.

Sim, sou adepto a possui-la,
Compreendo pouco sobre isso,
Mas penso que os outros me entendem, 
Há neles o esforço, 
Tentativas e evasivas, 
Há nela o rostinho que me procura,

A voz que me penetra,
Aquelas frases de amor correspondido,
-Ora, querido, como sua boca fica bem em meu seio...
Deixa eu te emprestar meu batom,
Ora, desculpa, deixa sua marca,
Preciso muito tatuar seu beijo...

Mordo-a, gemo e anseio por isso,
É algo diferente de masculinidade,
Mas, sou o único, 
Aquele que ela quer e procura,
Gosto quando ela me olha e diz:
-preciso disso.
Rouba meu beijo e sai. 💋 

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Liberta

Tarde da manhã, 
Com conteúdo algum para bagagem,
Esquece o que faz,
Apenas sabe.
Acabou.

Cansada de tanto escutar,
Com pouco ou nada a fazer,
Já não cabe indagar.
E nunca coube obedecer.

Quando houve o início, 
Mesmo com a memória falha,
Não havia prisma para o fato,
O dar de ombros não cogitado,
Muito menos as brigas.

Ignorância a sua.
A dele.
De tudo que existiu um dia.
Agora tão distante.

Ali estava eu,
Com quilômetros a andar,
Tão pouco a esquecer.
Brigas.

Discussões e atrasos,
Atraso de sonhos,
Roubo de vida,
Do que imaginou só houve espasmos.

Alucinações doentias e noturnas,
Sob a luz do dia,
Distanciamentos e perseguições, 
Quisera sofrer tudo que falo,
Mas o cansaço me ganhou.

Tudo errado.
Não dá para manter equilíbrio, 
O amor ganhou novos olhos,
Já nem o busco.

Mas não estou louca ainda,
Desespero abandonado,
Não lhe cabem mais juras,
De amor ou ódio. 

Você me segurou,
Não entendo porque me pegou daquela forma,
Tudo dentro do planejado,
Confundi um reter com carinho,

Invasora.
Penetrei minha alma
E o inseri lá, 
Manti-me presa ao que não havia,
Segurei-o nem sei pelo quê?!

Doença. 
As palavras são lançadas, 
Cansei das feridas,
Em parte eu fui ingênua, 
Você corria bem na esteira,
A questão é que ela não o leva a nenhum lugar,

E com você dentro de mim,
Também permaneci estagnada,
Você a correr feito louco,
Eu reinventando histórias...

Não , nunca houve um nós,
Apenas apertos na garganta,
Acelerar no peito,
Como para lembrar: estou vivo!

Não fossem os espasmos,
Não saberia de mim ou nós, 
A questão é que o nós ficou a plano,
Minha pouca memória, 
O trouxe para perto,
Muito perto.

Morri agora.
Não sei mais aonde estou,
Ou porque fui tão longe,
Você não está é isso.

As vezes, conto suas lágrimas,
Conto com elas para compreender,
Como é o gosto do medo,
O ódio a repugnância...

Você nunca esteve conosco,
Mas achei que me acostumaria, 
Que um dia antecede ao outro,
E as horas correm por nada,

O problema  contemplar meu rosto no espelho,
Tentar fazer você me ver,
Me juntar meus pedaços. 
Entender...

Se alguém grita dentro de mim,
Já não é você, 
O libertei de onde o mantive preso,
Liberta, acho que posso me reconstruir.

Você ocupou um grande espaço,
O mantive por muito tempo,
Por Deus, não estou louca,
Apenas liberta.

terça-feira, 17 de outubro de 2023

Nem Seu Olhar Me Sustenta Mais

Me escuta, meu amor
Pega meu coração e corre,
Se distância de nós, 
Se consegue fingir- finge,

Nosso amor é jovem e forte,
Vai sobreviver,
Fora isso, não há garantias,

Se você for até o fim,
Não tente se voltar,
Eu não quero sua pena em mim, 
Basta em ausência o seu olhar.

Por fim, eu não como pêssegos, 
Não gosto de seus chás, 
E sobremesa me faz mal,
Penso que você não sabia disso.

Falta interesse.
De manter-se, estar, de ser. 
Me refiro a ser eu e você.
Não a sinto, você entende?

Há quanto tempo você se foi?
Penso que nem esteve,
Eu já não consigo suportar,
Sinto muito,

Mas este muito não a faz ficar,
É sinto muito e insuficiente, 
Não me basta o seu jeito de amar,
A forma como você senta-se...

Já esqueceste como eu gostava do cigarro
Vibrando entre seus dedos,
Tocando-a suavemente,
Tão doce por sua boca e pele.
Nocivo.

Não está chorando?
Nem sei porque mas queria que estivesse,
A forma como você chora traz normalidade,
Penso até que me acalma,

Sim, é verdade. 
Você me acostumou nisso, 
E tão pouco me basta,
Tanto você faz e me fere,
Quando percebo,
Oh, Deus, odeio tudo em você .

Está voz que você faz quando sofre,
Em falsos de fala que não reconheço, 
Procuro no banheiro por pistas,
Me demoro, luz acesa, água jorrando,

No quarto tento o máximo disfarçar, 
Você mudou e não consegue esconder,
É só o brilho no seu olhar
Que a mantém, 

Do tanto que foi não sobrou nada,
Pergunto-me o que você fez ou eu fiz?
Ai que droga,
Você é o meu gostar do seu choro
Para pôr a culpa em mim.

Então vai,
Destranca a porta,
Me ama daquele jeito que você faz bem,
Longe de nós agora,
Aos olhos dos outros ou nem,

Que droga.
Nem o cigarro me faz falta,
Você, seus costumes e ausências, 
Tudo minucioso,
Logo me vem sua fala.

Que mania de estar em voz mesmo em faltas,
Se expressa bem.
Me liga quando esta distante,
Acha-se suficiente. 

Vou catar os cacos que sobram,
Da porta que você fecha,
De mim que a concerto,
De tudo que fomos um dia.

O título é horrível, 
Mas sou forçado a pichar a parede,
-fora das nossas vidas.
Saiba o que relata meu coração, 

Volto-me para a rua,
Logo encerro as buscas,
Há muito menos do que houve,
E antes já não era o bastante, 
Percebo melhor nossos espaços, 
Não nem mais os abraços. 

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Cansei de Suas Formas

 


Ela chorou de novo,

Implorou meu perdão,

Disse que não sabia sobreviver sozinha?

Eu respondi:

-Querida, por favor, cuida da sua vida!

Faz o que você alega em minha presença

Por você e não outra pessoa.

Não há outro com quem se preocupar?

Você sobrevive de mim,

Ora, por favor, qual é a lógica?

Sua insistência me cansa.

Desculpa, simplesmente cansa.

E, me perdoa: é definitivo agora.

As lágrimas pareciam gritos de dor.

Eu me importaria, sem pudesse.

Mas, não me cansaria do amor,

Como enjoo sua presença,

O que ela fala não se sustenta,

O que faz não convence.

Fraca, eu diria.

E mulheres fracas não são para homens fortes,

Ela alegará outra coisa,

Eu aceito a possibilidade.

Mas, este é o fim.

Indícios de discussão aflorada,

Nem um beijo ou falta,

Apenas o desistir.

Estou a um centímetro de me jogar fora,

Me mudar de toda a forma,

Mas, por mais esforço dispersado,

Eu não sou capaz.

Quando o absurdo atinge,

Eu sinto que já não há o que fazer,

Eu, nem gosto de detalhes,

Não dá certo e simplesmente.

-Me escuta, faz favor, escuta!

Ela põe as mãos nas orelhas,

E trá-lá-lá.

Parece criança – imatura.

Pega a bolsa e sai porta a fora,

Fico a me indagar se a feri tanto,

Não consigo compreender a fuga.

Me sinto jovem e forte,

Mas diante dela não sou o bastante.

É disso que ela gosta,

Me fazer fraco e impotente,

Não alcanço-a,

Eu não consigo alcança-la.

Se alguém for capaz,

Que bom – torço por ela,

Mas, eu já não quero mais,

Cansei de tudo isso,

Discussões e tudo jogado na rua,

Não preciso que todos saibam que houve falhas,

Por Deus, ela não é capaz de conversar comigo,

Se expor,

Precisa sempre espalhar tudo na rua,

Preciso reparar meu respeito própria,

Reconstruir orgulho ferido,

O que ouço de outras bocas,

Eu não sou capaz de suportar,

Por que não sai da boca dela?

Já não consigo viver em linha reta,

Ela distorce meu caminho e o que faço,

 Que desabafo!

Até o ponto de estar com ela,

Isso não é capaz de bastar,

Senti-la ao meu lado não é mais suportado.

E isto não é menos importante,

Ela me fere nas bolas.

Não digo como adulto,

Com ela não há esta forma.

Cansei do seu rosto torto,

E de suas formas desajustadas.

Comida do Leito do Rio

E, Houve fome no rio, Os peixes Que nasceram aos montes, Sentiam fome. Masharey o galo Sofria em ver os peixes sofrerem, ...