Recorda-se entretanto,
E relembra-se a algum tempo,
Ainda, sem dúvida,
Sem lágrima alguma,
Contudo com saudade,
Arrepio na pele e nostalgia,
Não quer-se reviver aquele instante,
Não ainda;
Quer-se mais que isso,
Quer-se um beijo para sempre
E para toda a vida,
Sem haver regras,
Nada de modelos ou estereótipo,
Sem beijos de momentos,
Há neste caso muito mais que sonhos,
Também não definiria objetivo,
Antes de seus beijos,
Os segundos não eram indesejados,
Agora, porém, não me vejo em nenhum lugar,
Como gostaria de estar com ele agora!
Ainda que seja duro estar com outros homens,
Como me sentirei a aquecer meu belo corpo em outra
pele?
Não, não me vejo como me via antes,
Nem me satisfaço com tão poucos instantes,
Meu coração se tornou exigente,
Minha alma chama por seu nome,
Já nem tento mais me enganar,
E quanto a maldição de fechar os olhos?
Não, já não dá certo mais,
Sim, preciso de seu rosto e muito!
Gosto de tê-lo por entre as minhas mãos,
Quase tanto quanto tê-lo entre as minhas pernas,
Penso se tratar de um conjunto,
Rosto, pele, nome e outras coisas:
-Ah, sua boca!
Como a sua não há nenhuma outra,
De que adianto o imitar?
Eles tentam copia-lo e eu vejo,
Me sinto satisfeita,
É claro.
Eu gosto do esforço,
No entanto, não me agrada,
Ao final, o procuro.
Até mesmo o sol se arrasta no tempo para vê-lo,
Cada vez que ele cruza a rua,
Eu vejo que o dia tem segundos a mais,
Quase minutos, eu sinto,
Todavia, as vezes passa disso,
Eu sei o mundo aos seus pés é pouco,
E eu poria,
Ah, se pudesse pô-lo.
Joaquim é apenas a lua desta que fala,
Se o amo?
Me veja agora,
Estou em sofrimento,
Sangue negro e arredio corre por minhas veias,
Meus olhos cobertos de dor quase gotejam,
Belos os beijos que estou a recordar,
Queixo-me dos homens,
Maldito o tempo que passa,
Destruidor foi aquele que me afastou dele,
Ah, se ele soubesse o quanto eu amava,
Quem sabe teria pensado outra vez antes de o fazer,
Talvez se apiedasse desta que sente,
Chora, clama mas não o vê,
Sorte tem o sol não a lua,
Eu em seu lugar eu também me arrastaria.