sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Magnetismo

 

Eis um homem sobre quem muito se poderia falar

Sem repetir uma única palavra,

Não, não. Esta informação está um tanto imprecisa.

Bonito, alto, inteligente, certamente garantiria


Seu lugar no diálogo de inúmeras mocinhas,

Entretanto, embora as palavras pudessem ser repetidas,

Ela sabia: faltariam-nas para que pudessem descrevê-lo,

Suas qualidades eram evidentes a qualquer olhar,


Contudo, algo dentro dela a fazia resistir

Ao magnetismo do seu charme letal,

Certamente conseguiria sair ilesa a uma boa conversa,

A uma troca de olhares e queira Deus:


Ao suave toque das suas mãos macias,

Na verdade, ela parecia ser a única mulher

A estar imune ao seu sorriso dominador,

E aquele jeito de menino encantador,


Pois é, realmente a fala calava na garganta,

Nenhuma única palavra proferida

Seria suficiente para fazer jus a sua inteligência,

Embora ela tenha tido inúmeras oportunidades


De vê-lo pelas ruas daquela cidade movimentada,

E deveria admitir: de fato ele era muito bonito,

Porém naquele dia, nenhuma única palavra o definiria,

Ela desviou o olhar e sorriu,


Seus olhos pareciam um pouco mais escuros,

Um olhar tão meigo e direto que despertou

Uma onda de calor por todo o seu corpo,

Sentiu quando seu olhar baixou dos seus olhos


Seguindo direção aos seus lábios,

Levemente entreabertos: estremeceu,

Ele a cumprimentou usando uma voz

Macia, levemente grave e um tanto rouca,


O som se derramou sobre ela,

Ecoando sobre si em uma trilha de arrepios,

E deixando um coração sobressaltado em seu peito,

Sob o seu domínio ela sentia-se confusa,


Sim, de fato estava!

Mas no fundo daqueles lindos olhos azuis,

Havia alguma coisa a mais,

Algo que ela gostaria de encontrar,


E talvez provar ao menos por um instante,

Havia algo profundo, intenso, doce...

Então, ele lhe deu um sorriso contagiante,

Efeito pedra criptonita: sentiu sua imunidade


Escoar pelos vãos dos seus dedos,

Que tremiam, desejando seu toque,

Imunidade a ele? E quem é que conseguiria ter?

Tentou afastar-se antes que fosse tarde,


Por que é que ele parecia pedir proximidade?

Uma centelha de algo brilhou nos olhos dele,

Será que percebia a confusão em sua mente?

Havia nele, uma mistura de humor e interesse,


Ele virou o rosto por um instante,

Liberta do seu olhar apaixonante,

Ela sentiu uma temporária onda de felicidade,

Pouco durou, ele ergueu o queixo convincente,


E com passos decididos se aproximou,

Chegando perto o suficiente

Para que o rosto dela fosse beijado por seu hálito quente,

- É assim que trato a mulher que desejo!


Lhe respondeu, levantando uma das suas mãos

Até sua nuca, a puxando para si,

Ela sentiu-se arder, como se fosse tocada pelo luar,

Ele se aproximou, porém, não a beijou,


Pareceu-lhe que horas escoavam pelo relógio,

De forma lenta, deliciosa e de certa forma agonizante,

Na realidade, o toque durou apenas um instante,

Porém, seu corpo agarrou-se a aquela sensação,


Demorou-se nela, saboreando cada momento,

Havia algo dentro do seu coração,

Algo que nunca conheceu antes,

Ela procurou algo inteligente para dizer,


Mas não houve palavras, nenhuma frase,

Tudo que conseguiu fazer,

Foi olhar no fundo dos seus olhos

E desejar sentir o calor do seu abraço.

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