sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Beijo Suave

Daquele sabor suave que pousou sobre a sua boca,

Ela ainda podia sentir inclusive o cheiro,

Tão vívido estava em sua alma,

Claro que daquele momento não havia decorrido tanto tempo,


Mas pela experiência que ela tinha com relação as suas lembranças,

Só mesmo o amor verdadeiro para faze-la perder o controle daquela forma,

Segura, desmedida e determinada,

É certo que de tudo ela lembrava,


Inclusive o vestido rosa que usava

E que pousou de forma tão suave ao chão,

Era de se admitir que ali ficava melhor que nela,

Foi isso que ditou o palpitar do seu coração,


Não foi? Não saberia precisar, porém, naquela noite

Amou como nunca e sentia que duraria para todo o sempre,

Ela sentia-se queimar no leve toque das suas mãos macias,

Grandes, calorosas e exigentes,


Com suas carícias impiedosas,

Despia seu corpo da mesma forma com que despia a alma,

Sentia-se nua sob o efeito da intensidade do seu olhar,

E ao murmúrio rouco, metálico aveludado e úmido

Da sua fala, ela se entregava por inteiro,


Fosse veneno o que ele possuía em sua lábia,

Ela não queria menos que embriagar-se em sua boca,

Provar cada gota até ser completa e profundamente sua,

É certo que seus dedos eram feitos um papel dobrado,


Ela sentia-se curiosa, contudo saberia dominar-se

Caso desvendasse todos os segredos ali contidos?

Ela pensou em falar algo, porem ao deter-se nele

Todas as suas palavras sumiram do nada,


Bem, talvez estivessem contidas nas mãos dele,

Quem sabe se a tocasse com aquela intensidade,

Tão conhecida e desejada como nunca,

Ela poderia desvendar o que era,


Ansiava por repetir aquela chance única de ser sua,

Mas, as palavras calavam-se na garganta,

Obviamente, ela já não era mais dona de si mesma,

Pertencia a ele, completamente apaixonada,


Queria suas carícias como o sol precisa brilhar,

Não caber-lhes-iam mais desculpas,

Precisava admitir seu amor de alguma forma,

De fato, isso levava a uma confissão,


O amor, até então, era algo adormecido em seu coração,

Esperava que ele fosse sensível para compreende-la,

Aliás, sabia dentro de si mesma que ele era,

Pois a cada carícia parecia consumi-la


Dentro daquele amor que quanto mais tinha,

Muito mais precisava,

Sua alma até então intacta, não foi capaz de resistir ao seu olhar,

Muito menos as suas carícias,


O fato era que, ao toca-la ele forjou em brasa viva

Uma conexão entre a pele e a alma,

Suas defesas foram calorosamente danificadas,

Bom, de fato, quem resistiria?


Agora, queria desesperadamente dizer que o amava,

Que ansiava por vê-lo lindo, com seus olhos meigos

Irradiando aquela fagulha de luz sobre ela,

Que a despertavam como nunca,


Lembrou o cheiro, o gosto da sua pele macia,

Então, não resistiu e chegou a boca,

Encontrando-a quente e úmida,

Provou nele gostos, carícias nunca antes imaginadas,


E sabia de todo o seu coração que o queria para a vida inteira,

Sentia-se, guiada pelo vento,

Aquela simples lembrança a reavivava,

Precisava vê-lo, com grande urgência,


Precisava sentir-se segura em seu corpo másculo e imponente,

Olhou para os seus pés descalços,

E apenas desejou que ele pudesse carrega-la,

Guia-la, então, viu-se correndo ao seu encontro,


Da forma que imaginou a tantas semanas,

Sentiu seus braços fortes ao redor dela,

Suas belas mãos acariciando-a,

Amo você, sorriu ao ouvi-lo dizer,


Por Deus que não saberia resistir a sua voz,

Desejava-o ardentemente,

Nem percebeu quando lençóis limpos e macios,

De sua cama, tocaram o seu corpo,


Sozinha ali com ele naquele quarto escuro,

Não sabia corresponder a tudo que sentia,

Demonstrando que sabia interpreta-la,

Ele cobriu a sua boca com a dele,


Ela esqueceu-se completamente o que iria dizer,

Quando se sentiu pressionada por seu corpo,

Ela o amava, sentia isso mesmo sem a influência dos seus olhos,

Embora o toque das suas mãos grandes, macias e fortes,

Naquele momento, não ajudassem muito,


Abraçou-o entregando-se com todo o seu ser

A aquele sentimento que os dominava,

Apenas me beije para sempre,

Ouviu-se pronunciar sem conseguir resistir as suas investidas.

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