segunda-feira, 13 de março de 2023

Um Dia, Se Encaixa

 


Fazia naquele dia 13 anos,

E o dia estava bonito lá fora,

Um sol ardente e gotas de esperança,

Não aparentava haver nuvens – nada nublado,


Mas, pássaros dançavam entre si,

Ela com seus olhos verdes e tristes,

Ele com aquele cabelo dourado quase bonito,

Os raios queimavam contra seu rosto,


Um brilho molhado exalava dele,

A boca levemente contorcida para o lado,

Denunciava um sorriso que morava ali,

E que, raramente desaparecia,


Era mais que uma marca registrada,

Ele com aquele suave sarcasmo,

Parecia se divertir de cada história,

Porém, no seu toque residia a repulsa,


Mesmo que ela tentasse não demonstrar,

Não foi o tempo que deteriorou esta história,

Talvez, até o final você entenda,

Mesmo que em poucas linhas,


Porque ela jamais conseguiria explicar,

Do que sentia ao que existia havia uma ponte,

A qual já estava quase intransitável,

Distante e quase em ruínas,


Havia mais crenças nesta ponte

Que qualquer outra coisa,

A crença no convívio da realidade,

Juntas e díspares,


Dizem que homens são fortes e intensos,

Porém, gostam de revestir-se de orgulho,

Cobrem o olhar com um tom desconfortável,

Um quê de prefiro evitar para mulheres desavisadas,


Quase sempre ela preferia ficar sentada,

Muito quieta,

-Você quer dizer não posso?

Ela indaga, embasbacada,


Contudo, já não entende as próprias atitudes,

Olha para ele, diretamente:

-Com isso?

Ele parece não entender a pergunta.


- Por favor... só quero dizer, digo entender,

Seria má vontade... da sua parte... bem,

Prefiro dizer que é má sorte.

Ele não parece estar no mesmo lugar que ela,


Se sente sorrateiro, arredio e esperto,

Há no homem sempre um sentimento de esperteza,

Este, contudo, nem sempre o pertence,

No entanto, ele acredita fielmente em si mesmo.


Amar um alguém, deve ser diverso,

Diverso do que se diz amor... ?

Não tarde e ele vira o rosto para o lado oposto,

Então, retorna abrupto.


A vê inerte e ainda sentada – arredia,

Pega o rosto dela entre suas mãos e o vira,

Este toque também a acerta no pescoço,

No mesmo instante,


Ela já não o vê com as mãos fortes de antes,

As mãos acolhedoras que se estendiam a ela,

As mãos que sempre estariam ali para ajuda-la,

Para aconchega-la,


E percebe neste instante que de fato estão fracas,

Mas seu pescoço dá um estalo,

Seu rosto arde - ferido,

As mãos dele abertas se afastam,


E seu rosto bonito quase se parte,

Quase apaga aquele sorriso de lado,


Ela entende o quanto ele odeia isso,

O fato de sempre que ela o contempla,

Ainda guardar o mesmo sorriso de outros tempos,

Aquele que um dia ele alegou:


-Uau, como você mantem esta sua cara?

-Hã, como? Desculpa, quando você fala parece que não entendo.

Este sorriso que de longe está quebrado,

Pois está sempre aí,


E de perto está perfeito...

É que, não se desloca.

Então, seu sorriso fica... sem razão ou motivo.

Mesmo que ela não queira,


O sorriso que permanece está manchado,

Ela chora e percebe isso,

Apenas não consegue controlar,

O pescoço parece queimar,


Mas ela se cala e evita olhá-lo,

Então, ele percorre com as mãos o corpo dela,

Ela sente uma dor incomoda percorre-la,

De repente ele a pega com força e tenta puxá-la,


Tentativa fútil de ergue-la,

Parece querer jogá-la feito um móvel,

Mas, as mãos que se apresentavam fracas,

De fato estão, então falham.


E ela ri disso.

Um riso incontrolável e sarcástico.

Permite-se cair no sofá e ri – descontrole.

-Quanto orgulho, heim?


Ela diz enquanto levanta o próprio corpo,

Não usa as mãos ou os pés,

Apenas o tronco do corpo – se reergue,

Parece estranho pensar estas coisas,


Mas, parece-lhe que algum dia faria sentido.

­-Take on me.

Quanto de orgulho heim?

De mim ou de você?


O encara de frente e segura.

Ele sai sem dizer nada,

De forma afoita e desafortunada.

Ela é tomada por um sentimento de pena.


Três dias após isso,

Abre a porta e limpa a casa – livre,

Ele partiu para longe agora- aparência.

-Take on me.


Um riso solto jorra alto do seu lado.

Ela toma um susto ou finge para si mesma,

Não sabe.

-Ah? Três dias de sumiço,


A felicidade não dura tanto...

(Um muxoxo no sorriso)

Fugiste, do trabalho todo este tempo?

-kkk, quatro dias para você, querida...

Há quatro que não voltei a trabalhar!


Ele parece feliz do que diz e seus efeitos.

-Bem querido, quatro para o trabalho,

Para eu são três mesmo,

E três bem contados.


Encerra o que faz,

Ele junta a sujeira e joga contra seus pés...

Já não atinge,

Parece que em tudo isso não há um objetivo...


Ela continua e o vento ajuda.

Tudo está como está,

No lugar certo.


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