domingo, 7 de novembro de 2021

Beijo Na Calçada

 


A mão dele tocou a dela,

Sem entrelaçar os dedos,

Apenas moveu-se até ela,

E a segurou com afeto,


Sobre o amor não houve dúvida,

Ouviu-se de longe o suspiro,

Assim que ela fitou seu olhar,

Com um pequeno sobressalto,


Não por ter incerteza em sua alma,

Mas, simplesmente por ter sido inesperado,

A conversa que tomou as bocas

Foi a de que ele não era dado a escólio,


Não se sabe o porquê demonstrou-se a ela

E a todos os que estavam próximos,

Pesado o suspiro que caiu sobre a calçada,

Não houve boca que não teve conhecimento,


Não se falava noutra coisa, acho até que flutuava,

Com o mesmo amor que foi pronunciado,

Envolveu ela nele como nunca,

Dava para dizer que era feito da mão sobre os seus dedos,


A que apertava-os sem vontade de soltar,

Não se sabe se tocou as nuvens ou o vento,

Mas fosse uma carícia não precisaria de outra,

Conforme ela tremia, ele a aconchegava ao peito,


A mão ainda estava sobre a sua,

Mas agora a moça estava enlaçada no seu abraço,

Atrás dela havia aquele que reclamava -sempre há-,

À frente dela, alguns sentavam em silêncio,


Uma vez apenas alguém demonstrou cólera,

Ele decidiu beijar os lábios dela ali mesmo,

Parados no meio da rua

Como se fosse um cômodo fechado,


Envolveu a língua dela e sugou sua boca,

Houve quem disse que o beijo foi ousado,

Ela se sentia a cada instante mais apaixonada,

Ele ria e chorava um tanto embasbacado,


A neblina ou algo do suspiro os envolvia,

Não houve única frase feita naquele segundo,

O suspiro pairava como se por encanto da alma,

Se bastou para comprovar tudo que veio após,


Cada instante mais a solidão ficava para trás,

Cada vez mais o beijo unia dois sonhos num só,

Agora o suspiro se rarefazia na hora,

Ele apertava a sua mão com força e a olhava nos olhos,


De um instante para o outro, sem aviso nem nada,

Estava apoiado em um joelho só,

-Eu te amo e não quero outro momento que não o de agora,

Preciso dizer o quanto lhe nutro sentimento,


E preciso de você para sempre em minha vida,

Ela deu um sobressalto para frente, apoiou-se em seu ombro,

Sentiu que iria cair - culpa do suspiro sobre a calçada-,

Alguém comentou solidário ao seu lado,


Se ficou liso o chão ou não, não se soube precisar,

Mas ela o tinha para apoio e isso era bom,

A mão dele ainda estava sobre a sua,

Em nenhum momento a soltou, nem mesmo no resvalo,


Ela se ajoelhou a sua frente sem dizer nada,

Com um sorriso que denunciava o seu amor,

Ajoelhou-se com as duas pernas,

Com lágrimas, sorriso e um beijo nos lábios,


Disse a ele, - sim, meu amor eu te aceito e amo com toda a minha alma-,

Não paira dúvidas sobre nós sobre o que eu sinto,

O quero para sempre em minha vida,

Com você é que desejo formar nossa família,


Olho em seus olhos e as pessoas parecem mais pequenas,

Ali dentro, eu sinto, os vejo, estão nossos filhos.

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