domingo, 8 de novembro de 2020

Saudade

Querido diário, amigo de todas as horas,

Eu não teria conseguido reescrever esta história,

Sem contar com essas doces lembranças,

Que me buscam noite afora,


E é claro, sem contar com toda a sua displicência,

Da letra morta enterrada no cemitério

Das lembranças, tirei esse momento,

Reavivando nestas rasuradas escrituras,


Para que talvez, algum dia,

Eu possa reviver tudo que um dia

Sonhou, a tempos atrás, aquela doce menina,

Chegou agora ao meu rosto,


Um cheiro meigo de algum lugar distante,

Sim, a brisa me trouxe, também, o seu beijo,

Tremula, sinto arrepiar a pele,

Para esta estranha temporada de primavera,


O beijo do amor verdadeiro,

Aquele que vivenciei a muito tempo,

Voltou com gosto suave em meus lábios,

Não o sentia a tanto tempo...


Por que voltou agora que já parecia esquecido?

Os detalhes acerca de tudo o que senti,

E a experiência do seu abraço,

É coisa que guardarei para mim,


Espero que me perdoe pelo segredo,

De fato, é um caso que guardarei para os meus sonhos,

Escondido até mesmo de você, meu amigo inseparável,

Afinal, o que as suas folhas em branco


Fariam ao tomar conhecimento de algo tão profundo?

Acaso soltariam um breve suspiro?

Olhariam para as estrelas com aquele ar apaixonado?

Não, me perdoe: mas há coisas que merecem estar guardadas,


Porém, jamais esquecidas, além de que, como poderia?

Eu havia beijado a boca de um perfeito cavalheiro,

Mas isso não é coisa para o cinema?

Homens como estes não se acham em qualquer destino,


Que sorte a minha, ele ter me escolhido em meio a tantas outras,

E eu o amava, tive certeza desde o primeiro dia,

Mas finais felizes, como você já tem conhecimento,

Não pertencem a meninas encantadas,


Ficam presos nas páginas de um livro velho, empoeirado,

Daqueles que nunca se tira da estante,

Mas agora, neste exato instante,

Me sinto perder o controle das minhas emoções,


Não há tempo para conter as lágrimas,

Me vejo soluçar aqui mesmo,

Sinto-me sangrar por dentro,

E por Deus: como dói este amor ausente,


Será que a minha alma poderia escapar por meus olhos

Em lágrimas embebidas no veneno da saudade?

Isso não é tão fácil responder,

Porém, algo aqui não se encontra inteiro...


Cada parte minha sangra a dor da saudade,

Bem, só pode ser psicológico,

Pois um beijo acontecido a tanto tempo

Porque reavivaria tanto assim meu coração adormecido,


A beira de deixar-me em um tormento?

Nas garras de algo letal como este amor que sinto,

Embora nunca tenha me considerado uma pessoa normal,

Estou certa de que agora que o amor me tomou,


Não quero, nem procurarei outra saída,

Me entregarei a ele como uma loba,

Ou algo selvagem, como se revive-lo fosse minha tabua da salvação,

Um destroço arrancado de um navio com histórias de criança,


Naufragado em um tempo já esquecido em minha lembrança,

Feito histórias de pirata para assustar pessoas desavisadas,

Fechei meus os olhos, por um longo momento,

Pude assim, ouvir a masculinidade da sua voz,


Estava rouca, triste, seriam lágrimas

O que a trouxe de volta?

Por Deus, por um momento cogitei a palavra saudade...

Mas isso não são sentimentos para a minha idade,


É claro, você sabe: sempre gostei de brincar com as palavras,

Mas acreditar que ele também me amava?

Aí já seria um exagero de um pobre coração apaixonado,

O mesmo que ainda bate acelerado a cada marcar do relógio,


Daquele horário marcado em que nos víamos,

Ah, como contava cada segundo para tê-lo aqui comigo...

Mas isso são planos que não merecem serem escritos,

Não por não serem esperados até hoje, em cada momento,


Mas por medo de que as mãos do destino,

Desejem contrariar os sonhos desta que ainda ama,

Com a mesma intensidade daquele tempo esquecido,

Apenas sonhos, assim se resumiriam aqueles doces beijos?


Eram sonhos então? Aceito a honra de me permitir sonhar um amor verdadeiro,

Me pego desprevenida ao ser tomada por essas emoções desconhecidas,

Essas lembranças me fazem imaginar coisas utópicas,

Pensando bem, querido amigo diário,


Vestirei minha alma e roupa de dignidade

E me dirigirei para um pouco mais adiante

Sentir o olhar daquele homem,

A quem amei perdidamente


Vale a distância... não vale?

Ficarei ali, a espreita,

Quem sabe ele não me dirija uma investida,

A chance única de reavivar aquilo tudo que as lembranças


Agora, com força desmedida, abraçam em minha alma,

Com a ousadia de quem acredita em sonhos, amor, filhos, família?

Oh Deus, me sinto louca, só assim tudo se explicaria,

Ah se eu pudesse ser dona de um sorriso que fosse em seu olhar,

Com toda a força da minha alma Eu te Amo poderia lhe falar.

Lembranças

 

Há tanto a ser lembrado sobre o que aconteceu

Naquele baile de certa noite de outono,

Que nem sei por onde começo a lembrar,

Mesmo sem haver uma única linha escrita,


Sobre a noite do beijo que levarei para uma vida,

Não há como esquecer nenhum detalhe,

Mesmo que eu não sentisse algo assim tão forte,

Mesmo que ele não soubesse beijar tão bem,


Mesmo que aquela música não tocasse

Naquela exata hora em que ele puxou minha mão,

Com um único gesto, lento e elegante,

Levando-a até o seu coração,


Pareceu-me naquela hora que ele estava

Me ensinando o caminho,

Contudo, quem há de olhar para aqueles olhos

Sem se apaixonar no mesmo segundo?


Ah doces lembranças, continuem pairando

Trazendo seus carinhos junto ao calor dos meus lábios,

Tragam-me, de beijo a beijo, quero de novo prova-los!

Lá estava eu, olhando pelos cantos indiferente,


Então ele chegou, e tudo pareceu se transformar,

Se isso não for amor, me digam o que é...

Falem-me mesmo que em um sussurro aos meus ouvidos,

Conseguem ler a pergunta que há em meu olhar?


Ah, queridas lembranças que te mantem aqui,

Como é doce traze-lo um minuto a mais junto a mim,

Tudo que essas lembranças desejam é tocar seu rosto,

Sentir o calor do seu abraço apertado,


Contar sobre a vida em um pacto silencioso,

E, talvez, dar-se ao direito de ama-lo por inteiro,

Provar cada parte sua no toque macio dos meus dedos,

Será que é isto que me reservou o destino?


Quando olhei no brilho das estrelas naquela mesma noite

Imaginei que algo nelas brilhava diferente,

Então, por qualquer razão seus olhos bondosos,

Me chamaram a atenção de forma contundente...


A distância, agora, pesa em meus ombros,

Nem um suspiro, caiu sobre mim o silêncio,

Meus sonhos tomam de assalto meus pensamentos,

Me permiti sonhar alto, macio e suave:


Em minha mente uma única imagem:

Lábios sedentos, beijo insaciavelmente saboroso,

Mãos hábeis sobre o meu corpo,

Nunca é demais repetir quando a lembrança é boa,


Ali, podia beijá-lo por mil vezes,

Nunca cansar-me de provar o sabor da sua boca,

O ruim da lembrança é que ocultava seu cheiro,

Trazia seu toque mas não de forma tão palpável,


Meu corpo quente exige mais que isso,

Anseio por seus carinhos de maneira ardilosa,

Qualquer coisa que reaviva seus carinhos,

Faça-me sentir, uma vez mais, suas mãos acalentadoras,


Meu corpo tremulo de saudade,

Confesso que não me auxilia em nada,

Uma única frase cala-se na minha garganta:

Preciso tê-lo de volta, por pelo menos uma outra vez,


Olhei para longe da minha janela,

Mordi o lábio,

A chuva se aproximava,

Ali fiquei, imóvel, por algum tempo,


Não parecia a hora certa de procura-lo,

Como se ouvisse o pedido do meu peito,

Seu carro estacionou junto ao pátio,

Deus existia afinal e ouvia meu pedido:


O homem que imaginei não poder ter,

Mas sem o qual, não saberia viver,

Estacionava a minha espera...

Com aquele sorriso lindo que eu, tão bem, conhecia,

Refletindo seu sorriso, o chamei para entrar.

sábado, 7 de novembro de 2020

Áudio

Ela mordeu os lábios,

Provando o sabor do beijo,

Que acontecera a quanto tempo?

Não saberia precisar, porém, podia senti-lo,


Doce e vagaroso em seus lábios,

Passou os dedos sobre o rosto,

E ali pode sentir seu cheiro,

O trouxe para mais perto...


Fechou os olhos, poderia vê-lo,

Sua presença ainda preenchia seu pensamento,

Aonde quer que olhasse, via-o,

Sempre com aquele sorriso meio de lado,


Com aquela carinha de quem sempre

Sabe muito mais do que quer dizer,

Piscou um instante, apesar de senti-lo,

Ele não estava ali, não de verdade,


Sentia-se confusa, porém desejava sua presença,

Pensou em chama-lo,

Mas ela sabia dentro do seu peito,

Que não seria seguro para ela


Tê-lo assim tão perto,

Um homem que apenas com um olhar,

Era capaz de fazer com que seu bom senso

Voasse para muito distante dela...


Sentiu dentro de si algo que definiria como desejo,

Na verdade, desejo não era a palavra adequada,

Talvez paixão ou algo mais forte

Pudesse defini-lo com mais propriedade,


A pergunta que não quer calar,

Mas soava alto em sua alma:

Seria capaz de resistir a distância que os separava?

Se a cada passo seu muito mais ansiava


Por cada olhar, toque, cheiro, sabor...

Parecia mesmo que ele tinha sido feito para ela,

Algo imaginado e retirado da página de um livro,

Algum romance de mocinha apaixonada,


Palavras rasuradas de um coração sonhador,

Meras letras juntadas da alma de uma menina,

Letra viva que agora corria por toda a sua alma,

E emergia em seus pensamentos,


Gestos, fala... como queria ouvir sua fala,

Não teria como esperar,

Sua voz melodiosa ecoava por toda sala,

Ansiava por sua presença maciça,


Se ainda lhe restasse um mínimo de bom senso,

Evitaria este homem, ele e sua força arrebatadora,

Era exatamente o que iria fazer,

Afinal sempre soubera agir sozinha...


Sentou-se e olhou para a porta devagar,

Imaginou-a se abrindo e ele entrando

Vestindo seu belo corpo de forma indolente,

Chegou a vê-lo olhando-a com seus olhos azuis brilhantes,


De um jeito profundo como se buscasse algo,

Se agarrou a isso, e rendeu-se ao desejo

De busca-lo por, pelo menos um momento,

Qualquer tempo ao seu lado era um passo ao paraíso,


Um mergulho rumo ao infinito,

Que ela desejava como nunca antes,

Pegou o telefone e enviou um áudio,

- Desejo vê-lo, sinto muita saudade,

Disse-lhe com voz rouca aveludada,

Demorando-se, um pouco, na última palavra...

Aperto de Mãos

 

Quanto ao amor que avistou nos olhos dele,

Ela confessa que pouco sabe sobre o assunto,

Porém, um segundo ao seu encontro,

A fez arrepiar a pele,


Ela sempre preferiu uma vida solitária,

Nunca se imaginou amando,

Muito menos dessa forma desmedida,

Ele era lindo, não havia como negar,


Inteligente, parecia abraçar com o olhar,

Ela confessa que pouco pode pensar,

Pois frente a ele, ela mal conseguia respirar,

Tamanha emoção que em si pulsava,


Mas, sem dúvida alguma,

Ele era o homem perfeito para se casar,

E quem sabe, algum dia,

Num futuro próximo,


Digamos... na distância de alguns metros,

Ela poderia enxergar seus filhos,

No doce azul do seu olhar,

Não, ela não permitiria deixa-lo partir,


Precisava conversar, falar sobre o que sentia,

Ela o viu virar o rosto e pronunciar algo,

Em um tom rouco, grave e melódico,

O que ela sentiu foi um arrepio em todo o corpo,


Havia algo de amor naquele som?

Ela correu os olhos por seu corpo,

Desejou cada centímetro dele,

Como se percebesse ele levantou os braços,


Eram fortes, grandes, e seu peito parecia ser feito para ela,

Como ela queria alguém que pudesse abraçar,

Alguém para chamar de seu,

Percebeu isto desde o primeiro momento


Em que cruzou com aqueles olhos profundos,

Ele mordeu os lábios, olhos azuis brilhando,

Então ela se dirigiu até ele,

Roçando de forma descuidada


Em seu braço esquerdo...

Não deixando de presenteá-lo com seu melhor sorriso,

A expressão enigmática no rosto dele desapareceu,

E ela pode avistar um toque de... carinho?


Ela riscou com o pé o chão de terra, desconcertada,

Ele a intimidava, ela gostava disso,

Ela mordeu o lábio tremulo de um sentimento

Que ela sabia: não poderia controlar,


Sorriso por sorriso, olhos nos olhos,

Ela procurou palavras,

Mas o mundo havia parado,

Nada mais importava além da sua presença,


Ela piscou um segundo, confusa com o sentimento,

Então, lhe estendeu a mão,

Cumprimentando-o com voz confusa,

Denunciando o sobressalto do seu coração,


Apertou seus dedos contra os dele,

Não desejava que a soltasse,

Ele se aproximou com sua forma eloquente,

Ela apertou os lábios, como desejou beijá-lo,


Ela tinha certeza de que ele sabia da confusão que causava,

E, por Deus: ela não desistiria,

Sua voz era suave, com um toque macio,

Porém, seu olhar era obscuro quase negro,


Como ela desejou provar a imensidão que ele causava,

Se o seu olhar a despertava desta forma,

Ela gostaria de muito mais que imaginar

O que a delicadeza dos seus lábios poderiam despertar.

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Ligação

Ela parou por um instante,

Abriu a boca querendo dizer algo,

Mas nada lhe veio em mente,

Sentia-se presa a um tumulto interno,


Então, pôs-se a caminhar nervosa,

De um lado ao outro da sala,

Ela o amava sabia disso,

Porém, sentia medo de demonstrar,


Cada vez que ousava querer declarar,

Algo lhe calava a garganta,

E as palavras morriam em sua boca

Tão logo haviam se formado,


Sentou-se em seu sofá,

Cabelo desgrenhado, unha mal feita,

Pegou seu celular e discou seu número,

Dois toques e ele atendeu,


Tão logo ele disse: alô,

Ela estremeceu,

Fez-se um silêncio amedrontador,

Ela achou que ele desligaria,


Porém, reconheceu seu número

E permaneceu a sua espera,

Ela reviveu inúmeras vezes os momentos

Em que passaram juntos,


Conversando feito dois amigos,

Nem precisava fechar seus olhos,

E podia vê-lo com seu sorriso iluminado,

E mais, chegava a senti-lo,


Precisava dele ao seu lado,

Não havia como negar seu sentimento,

Ela tinha poucas certezas em sua vida,

E uma delas era o amor que brotava em sua alma,


Profundo e forte como não poderia definir,

O fato de ele sempre compreendê-la,

De estar sempre ao seu lado,

A importância que ele dava a cada detalhe dela,


Fazia ela sentir que não poderia abandonar ao acaso

Todo o amor que tomava conta de sua alma,

Então, ela mordeu os lábios,

Molhando-os com a língua em seguida,


Seu coração disparou,

Poxa, como desejava beijá-lo!

Mas ali estava ela, emudecida,

Não havia justiça neste mundo?


De que adiantava tanto amor se não podia dividi-lo?

Confidencia-lo, entrega-lo...

Seu coração deu um salto,

Assustada ela levou a mão ao peito,


Estava acometida de alguma doença,

Esta era a resposta mais sensata,

Afinal era mais fácil que assumir estar apaixonada,

Ela teve dificuldade em acreditar naquilo,


Por isso preferiu o silêncio...

Será? Pensou nele por mais um momento,

Desejou seu beijo... será que não valia a pena arriscar?

Uma carícia, um olhar...


Amor, esta palavra lhe parecia estranha,

Um sorriso sonhador lhe moldou o rosto,

Então, molhou seus lábios como se estivesse a beijá-lo,

E desta vez, disse a si mesma: apenas desta vez,


Se permitiria entregar-se a este sentimento

Como se o que sentia criasse vida dentro dela,

Convidou-o para tomar um sorvete,

E a medida em que falava com ele,


Fez como faz tudo em sua vida,

De coração e alma,

- Eu te amo, ela sussurrou mais para si mesma

Do que qualquer outra coisa,


Não pretendia ser ouvida...

Então desligou logo em seguida,

Deixou a resposta no ar,

Se ele chegou a ouvi-la,

Apenas no passeio ela saberia.

Magnetismo

 

Eis um homem sobre quem muito se poderia falar

Sem repetir uma única palavra,

Não, não. Esta informação está um tanto imprecisa.

Bonito, alto, inteligente, certamente garantiria


Seu lugar no diálogo de inúmeras mocinhas,

Entretanto, embora as palavras pudessem ser repetidas,

Ela sabia: faltariam-nas para que pudessem descrevê-lo,

Suas qualidades eram evidentes a qualquer olhar,


Contudo, algo dentro dela a fazia resistir

Ao magnetismo do seu charme letal,

Certamente conseguiria sair ilesa a uma boa conversa,

A uma troca de olhares e queira Deus:


Ao suave toque das suas mãos macias,

Na verdade, ela parecia ser a única mulher

A estar imune ao seu sorriso dominador,

E aquele jeito de menino encantador,


Pois é, realmente a fala calava na garganta,

Nenhuma única palavra proferida

Seria suficiente para fazer jus a sua inteligência,

Embora ela tenha tido inúmeras oportunidades


De vê-lo pelas ruas daquela cidade movimentada,

E deveria admitir: de fato ele era muito bonito,

Porém naquele dia, nenhuma única palavra o definiria,

Ela desviou o olhar e sorriu,


Seus olhos pareciam um pouco mais escuros,

Um olhar tão meigo e direto que despertou

Uma onda de calor por todo o seu corpo,

Sentiu quando seu olhar baixou dos seus olhos


Seguindo direção aos seus lábios,

Levemente entreabertos: estremeceu,

Ele a cumprimentou usando uma voz

Macia, levemente grave e um tanto rouca,


O som se derramou sobre ela,

Ecoando sobre si em uma trilha de arrepios,

E deixando um coração sobressaltado em seu peito,

Sob o seu domínio ela sentia-se confusa,


Sim, de fato estava!

Mas no fundo daqueles lindos olhos azuis,

Havia alguma coisa a mais,

Algo que ela gostaria de encontrar,


E talvez provar ao menos por um instante,

Havia algo profundo, intenso, doce...

Então, ele lhe deu um sorriso contagiante,

Efeito pedra criptonita: sentiu sua imunidade


Escoar pelos vãos dos seus dedos,

Que tremiam, desejando seu toque,

Imunidade a ele? E quem é que conseguiria ter?

Tentou afastar-se antes que fosse tarde,


Por que é que ele parecia pedir proximidade?

Uma centelha de algo brilhou nos olhos dele,

Será que percebia a confusão em sua mente?

Havia nele, uma mistura de humor e interesse,


Ele virou o rosto por um instante,

Liberta do seu olhar apaixonante,

Ela sentiu uma temporária onda de felicidade,

Pouco durou, ele ergueu o queixo convincente,


E com passos decididos se aproximou,

Chegando perto o suficiente

Para que o rosto dela fosse beijado por seu hálito quente,

- É assim que trato a mulher que desejo!


Lhe respondeu, levantando uma das suas mãos

Até sua nuca, a puxando para si,

Ela sentiu-se arder, como se fosse tocada pelo luar,

Ele se aproximou, porém, não a beijou,


Pareceu-lhe que horas escoavam pelo relógio,

De forma lenta, deliciosa e de certa forma agonizante,

Na realidade, o toque durou apenas um instante,

Porém, seu corpo agarrou-se a aquela sensação,


Demorou-se nela, saboreando cada momento,

Havia algo dentro do seu coração,

Algo que nunca conheceu antes,

Ela procurou algo inteligente para dizer,


Mas não houve palavras, nenhuma frase,

Tudo que conseguiu fazer,

Foi olhar no fundo dos seus olhos

E desejar sentir o calor do seu abraço.

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Seu Beijo

 

Sentados, lado a lado,

Ela olhou-o no fundo dos olhos,

E sentiu seu coração bater acelerado,

Morreria de amor,


Mas acreditou não ser capaz de transferir em palavras

Tudo o que sentia no fundo da sua alma,

Ela tinha uma confissão a fazer,

Se é que algum dia conseguiria dizer...


Ela o amava, de forma terna e profunda,

Cada traço seu,

Seus olhos eram os mais lindos já vistos,

Mas tinham o dom de deixa-la confusa,


Amor? A palavra a atingiu como algo reconfortante,

Foi isso que viu em seu rosto, não foi?

Confusa, ela desviou o olhar,

O vento soprava lá fora,


Mas ali dentro tudo parecia estar no devido lugar,

Respondendo ao desejo do seu coração,

Ela o fitou com um sorriso impaciente,

Então, pegou-se a admirá-lo naquele instante,


Disse algo, de um jeito impensado,

Ele lhe respondeu com um sorriso

Que resplandecia seus doces olhos,

Não foi surpresa alguma constatar


Que conhecia cada traço daquele rapaz,

Do brilho dos olhos,

Ao traço fino que contornava seus lábios,

Então, analisou as sardas que cobriam seu rosto,


E desejou beijar cada uma delas,

Seus olhos eram puros,

Ela não saberia defini-los,

Seu jeito era de um homem imponente,


Porém, guardava aquele algo de menino,

Ao fixar os olhos em seus lábios,

Desejou ardentemente beijá-los,

Sentiu um calor que lhe causou arrepios,


Já conhecia seu sabor: suculento e convidativo,

Tinham o formato ideal para um beijo,

Daqueles molhados e demorados,

Do tipo que não se quer acabar,


Ainda podia em si, sentir o gosto,

E seus braços fortes? Eram os ideais para um abraço,

Então desejou recostar-se em seu corpo...

Proximidade? Mas quando foi que ela


Desejou isso com alguém antes?

E por que é que ele a atraia tanto?

Seu colo parecia perfeito para um sono,

Sono? Hum, então isso exigiria um pouco mais de tempo,


Tempo? Ela chacoalhou a cabeça

Tentando livrar-se desses pensamentos,

Parecia estar gostando dele mais do que deveria...

Seus olhos encontraram os dele e ele sorriu,


Sobressaltada diante do que sentiu,

Ela desejou que o faria sorrir para sempre,

O que quer que fosse que existisse nele,

Despertava o desejo de sempre estar perto,


E perto por muito, muito tempo...

Tinha medo de admitir, mas perto o suficiente

Para o tão sonhado para sempre?

Ele era belo, qualquer pessoa admitiria,


Mas, e quanto a sua inteligência?

Cada vez mais a surpreendia.

Não, ela não queria aproximar-se dele,

No entanto, foi o que fez,


Pegou sua mão e a ergueu até que seus lábios a tocassem,

Qualquer coisa para que ele permanecesse

E naquele instante, nunca antes tão forte,

O amor pulsou dentro dela,


Forte e destemido, pegando-a de surpresa,

Distancia nenhuma mais a manteria segura,

Ela o amava, com toda a sua alma.

Te Amo Pra Sempre

Pelos céus da meia noite, Não é cedo, Nem parece tarde, Até vislumbro um céu azul, Baby, prefiro dizer Que vejo você, De v...