sábado, 7 de novembro de 2020

Áudio

Ela mordeu os lábios,

Provando o sabor do beijo,

Que acontecera a quanto tempo?

Não saberia precisar, porém, podia senti-lo,


Doce e vagaroso em seus lábios,

Passou os dedos sobre o rosto,

E ali pode sentir seu cheiro,

O trouxe para mais perto...


Fechou os olhos, poderia vê-lo,

Sua presença ainda preenchia seu pensamento,

Aonde quer que olhasse, via-o,

Sempre com aquele sorriso meio de lado,


Com aquela carinha de quem sempre

Sabe muito mais do que quer dizer,

Piscou um instante, apesar de senti-lo,

Ele não estava ali, não de verdade,


Sentia-se confusa, porém desejava sua presença,

Pensou em chama-lo,

Mas ela sabia dentro do seu peito,

Que não seria seguro para ela


Tê-lo assim tão perto,

Um homem que apenas com um olhar,

Era capaz de fazer com que seu bom senso

Voasse para muito distante dela...


Sentiu dentro de si algo que definiria como desejo,

Na verdade, desejo não era a palavra adequada,

Talvez paixão ou algo mais forte

Pudesse defini-lo com mais propriedade,


A pergunta que não quer calar,

Mas soava alto em sua alma:

Seria capaz de resistir a distância que os separava?

Se a cada passo seu muito mais ansiava


Por cada olhar, toque, cheiro, sabor...

Parecia mesmo que ele tinha sido feito para ela,

Algo imaginado e retirado da página de um livro,

Algum romance de mocinha apaixonada,


Palavras rasuradas de um coração sonhador,

Meras letras juntadas da alma de uma menina,

Letra viva que agora corria por toda a sua alma,

E emergia em seus pensamentos,


Gestos, fala... como queria ouvir sua fala,

Não teria como esperar,

Sua voz melodiosa ecoava por toda sala,

Ansiava por sua presença maciça,


Se ainda lhe restasse um mínimo de bom senso,

Evitaria este homem, ele e sua força arrebatadora,

Era exatamente o que iria fazer,

Afinal sempre soubera agir sozinha...


Sentou-se e olhou para a porta devagar,

Imaginou-a se abrindo e ele entrando

Vestindo seu belo corpo de forma indolente,

Chegou a vê-lo olhando-a com seus olhos azuis brilhantes,


De um jeito profundo como se buscasse algo,

Se agarrou a isso, e rendeu-se ao desejo

De busca-lo por, pelo menos um momento,

Qualquer tempo ao seu lado era um passo ao paraíso,


Um mergulho rumo ao infinito,

Que ela desejava como nunca antes,

Pegou o telefone e enviou um áudio,

- Desejo vê-lo, sinto muita saudade,

Disse-lhe com voz rouca aveludada,

Demorando-se, um pouco, na última palavra...

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