Diga-se de passagem
Que ele não fazia o tipo: perfeito cavalheiro,
Porém, como era um grande homem!
Sim, e muito belo.
O fato é que garotas más não temem,
Se apaixonam e isto bata!
Quando acrescento que ela o amava,
Considere que não era pouco...
Ela aproximou-se, antes do beijo
Ofereceu a mão em apreço,
Bonito cumprimento,
Ainda lhe veem as lágrimas sempre que lembra,
Ele buscou sua mão,
Beijou-a enternecido e roucamente,
O coração ficou irreparavelmente debilitado,
Apaixonou-se de longe a agora de perto,
Queria-o, de alguma forma queria-o e muito,
Não houveram tantos abraços,
Ou talvez sim,
Houve o suficiente,
Disso ninguém duvidaria,
Havia rumores de casamento e felicidade pena,
Haviam apostas de tudo dar certo,
E de fato, não tardou a se concretizar,
Sorrisos, beijos e promessas foi o bastante,
Uma bela festa e muitos convidados,
Os melhores votos e mais sinceros,
Já lhe contei tudo o que soube sobre o passado,
No presente, certa vez,
Acordo-me atemorizado,
Confiro na janela e ouço gritos e com os gritos,
Uma beça moça que se colocava a correr pela rua,
Atrás dela o seu belo moço,
Parecia arrependido do casamento,
Não haveria outro rumor na rua com certeza,
Eu não disse nada,
Demorei a abrir a janela,
Mas abri-a e me pus para fora,
O rapaz se distanciou e deixou-a a chorar pela rua,
Descabelada, despida, descalça e indefesa...
Sórdido fim a um amor tão perfeito,
Noto que ela escondia uma mão,
Talvez, onde um dia esteve a aliança,
Vi ao longe a aliança brilhar com ele – as duas,
Ela chorava e soluçava,
De repente, me olha com olhar assustado,
Então, simplesmente me conta sem que eu diga nada:
- moço, ele tocou minha mão,
Eu recusei a entrega-la,
Ele puxou-a de mim como se não me pertencesse,
Tinha na mão uma faca,
Me pedia pela aliança,
Eu não conseguia entrega-la,
Sei lá, não podia pensar,
Não conseguia entender, estava tremula,
Então ele segura-a,
Empurra a faca e a tira,
Assim, com um pequeno corte apenas,
Já nem está visível,
Mas, me coração parece sangrar,
Estou sofrendo,
Meu Deus – eu sofro!
Agora, sinto como se não pudesse vê-la,
Eu a tenho, não a tenho?
(Eu continuo a olhar embasbacado,
Como não falei antes,
Nem agora conseguia o fazer)
-A mão moço, eu tenho não tenho?
Você vê se minha mão está comigo?
-Sim, sim. Sua mão?
Sua mão lhe pertence!
Mão e aliança, eu acho,
Bem, bem, bem... (me calo!).