segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Seu Rosto


Ele pegou sua mão com força

O bastante para chamar sua atenção,

Insuficiente para que pudesse intender,

O que dizia aquele pulsar acelerado do coração,


-Segui comigo e não precisará de outro abraço,

Será mais fácil para nós dois,

Aceita este coração que se derrama em amor;

Enquanto ele falava, suas mãos tremiam,


Mas seus sonhos se desfaziam na névoa,

O frio que fazia ali fora era denso demais,

Parecia penetrar nela e não deixar nada entrar,

Todos os sonhos outrora sonhados não importavam,


Era como se suas promessas estivessem a evaporar,

Ele abriu sua mão como se as visse no ar,

Não tateou pelo seu redor, mas entrelaçou os dedos,

Tornando a fecha-los sobre os dela,


Acreditou que no espaço entre suas mãos ele os segurava,

Talvez não todos, mas o bastante para mantê-los,

Ela sentiu que o aperto de mão soava diferente,

Quis mudar a direção como se se opusesse a ele,


Mas não disse nada, calou-se como se não tivesse o que falar,

Não agia como se assentisse, porém, não formulava nada,

Já vi várias vezes casais viverem a esmo,

Pensava ela quase num segredo,


Mas nunca um homem que se esforçasse tanto!

Quanto mais ela queria fugir dali,

Mais ele pedia que ficasse e ouvisse o que dizia,

Ela fechava os olhos com força,


Não havia lágrimas nela ou outra coisa,

Havia uma angústia desmedida que sufocava,

Mas ela não queria que saísse dela,

Temia dar vida a ela e não controlar mais nada,


Temia abrir os olhos e ter força o bastante para correr,

Fugir por entre a névoa até não ser vista por ninguém,

Queria correr daquele lugar,

Deixar tudo para trás, e esse tudo incluía ele,


Não incluía? Queria deixar ele plantado naquele instante,

Como se não tivesse nada mais a fazer,

Por que perto dela ele nunca tinha,

Quando começava a se declarar, quase a convencia...


Então, os lábios dela tremeram incontidos,

Formulavam uma frase e ela seria dita,

Mas antes que dissesse um beijo se fez sobre eles,

Mordiscado sobre a boca dela,


Como se sugasse cada palavra e entendesse,

Ela ousou abrir os olhos, ali mesmo,

Em meio ao beijo, e o que viu a fez feliz,

Fez com que sua angústia evaporasse no ar,


Fugisse dali para algum outro lugar,

Primeiro a angústia, depois a vontade de ir embora,

Um murmúrio de amor rompeu a névoa,

Uma carícia tocou seu rosto por inteiro,


Ela levantou seu braço e o puxou para si,

Não queria proximidade, mas não suportava a distância,

Perguntava-se, porque demorou tanto,

Então intendia: o amava, sem importar o mais,


Não havia mais nada ao redor deles,

Tudo se perdia na névoa, menos sua face,

Ela estava ali na sua carícia, a sua frente,

Recostava-se na sua, tremula e insistente.


 

domingo, 14 de novembro de 2021

Um Adeus Não Esquecido

 


Seu coração aceitou a explicação tranquilo,

Sua alma apenas disse que não iria reclamar,

Porém, a saudade, esta pareceu nem dar ouvidos,

Não importava o que a razão dizia,


Não lhe dava credibilidade ou vazão de existir,

Pudesse alguém anular por completo suas palavras,

Esta era a saudade com relação ao seu sentir,

Dizia amar e amar sem medidas,


Jurava nunca esquecer e ninguém lhe contestava,

Ora, saudade bem vejo que se chateias,

Apenas gostaria de saber o por quê?

Insiste o coração compadecido por ela,


Ela chora e bate o pé, não diz nada ou quer dizer,

Por um breve segundo a alma pede esclarecimento,

Posiciona-se ao seu modo, assume expressão pensativa,

A razão diz simplesmente, ora ele entrou no carro...


O coração parece até rir da resposta,

-Sim, mas e porque isto significar tanto?

A saudade sorri aliviada, sente estar ganhando espaço,

Então, para ele também não era o bastante a partida?


Mas, a razão não se mobiliza por pouca coisa,

-Pra mim me basta ele ter partido e ido embora,

Para amar precisa-se de uma vida,

Mas para decidir ir embora para ele precisou apenas uma briga,


-Ora, mas não seja tola,

Tentava argumentar a alma ainda tristonha,

Tão fácil esquecer quem não se gosta,

Porque teve ele, o coração, se apaixonar justo agora?


A saudade ficava atenta, mas calava-se inquieta,

O coração pulsou acelerado, um tanto mais forte,

Falar de quem se ama sempre o mobiliza,

Há quem jure que a lágrima que borrou a maquiagem


Foi ele próprio que a fez correr desesperada,

A saudade quanto a isso não discutiu nem pensou muito,

Era o bastante o adeus que se fez tempestuoso,

- Vamos em frente alma, você age sempre tão calma!


Se convenço você a seguir adiante

Para ganhar o coração é apenas um passo,

A saudade levantou seu olhar cabisbaixo,

-Não pensem que os seguirei, quando eu amo,


Amo mesmo – disse ela num tom mais alto,

Ora, mas sejam sensatos será mais fácil para todos!

A razão, sempre ela insistente em seguir adiante,

Mas não bastava isso, ela odiava na menina, o sofrer,


Queria que ela superasse, e que não voltasse atrás,

Alegava que seu amor por ter ido embora,

Não merecia benefício de dúvida ou chances de retorno,

Restava apenas o adeus e se apegava a isso,


Enquanto ela falava, o coração tremulava,

A alma de desfazia em névoa de lágrimas,

A saudade receosa ficava a espreita um pouco mais atrás,

Sempre que a razão dava um passo, se colocava no seu encalço,


Parece que a razão queria ver o amor evaporar,

Como se cada beijo dado pudesse virar neblina,

Mas que ao invés de ofuscar a visão da menina,

Simplesmente sumisse no ar até não restar nada,


Mas quem perdia toda a briga que começava era ela mesma,

Então, cansado o coração suspirou um pouco mais alto,

A alma conteve o gemido de angústia e dor,

E a saudade decidiu pegar a mão da razão e apertar seus dedos,


Decidiu ela que seguiriam juntas o caminho da menina,

-Já vi várias vezes uma pessoa sofrer por amor,

Disse a saudade um tanto pálida e tristonha,

-Será que como surjo do nada no olhar dela também irei sumir?


-Acho que o que se vive uma vez fica para sempre, é assim?

Continuou a razão em resposta a ela,

-Não irá desaparecer saudade, mas me permita assumir o destino dela!

sábado, 13 de novembro de 2021

Sou Sua


Ela começou a chorar com soluços altos,

Existem momentos que o amor escapa dos atos,

Neste instante em comento,

Ele tomou a proporção das palavras,


Eu te amo, não vivo sem você, meu amor,

Ela disse recostada em seu peito, abraçada,

Ele tão grande e sereno, fazia-se pequeno,

Abaixava-se até alcança-la, tomava-a,


Neste momento, ela já não se pertencia,

O amor que a possuía, também a ganhava,

Só que não a fazia apenas sua, mas do outro,

A entregava sem pedir permissão a ele,


O amor que a tinha não a queria para si mesmo,

O ato de possuí-la tencionava-a a outro alguém,

Ondas de conforto e carinho a percorriam por inteira

Conforme as mãos dele caminhavam no corpo dela,


Eu também te amo, sou seu, minha amada,

Ele disse em sussurros e lágrimas ao seu ouvido,

Tão próximo que se colava ao seu corpo,

Já não possuía aquele porte altivo e distante,


Para dar um toque maior de sentimento a sua proximidade

Ele beijou o lóbulo da orelha dela,

O amor que ganhava os dois os unia mais ainda,

Fazia dois corações descompassados pulsarem em sintonia,


Dois suspiros saíram de lábios sedentos de amor,

Poucos antes de unirem-se um ao outro

Através de um beijo que não se esquece o gosto,

Mesmo daqueles que apenas passam e contemplam:


O gosto do amor que escapa aos olhos,

E enche de orgulho todos aqueles que o sentem,

Acha que eu contaria a história de um amor que não acredito?

Mais que acreditar senti ele em meus afagos,


Houve instantes em que confesso,

Desejei acreditar um pouco menos,

Mas nem nestes poucos segundos eu desacredito,

Mesmo quando falo por entre gritos:


Meu amor, por Deus, quase desejo te amar menos,

Nem mesmo neste momento sinto menos que o amor,

Tento fingir, quase juro que o odeio,

Mas guardo sempre um sorriso escondido em meus lábios,


Ali onde ele sabe que encontram-se nossos beijos,

O por quê de eu fazer isso?

Não sei, raiva ou medo, mas nunca insegurança do que sinto,

Aconteça o que possa acontecer é bom que o saiba:


Guardo nosso amor comigo,

Se testo os seus limites, ora, por favor meu amor, me perdoa,

Mas a cada instante em que dou um passo para trás,

Vejo de forma diferente o quanto o amo um pouco mais,


Saio de lá serena e louca para te abraçar,

Não são poucos os me perdoa que você me ouve falar,

O que estou lhe contando é complicado, eu sei disso,

Mas nunca deixei de ser confiante sobre o que sinto,


Que culpa tenho eu se desejo te abraçar mais um pouco?

Um dia cheguei a ousadia: meu amor desejo estapeá-lo,

Um amor que dói, não sei porque desejei prova-lo,

Será que até quando tudo que senti foi dor


Desejei que você também estivesse por perto?

Meu amor, podes apagar todo o meu passado e substituí-lo?

Ora, meu amor não lhe peço muito apenas esteja lá,

Surja antes em minha vida, um segundo antes de cada momento,


Em cada vez que busco algo em minha memória,

Lhe juro e você sabe: não quero encontrar outra coisa,

Posso pôr você em todos os segundos da minha vida?

Talvez você me ajude a fazer o que não poderia fazer sozinha,


Mais uma vez senti um tanto de medo pelo que lhe falo,

Choro descompassada, sugo o seu cheiro, o guardo comigo,

Eu te amo, meu amor me perdoa, me dá um beijo?

Ele beija meus lábios, conhece meu corpo, sabe que não minto,


Eu confesso que tenho um jeito estranho de demonstrar amor,

Mas quando olho para trás o vejo e quando olho para frente,

Não apenas neste momento em que estou recostada em seu peito, também,


Antes de ser sua, você sabe, não fui de outro,

Pertenci ao amor, por que sempre acreditei nele,

Mas você sabe: sou sua desde o passado 

Em que te esperava e o serei até o eterno.

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Apertei Sua Mão Com Força


A sombra continuava lá,

Escura, tremeluzente, parecia sorrir,

Então, peguei a mão dele com força,

Sentia segurança e algo mais ali,


Um tremor percorreu meu corpo inquieto,

Tive medo, me agarrei ainda mais nele,

Ele me virou de encontro ao seu peito,

A sombra era densa mas fragilizava-se,


Não sei se era sua intenção,

Porém, via que não ocultava as estrelas,

Nem os vagalumes ao nosso redor,

Era como se algumas delas quisessem nos tocar,


Piscavam a nossa frente, felizes por nós,

Se algumas delas tivessem desgrudado dos céus,

Não seriam poucas as que estavam ao nosso dispor,

Acho que reconheciam nossos sonhos


E vinham de lá só para realizar-nos um ao outro,

Respirei seu cheiro e o trouxe para dentro de mim,

Queria dizer que o amava e o disse,

Mas sentia muito mais do que poderia descrever,


A montanha não se movia a nossa frente,

Apenas as suas árvores,

Elas pareciam brincar por entre as flores do alto,

Suas folhas voavam para longe,


Não eram apenas nossos os sonhos,

E eu sentia que elas partiam para procura-los,

Silêncio, outra vez,

Seu suspirar tocava meus cabelos,


Era um acariciar quente que me envolvia,

Seu coração pulsava por entre os meus dedos,

Seu peito parecia que me pertencia agora,

Uma mão em seu coração, em cheio,


O rosto recostado um pouco antes, do lado,

A outra mão um pouco acima, em seu ombro,

Não tentei segurar com toda força não seria necessário,

Nem teria força o bastante para contê-lo,


Ele ficava porque era sua vontade ficar comigo,

Me amava mesmo tendo todas as alternativas,

Se sentia como sentia era porque o queria,

Nenhuma palavra se fez necessária,


Mas, eu sussurrei eu te amo no mínimo 10 vezes,

Até beijar seu peito e molhar sua camisa

Com uma ou duas lágrimas,

Então, disse vinte vezes eu te amo,


Pedi perdão pelos meus erros e medos,

Deus sabe pedi até pelos pensamentos desengonçados,

E fui perdoada por cada vez que errei,

Perdoei-o, por uma vez mais de cada desculpa minha,


Dei a ele sempre uma chance a mais de êxito,

Não por nada, apenas porque merecia,

Ser em mim e sobre tudo o meu vencedor,

Desejei nunca ser melhor que ele em nada,


Por sentir um amor calmo, ingênuo e humilde,

Não tentei fazer mil promessas uma única vez,

Apenas disse que queria amá-lo até o para sempre,

Mesmo se todas as estrelas despencassem no horizonte,


Mesmo que por um triste destino o sol não acordasse,

Mesmo que esta sombra que tremia diante de nós

Deixasse de tremer e em algo maior se tornasse,

Suas mãos envolveram meu corpo e apertaram,


Fecharam-se uma na outra em minhas costas,

Eu estava segura, fosse o que fosse,

Estávamos seguros um no outro e em nosso amor.

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Te Amo


Eram dois pontos de luz ofuscantes

Em um rosto que eu queria ter comigo,

No seu redor a multidão não passava de vulto,

Corpos sem vida que cruzavam caminhos,


Mas, o olhar dele não, seus olhos eram altivos,

Feito duas estrelas num rosto bem-feito,

Como se tivesse sido desenhado em papiro,

Seu sorriso curvava a sua boca em encanto,


O meu se elevava e desejava tocá-lo,

Ele mantinha o olhar baixo,

Por um momento acreditei que me procurava,

Sozinha, por entre tantas pessoas eu não era nada,


Mas, mesmo altivo como ele era, eu sei, me via!

As duas estrelas que brilhavam em seu olhar

Não me deixavam passar despercebida onde estava,

A forma como ele me buscava era tangível,


Chego a dizer que poderia tocar seu olhar,

Não pelo tanto de carinho que sentia na hora,

Não, mas pela força de atração que ele possuía,

Demorei alguns segundos para admitir-me apaixonada,


Num momento queria ser sua busca,

No outro não importava, o queria de qualquer forma,

Tivesse que lutar para tê-lo, lutaria!

Estendi minha mão em um gesto de carinho incontido,


Não fiz mais que a menção de um ato,

Estremeci ante o contato sem ter encostado,

Tive a certeza de que toquei o olhar que me via,

O senti pairando em cada parte minha,


Havia algo que nos unia, que nos aproximava,

E eu não queria ou tentava fugir do que sentia,

Tudo ao nosso redor desapareceu feito mágica,

O olhar que me iluminava não me permitia ver mais nada,


Deixava tudo o mais sem mérito ou desmerecedor de ser visto,

O mais não passava de sombra,

Então, seus olhos azuis se aprofundaram em mim,

Uma onda de amor me tomou sem refletir,


E onde antes não havia mais que um céu noturno,

Agora possuía duas estrelas desnudas de segredos,

Mais verdade do que eu estava acostumada,

Havia nele tudo de que eu sempre sonhei e quis em alguém,


A atmosfera rarefeita pedia por sua boca,

Baixei o olhar nela e estremeci mais ainda,

Os lábios dele responderam aos meus com um lampejo,

O beijo se fez ali mesmo, sem contato físico,


Havia um encontro de almas entre nós dois,

Um encontro que obscurecia a vista de todo o redor,

A multidão continuava a transitar não havia diminuído em nada,

Mas sabe quando tudo o redor simplesmente não interessa?


Onde haviam tantas pessoas parecia não haver nós dois,

Não para elas, precisávamos nos aproximar um do outro,

Fazer uma demonstração, entregarmo-nos ao nosso beijo,

Então arfei, quase sem ar para respirar,


Cambaleei um pouco, trôpega de desejo,

Mãos fortes tomaram meu corpo na mesma hora,

Com dois passos ou pouco mais ele chegou,

Estava tremulo e intenso, sentia tudo como eu sentia,


O beijo que houve em minha alma também existiu na sua,

O amor que eu vi no seu olhar estava mesmo lá,

O sonho em que eu acreditei eu também fazia parte,

Das minhas mãos caiu a solidão em que me segurava,

E um rubor subiu a minha face em denuncia: te amo, quis dizer.



segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Amar Com Toda A Alma


Eu me recostei em seu peito

E puxei-o pela nuca até meus lábios,

Encostei meu nariz no seu sem falar nada,

E fiquei algum tempo recebendo seu ar,


Nossos lábios um no outro não se moviam,

Mas nosso ar partia de um peito ao outro,

Quente e sedento pelo roçar das nossas bocas,

Um olhar significativo e um tremular de lábios,


Senti que meu corpo implorava por ele,

Meus olhos penetraram fundo nos dele,

Não era algo de que eu estava acostumada

Respirar e viver por outra pessoa,


Por um instante teria esquecido de beijá-lo,

Se naquele instante eu deixasse de existir,

Se ele se afastasse até não poder tocá-lo,

Se não houvesse um segundo de ar para sentir,


Se eu não passasse de um corpo sem vida,

Aposto todas as fixas que tenho no bolso

Do jogo que não cheguei a jogar que nem assim,

Fiquei grata por senti-lo seguro em minha cintura,


Pelos dedos que me puxavam para si,

Pelos olhos que não fechavam-se nem em sonho,

Me cuidavam e protegiam de tudo,

Não seria capaz de citar tudo a que se refere,


Tanto que me permiti escorregar por seus dedos,

Agora estávamos recostados face a face,

Uma pequena parte dela o tocava em cheio,

Ele não me permitiu fugir do abraço apertado,


Recostada em seu corpo, ainda o tocava,

Apaixonada em seu abraço, o sentia como nunca,

Seu respirar estava entre o meu cabelo,

Acho que brincava com ele como faziam os dedos,


Uma mão sua deixou minha cintura e subiu,

Apenas uma era o bastante para me manter,

O senti respirar fundo para sentir meu cheiro nele,

Levantei meus pés e quis dividir este momento com ele,


É tão lindo quando você esta dentro de alguém

E é intenso o suficiente para você olhar e se ver,

Seu murmurar discreto me deixava sem fôlego,

Sua voz rouca atrasava o ponteiro do meu relógio,


O tempo passava lá fora mas não no meu coração,

Ao contrário, podia sentir que rejuvenescia

A luz brilhante e dourada do sol beijou-nos,

O ar ficava mais quente, não nos movíamos,


Fiz um esforço para guardar seu olhar

Que agora via-se ofuscado pela luz do dia,

Então, guardei-o dentro de mim, fechei os meus,

Abri meus lábios devagar no compasso do pulsar,


Abri os seus lábios com um beijo silencioso e macio,

Aos poucos alguns estalidos nos tiravam do sonho,

Não era um sono, eu não estava na cama, não dormia,

Mas era tão amada quanto cheguei a imaginar um dia.

domingo, 7 de novembro de 2021

Beijo Na Calçada

 


A mão dele tocou a dela,

Sem entrelaçar os dedos,

Apenas moveu-se até ela,

E a segurou com afeto,


Sobre o amor não houve dúvida,

Ouviu-se de longe o suspiro,

Assim que ela fitou seu olhar,

Com um pequeno sobressalto,


Não por ter incerteza em sua alma,

Mas, simplesmente por ter sido inesperado,

A conversa que tomou as bocas

Foi a de que ele não era dado a escólio,


Não se sabe o porquê demonstrou-se a ela

E a todos os que estavam próximos,

Pesado o suspiro que caiu sobre a calçada,

Não houve boca que não teve conhecimento,


Não se falava noutra coisa, acho até que flutuava,

Com o mesmo amor que foi pronunciado,

Envolveu ela nele como nunca,

Dava para dizer que era feito da mão sobre os seus dedos,


A que apertava-os sem vontade de soltar,

Não se sabe se tocou as nuvens ou o vento,

Mas fosse uma carícia não precisaria de outra,

Conforme ela tremia, ele a aconchegava ao peito,


A mão ainda estava sobre a sua,

Mas agora a moça estava enlaçada no seu abraço,

Atrás dela havia aquele que reclamava -sempre há-,

À frente dela, alguns sentavam em silêncio,


Uma vez apenas alguém demonstrou cólera,

Ele decidiu beijar os lábios dela ali mesmo,

Parados no meio da rua

Como se fosse um cômodo fechado,


Envolveu a língua dela e sugou sua boca,

Houve quem disse que o beijo foi ousado,

Ela se sentia a cada instante mais apaixonada,

Ele ria e chorava um tanto embasbacado,


A neblina ou algo do suspiro os envolvia,

Não houve única frase feita naquele segundo,

O suspiro pairava como se por encanto da alma,

Se bastou para comprovar tudo que veio após,


Cada instante mais a solidão ficava para trás,

Cada vez mais o beijo unia dois sonhos num só,

Agora o suspiro se rarefazia na hora,

Ele apertava a sua mão com força e a olhava nos olhos,


De um instante para o outro, sem aviso nem nada,

Estava apoiado em um joelho só,

-Eu te amo e não quero outro momento que não o de agora,

Preciso dizer o quanto lhe nutro sentimento,


E preciso de você para sempre em minha vida,

Ela deu um sobressalto para frente, apoiou-se em seu ombro,

Sentiu que iria cair - culpa do suspiro sobre a calçada-,

Alguém comentou solidário ao seu lado,


Se ficou liso o chão ou não, não se soube precisar,

Mas ela o tinha para apoio e isso era bom,

A mão dele ainda estava sobre a sua,

Em nenhum momento a soltou, nem mesmo no resvalo,


Ela se ajoelhou a sua frente sem dizer nada,

Com um sorriso que denunciava o seu amor,

Ajoelhou-se com as duas pernas,

Com lágrimas, sorriso e um beijo nos lábios,


Disse a ele, - sim, meu amor eu te aceito e amo com toda a minha alma-,

Não paira dúvidas sobre nós sobre o que eu sinto,

O quero para sempre em minha vida,

Com você é que desejo formar nossa família,


Olho em seus olhos e as pessoas parecem mais pequenas,

Ali dentro, eu sinto, os vejo, estão nossos filhos.

Maldito destino

Dias e dias de tormentas, E logo após, Um sol escaldante. Representava que nunca Houve chuva, E nem mais haveria. Havia r...