Raramente essa pessoa
pensa em brevidade,
De um instante, um abraço
ou beijo,
Porque Deus ocupa sua
mente,
Seus lábios, seu corpo e
seu abraço,
Destes há outros males,
Dentre pesa em demasia o
amor,
O amor dá carinho, paixão
e segurança ao homem,
Mas quando deixa apenas a
saudade,
De tudo o que entregou a
falta é o que fere,
De modo que nada agrada
aos olhos,
O sono foge para longe,
Pensar não satisfaz,
buscar não basta,
O reencontro é temido,
O amor permite desfrutar
destas coisas,
O querer de um abraço,
E o medo de tê-lo de
volta,
Desejar estar perto,
Mas não conseguir
enfrentar o olhar,
Houve outras a desfrutar
seu abrigo,
Agora, já não parece mais
estar seguro,
Isso não faz tanto sentido,
Quanto é terrível.
O relógio passa as horas,
Meia noite, duas e o sono
não chega,
Fecha-se os olhos e tenta
enganar-se,
Como sempre fora,
Cobertor sobre o corpo
desnudo,
Travesseiro aconchegado,
Imóvel e buscando não
pensar,
Eis que mãos quentes te
buscam,
Um estremecer de
estranhamento,
Um cobertor é removido e
atrás dele um travesseiro,
Os olhos desacostumados
com a luz piscam,
Uma mão busca seu seio,
Um arfar denuncia – medo,
Um mover de corpos e cá
está – o ex,
Ele sorri e fala qualquer
coisa com uma boca estranha,
Há nela um sorriso que
não se reconhece,
Três calcinhas são expostas,
Logo abaixo do seu nariz,
Um odor desagradável,
Reconhece-se a quem
pertencem,
Porém, não mais que isso.
-Lhe trouxe de volta, não
serviu!
Ele senta-se na beira da
cama,
Com isso lhe empurra para
o meio,
Seu corpo fica levemente
dolorido,
-Não me parecem as que
lavei a algum tempo.
Ela diz, olhos baixos,
busca o cobertor.
-Pois é, você sabe eu te
deixei,
E ao sair quis te privar
delas,
Achei que lhe ficavam
bonitas...
Ele fala, a voz falha,
Há nela muitas coisas não
há medo,
Não há respeito, muito
menos dor.
Bem, há outra, sabe-se –
há outra!
-Bem, eu não gostava
tanto... delas.
Ela diz e retorna a
deitar-se.
Ele insiste em puxar o
cobertor,
Quer revê-la e bem –
aprecia-la,
-Eu, não me sinto bem
para o que eu não estava,
E (pega a calcinha e a
coloca),
Fico melhor com ela que
sem, verdade.
Vira-se e o sono chega,
De alguma forma.
Uma mão a puxa.
-Não me toque.
Um tapa sobre ela,
Ela choca-se contra sua
cara,
E ele fica, acredita que
pode ficar...
As horas correm, quatro
horas e ele parte.
Ele sai, busca o que ela
não conhece,
Ela pensa que ele finge
uma vida que não tem,
E que neste fingir ele a
coloca...
Ela abre os olhos e vê o
teto sem cor,
As paredes acompanham sem
vida.
Porém, ela não é isso,
Não apenas isso,
Sente pena,
É cabível outra coisa?
-Não amo.
Eu não sou capaz disso.
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