quinta-feira, 20 de julho de 2017

Nas Coordenadas do Coração

Era aniversário de namoro,
E seria regado a flores, bombons e vinho,
Ele voltou às sete horas do trabalho,
E mesmo com o semblante cansado,
Enternecia o rosto,

Ao carregar um brilho no olhar,
E um sorriso adorável nos lábios,
Escondi-me atrás da porta e fiz silêncio,
E lhe recebi com uma chuva de pétalas de rosas,

E da mesma forma que se puxa o gatilho de um tiro certeiro,
Pulei nas suas costas e lhe pedi rendição,
E mantendo o abraço apertado,
Salpicado por mordidinhas e beijinhos molhados,
Lhe fiz prisioneiro ao dar voz de prisão,

Com uma doce música a embalar a ocasião,
Segui as coordenadas do pulsar do coração,
Mas de um jeito nada inesperado,
Me rendi ao seu cheiro,

E ao tentar provar o sabor dos seus lábios,
Ele desfez o abraço com facilidade,
E me puxou para a frente,
De dominadora passei a vítima dos carinhos mais ardentes,
Envolta em seus braços protetores,

Nem preciso mencionar como foi a noite,
Regada a pétalas de flores,
A verdade é que eu lutava contra as palavras,
Na tentativa de demonstrar o quanto o amava.

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Seus Lábios

Ao saborearem o doce do sorvete,
Parados em frente a uma vitrine,
A contemplar uma joalheria,
Em que cada peça preciosa,

Era tão delicada quanto cara,
E se fosse fazer piada,
Daria para comentar sem dar risada,
Que até mesmo a vendedora,

Com sua maquiagem bem feita
E suas roupas refinadas, parecia cara,
Diante da ironia, ele percebeu com estranheza,
Que ao lado de sua amiga, tudo ganhava uma beleza única,

Pois ao pousar os olhos em seu rosto,
Percebeu que a alegria pulsava desde a alma ao peito,
Como se sua doce companhia fosse o mais precioso,
Desde o movimento dos seus lábios ao falar,

A atenção que entregava
Ao pronunciar com ternura cada palavra,
Seu jeito meigo de olhar,
Enfim, desde o modo de agir,
Ao jeito de se vestir,

Tudo o encantava,
E se fosse lhe presentear,
Mesmo ao escolher a joia mais linda e preciosa,
Nada lhe alcançava,

Foi neste instante que ele descobriu o valor do amor,
Quando por o mundo aos seus pés lhe pareceu pouco,
Foi então que se aproximou e novamente fitou seu rosto,

E ao brincar com seu sorriso
E sentir o doce do seu hálito,
Com tudo que havia de mais profundo
Em sua alma, 
Desejou provar o sabor de seus lábios.

terça-feira, 18 de julho de 2017

O Sumiço

Depois de uma noite bem dormida,
Daquelas em que se alcança as estrelas,
Acordou com um sorriso nos lábios,
Mas tão logo abriu os olhos,
Com o corpo ainda sonolento,
Percebeu que algo estava errado,
E ao virar-se para o lado,

A procura de seu amor,
Para comentar acerca do frio indesejado,
Notou com estranheza que já havia levantado,
Presa em suas suspeitas, sentiu a falta de um cobertor,

Fato que explicava o frio, mas não o quarto vazio,
Com os olhos arregalados pelo espanto
E um assalto no coração,
Sentiu a falta da televisão,

Com um salto, abriu o roupeiro,
E as roupas do cônjuge haviam desaparecido,
Aliás, tudo que pertencia a ele, havia detalhadamente sumido,
Foi o que observou ao percorrer o apartamento,

Tudo meticulosamente separado,
Apenas o que concernia a ela havia ficado,
Junto com seus boletos de pagamento,
Desde o sofá da sala, às panelas da cozinha,

Nem mesmo o carro,
Presente que havia ganhado no aniversário,
Escapou do sumiço,
Nem precisou de sexto sentido,

Pois, ou foram alvos de um furto seletivo,
E de um sequestro relâmpago
Em que haviam levado seu marido,
Ou, simplesmente, ele havia lhe abandonado,

Nem precisou de confirmação,
Por ser óbvia a última opção,
E antes de haver chance para arrependimento,
Trocou as chaves do apartamento.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Um Anjo

O amor apareceu disfarçado,
Feito um anjo a cruzar meu destino,
Contemplei a luz do amanhecer
Desenhar o horizonte em você,

E o brilho da esperança a enfeitar seu sorriso,
Deixou seus olhos tão iluminados,
Que lembravam amuletos.
Vi a ternura do seu rosto,

Me confidenciar em segredo,
Que meus passos, sempre tão bem planejados,
Já não possuíam os olhos do adequado,
Pois agora, os sonhos direcionariam meu caminho,

E o ponto de partida à linha de chegada,
Teriam o amor como companhia da jornada,
Feito uma espécie de milagre,
Percebi que a vida não apresenta alternativa,
Se a ela, não acompanhar a possibilidade,

A forma para ser colocada em prática,
E a força para saber se posicionar,
E ao escolher o amor como protetor,
Não houve temor do qual não saísse vencedor,

Pois não correr riscos por medo de fracassar,
É uma tentativa inútil de se privar de amar,
E feito uma promessa de tocar os céus,
Vi na mensagem de coragem de um filme,
Uma centelha da imagem de Deus,
Li um poema que retratava o amor em seus versos,
Como se as palavras do criador as tivessem escrito,
Ouvi a música que embalava os propósitos,
Como se a escritura sagrada a houvesse direcionado,
E de repente, nada mais pertencia ao acaso,
Como se tudo já tivesse sido escrito 
Pelas mãos do altíssimo.

domingo, 16 de julho de 2017

Para Sempre

Em certa manhã ensolarada,
A lembrar o encanto de um poema,
Feito o abraço de uma música
Com sua bela sinfonia,
O tempo aparentou serenar,

Tão logo uma flor me chamou a atenção,
E no peito o amor acelerou minha pulsação,
Por mais estranho que pudesse parecer,
Mas a lembrança de seu rosto me fez sorrir sem perceber,

Aliás, amor nem parecia a palavra apropriada,
Pois ao refletir sobre o brilho dos seus olhos,
O enlevo dos seus lábios saudados em um sorriso,

A maciez de sua pele,
A textura de sua voz aveludada,
Seria fácil confundir-lhe
Com uma arma de destruição em massa,

Da qual nem o tempo ou a distância
Concederia imunidade,
Além disso, indiferente de como 
meu pensar se iniciasse,
Com você como alvo, 
sempre terminava em um para sempre,

E contrariando qualquer regra,
Decidi por me declarar,
E se meu amor parecesse pouco,
Para ofertar como garantia,
Sem dúvida eu pagaria o preço,
E lhe entregaria minha alma.

sábado, 15 de julho de 2017

Respeito!

Não pediu minha autorização,
Agora não conte com minha aprovação,
Não importou minha opinião,
Então não vem pedir perdão,

A vida tem suas próprias consequências,
E eu sou uma pessoa humana,
Não sou obrigada a concordar,
Por ser a forma como pensas ser certa,

Respeito sua atitude,
Mas em letras gritantes,
Defino sua decisão,
Como ferina ao meu coração,

E se antes não quis dividir,
Porque agora importa o meu sentir?
E por favor, não vens falar de amor,
Só porque entregou meu peito a dor,

Se desde criança fui machucada,
Porque pensas que agora preciso ser amada?
Estou farta de tantas cicatrizes,
De pessoas que ferem alegando proteger,

O meu grito é por respeito,
Só por isso luto por meus direitos,
E você me deixou sozinha,
Largada a própria sorte,
Agradecendo a cada dia,
Por resistir a cada encontro com a morte,

E agora que machucou,
Acha que concerta por falar de amor?
Saibas que se fosse questão de perdão,
Nem à minha alma concederia absolvição.

A Flor

Com a dor no coração,
Uma flor foi ao chão,
A despedaçar-se sobre o solo,
Feito o amor que agora dilacera meu peito,

Amor que com a mesma intensidade que te entreguei,
Hoje fere minha alma como nunca imaginei,
Por você me fazer acreditar em sonhos que nunca antes sonhei,
Mas sem dar a oportunidade para me defender,

Decidiu pelo adeus sem ter um porquê,
Feriu os sonhos que também eram seus, me abandonando ao sofrer,
Hoje eu sei que o brilho dos seus olhos,
Nunca emitiu além do meu reflexo,

Como um espelho sem conteúdo,
Que devolve a imagem por ser vazio,
E quando acreditei nos seus sentimentos,
Nunca pude ver além do meu amor,
Que por ser demasiado intenso valia por nós dois,

E crer nas palavras que você pronunciava,
Foi fácil por ser a fala que meu coração ansiava,
Vi o que não existia 
Por amar além do que você retribuía,

Agora sei que usou o calor do seu abraço,
Apenas para deixar um espaço 
em meu peito,
E a doçura dos seus lábios 
ao me tocar com um beijo,

Veio embebida em veneno,
Feito uma adaga a ferir meu peito,
E agora, na angústia das minhas lágrimas,
Busco acalentar o vazio onde foi seu lugar.

A Plantação de Pêra e Maracujá

Os pais de Pitelmario Fizeram uma linda plantação, Araram o campo, Jogaram adubo, Molharam a terra, Então, plantaram pêras...