Ela ainda podia sentir inclusive o cheiro,
Tão vívido estava em sua alma,
Claro que daquele momento não havia decorrido tanto tempo,
Mas pela experiência que ela tinha com relação as suas
lembranças,
Só mesmo o amor verdadeiro para faze-la perder o controle
daquela forma,
Segura, desmedida e determinada,
É certo que de tudo ela lembrava,
Inclusive o vestido rosa que usava
E que pousou de forma tão suave ao chão,
Era de se admitir que ali ficava melhor que nela,
Foi isso que ditou o palpitar do seu coração,
Não foi? Não saberia precisar, porém, naquela noite
Amou como nunca e sentia que duraria para todo o
sempre,
Ela sentia-se queimar no leve toque das suas mãos macias,
Grandes, calorosas e exigentes,
Com suas carícias impiedosas,
Despia seu corpo da mesma forma com que despia a alma,
Sentia-se nua sob o efeito da intensidade do seu olhar,
E ao murmúrio rouco, metálico aveludado e úmido
Da sua fala, ela se entregava por inteiro,
Fosse veneno o que ele possuía em sua lábia,
Ela não queria menos que embriagar-se em sua boca,
Provar cada gota até ser completa e profundamente sua,
É certo que seus dedos eram feitos um papel dobrado,
Ela sentia-se curiosa, contudo saberia dominar-se
Caso desvendasse todos os segredos ali contidos?
Ela pensou em falar algo, porem ao deter-se nele
Todas as suas palavras sumiram do nada,
Bem, talvez estivessem contidas nas mãos dele,
Quem sabe se a tocasse com aquela intensidade,
Tão conhecida e desejada como nunca,
Ela poderia desvendar o que era,
Ansiava por repetir aquela chance única de ser sua,
Mas, as palavras calavam-se na garganta,
Obviamente, ela já não era mais dona de si mesma,
Pertencia a ele, completamente apaixonada,
Queria suas carícias como o sol precisa brilhar,
Não caber-lhes-iam mais desculpas,
Precisava admitir seu amor de alguma forma,
De fato, isso levava a uma confissão,
O amor, até então, era algo adormecido em seu coração,
Esperava que ele fosse sensível para compreende-la,
Aliás, sabia dentro de si mesma que ele era,
Pois a cada carícia parecia consumi-la
Dentro daquele amor que quanto mais tinha,
Muito mais precisava,
Sua alma até então intacta, não foi capaz de resistir ao seu
olhar,
Muito menos as suas carícias,
O fato era que, ao toca-la ele forjou em brasa viva
Uma conexão entre a pele e a alma,
Suas defesas foram calorosamente danificadas,
Bom, de fato, quem resistiria?
Agora, queria desesperadamente dizer que o amava,
Que ansiava por vê-lo lindo, com seus olhos meigos
Irradiando aquela fagulha de luz sobre ela,
Que a despertavam como nunca,
Lembrou o cheiro, o gosto da sua pele macia,
Então, não resistiu e chegou a boca,
Encontrando-a quente e úmida,
Provou nele gostos, carícias nunca antes imaginadas,
E sabia de todo o seu coração que o queria para a vida
inteira,
Sentia-se, guiada pelo vento,
Aquela simples lembrança a reavivava,
Precisava vê-lo, com grande urgência,
Precisava sentir-se segura em seu corpo másculo e imponente,
Olhou para os seus pés descalços,
E apenas desejou que ele pudesse carrega-la,
Guia-la, então, viu-se correndo ao seu encontro,
Da forma que imaginou a tantas semanas,
Sentiu seus braços fortes ao redor dela,
Suas belas mãos acariciando-a,
Amo você, sorriu ao ouvi-lo dizer,
Por Deus que não saberia resistir a sua voz,
Desejava-o ardentemente,
Nem percebeu quando lençóis limpos e macios,
De sua cama, tocaram o seu corpo,
Sozinha ali com ele naquele quarto escuro,
Não sabia corresponder a tudo que sentia,
Demonstrando que sabia interpreta-la,
Ele cobriu a sua boca com a dele,
Ela esqueceu-se completamente o que iria dizer,
Quando se sentiu pressionada por seu corpo,
Ela o amava, sentia isso mesmo sem a influência dos seus
olhos,
Naquele momento, não ajudassem muito,
Abraçou-o entregando-se com todo o seu ser
A aquele sentimento que os dominava,
Apenas me beije para sempre,
Ouviu-se pronunciar sem conseguir resistir as suas investidas.