quarta-feira, 24 de maio de 2023

A Sua Boca


Em trezentos dias,

Ficará muito distante para chamar de amor,

Porém, o guardo na lembrança,

Não os dias – os sonhos.


Ruína daquela que ama,

Mas, sempre que cruzo por ele,

Tudo em mim ressuscita,

Sempre busco um aceno – contato,


Com certeza meu amor resiste,

Já não tenho a esperança de que ele recorde,

Ou que note meu esforço,

Não é nada forçoso amá-lo,


Peço sempre a Deus um sinal milagroso,

Ou sorriso mais caloroso ou aceno,

Mas sempre tudo parte de mim,

Eu fico a espera-lo,


Penso que ele sabe.

Não, isso não é abusar daquela que ama,

Abuso é não vê-lo,

Por isso Deus sempre me dá um sinal,


Eu saio a esmo a passeio e o encontro,

Há tantas que buscam um encontro e não o têm,

Mil ligações perdidas,

Para ao final encontrar apenas um rapaz de troca de rua,


Que a evita,

Isso sim é triste,

A boca que busca o beijo não o encontra

E não se basta.


Eu aprendi a rejeitar o erro e aceitar o que é certo,

Espero que um dia chegue o dia em que ele saiba,

Bocas que vivem a beijar um dia se cansam,

Até mesmo as terras de reis podem ficar desertas,


A dele, um dia, há de me chamar...

Não, não penso estar errada.

Eu posso esperar.

Serão dias como nunca houve,


Desde que sua boca era apenas minha,

Repousaremos em chão íngreme

E rochas não machucarão nossos pés...

Neste dia,


Eu irei assobiar e ele estará lá,

É certo que sim.

Mesmo aos pés de espinheiros haverão cisternas,

Poxa, como gostaria que nenhuma boca


Tivesse sede, ou a conhecesse...

Gostaria quase mais disso do que tê-lo,

Isso me recompensaria.

Não precisar de arco e flechas,


Abaixo do espinheiro, bem ali,

Estará a água e nela a fartura.

Bois a solta com homens a lavrar a terra,

Sonho com isso!


Paro a caminhada e olho para o lado,

O vejo parado,

Parece que anda comigo – ou sonha,

Não disfarço o sorriso,


Apenas saio de perto – desvio.

Ando devagar e vejo uma sombra comigo,

Diminuo o passo...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A Plantação de Pêra e Maracujá

Os pais de Pitelmario Fizeram uma linda plantação, Araram o campo, Jogaram adubo, Molharam a terra, Então, plantaram pêras...