domingo, 14 de novembro de 2021

Um Adeus Não Esquecido

 


Seu coração aceitou a explicação tranquilo,

Sua alma apenas disse que não iria reclamar,

Porém, a saudade, esta pareceu nem dar ouvidos,

Não importava o que a razão dizia,


Não lhe dava credibilidade ou vazão de existir,

Pudesse alguém anular por completo suas palavras,

Esta era a saudade com relação ao seu sentir,

Dizia amar e amar sem medidas,


Jurava nunca esquecer e ninguém lhe contestava,

Ora, saudade bem vejo que se chateias,

Apenas gostaria de saber o por quê?

Insiste o coração compadecido por ela,


Ela chora e bate o pé, não diz nada ou quer dizer,

Por um breve segundo a alma pede esclarecimento,

Posiciona-se ao seu modo, assume expressão pensativa,

A razão diz simplesmente, ora ele entrou no carro...


O coração parece até rir da resposta,

-Sim, mas e porque isto significar tanto?

A saudade sorri aliviada, sente estar ganhando espaço,

Então, para ele também não era o bastante a partida?


Mas, a razão não se mobiliza por pouca coisa,

-Pra mim me basta ele ter partido e ido embora,

Para amar precisa-se de uma vida,

Mas para decidir ir embora para ele precisou apenas uma briga,


-Ora, mas não seja tola,

Tentava argumentar a alma ainda tristonha,

Tão fácil esquecer quem não se gosta,

Porque teve ele, o coração, se apaixonar justo agora?


A saudade ficava atenta, mas calava-se inquieta,

O coração pulsou acelerado, um tanto mais forte,

Falar de quem se ama sempre o mobiliza,

Há quem jure que a lágrima que borrou a maquiagem


Foi ele próprio que a fez correr desesperada,

A saudade quanto a isso não discutiu nem pensou muito,

Era o bastante o adeus que se fez tempestuoso,

- Vamos em frente alma, você age sempre tão calma!


Se convenço você a seguir adiante

Para ganhar o coração é apenas um passo,

A saudade levantou seu olhar cabisbaixo,

-Não pensem que os seguirei, quando eu amo,


Amo mesmo – disse ela num tom mais alto,

Ora, mas sejam sensatos será mais fácil para todos!

A razão, sempre ela insistente em seguir adiante,

Mas não bastava isso, ela odiava na menina, o sofrer,


Queria que ela superasse, e que não voltasse atrás,

Alegava que seu amor por ter ido embora,

Não merecia benefício de dúvida ou chances de retorno,

Restava apenas o adeus e se apegava a isso,


Enquanto ela falava, o coração tremulava,

A alma de desfazia em névoa de lágrimas,

A saudade receosa ficava a espreita um pouco mais atrás,

Sempre que a razão dava um passo, se colocava no seu encalço,


Parece que a razão queria ver o amor evaporar,

Como se cada beijo dado pudesse virar neblina,

Mas que ao invés de ofuscar a visão da menina,

Simplesmente sumisse no ar até não restar nada,


Mas quem perdia toda a briga que começava era ela mesma,

Então, cansado o coração suspirou um pouco mais alto,

A alma conteve o gemido de angústia e dor,

E a saudade decidiu pegar a mão da razão e apertar seus dedos,


Decidiu ela que seguiriam juntas o caminho da menina,

-Já vi várias vezes uma pessoa sofrer por amor,

Disse a saudade um tanto pálida e tristonha,

-Será que como surjo do nada no olhar dela também irei sumir?


-Acho que o que se vive uma vez fica para sempre, é assim?

Continuou a razão em resposta a ela,

-Não irá desaparecer saudade, mas me permita assumir o destino dela!

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