No ano em que o rei morreu,
Eu vi e muito o seu nome ser exaltado,
E a felicidade enchia meu peito,
O coração chamava-o,
Acima de ti nem os serafins,
Mesmo que tenham seis asas,
Ou se guardassem seu sorriso – enfim,
A felicidade estampava meu rosto,
Com dois de seus sorrisos eu flutuava,
Ao som do batente da porta eu tremia,
Desejava-o, esperava-o,
Mas um dia o templo ficou cheio de fumaça,
E tudo que planejei para nós pareceu distante,
O altar que eu lhe ofertava,
As rosas que desabrocharam,
Tudo caiu em ruínas,
E pior que isso,
Não senti que você se importava,
Então gritei: o amo e você sabe disso!
Ai de mim,
Estou perdida por amar tanto assim?
Que estes lábios tornem-se impuros,
Não ei de amar outro da mesma forma,
Que toda jura de amor soe em falso,
Não, não aceito em meu abraço outro,
Que jamais eu seja ouvida,
Se a outro o jure ser prometida.
O amo, por Deus o amo!
Os meus olhos encontraram o Rei dos meus sonhos,
Meu abraço provou do amor que proponho,
Este amor que tanto acredito,
Já foi meu – sim, já o vivi,
Oh doce amor Rei e Senhor dos Exércitos!
Toma-me, guia-me,
Busca nele o sim!
Como ele tocou minha boca e disse:
-Sua culpa por este beijo é removida,
Seu pecado por este abraço é perdoado,
A amo e aceito que senha minha,
Por toda a vida não ei de olhar para o lado.
Foi então, que ele levou uma pedrada na testa,
Caiu para trás,
E só levantou depois de muito tempo,
Nisso eu corri assustada e fui embora,
Não olhei para traz por medo de desgraça,
Ao levantar-se ele acordou com amnésia,
Esqueceu de tudo,
E principalmente que me amava,
Talvez, nisto tudo,
Ajude o fato de ter acordado vesgo,
Talvez não,
Ainda agora reflito,
Mas que o percebo olhar para os lados,
Isso sim, não ei de duvidar disso...
Mas o amor, o amor é isso!
Reflito e mantenho distância,
Ele não lembra de nós,
Que me importa o agora?
Sim, o amo.
Em meu rosto o sorriso é o que mais toma forma,
Nele o revirar de olhos por todos os cantos,
Não duvidaria do seu amor,
Isso é certo.
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