terça-feira, 15 de março de 2022

Abrigada No Meu Amor

 

Olhei em seus olhos meigos,

Me afastei devagar sem desviar,

Lábios a tremular e mecânicos,

Queriam resistir ao beijo, não podiam,


Via-o um tanto perdida de onde estava,

A razão estava a quilômetros de distância,

Dizem que quando o coração fala

A razão fica em falta – não era o caso,


A minha razão o havia escolhido muito antes disso,

Minha mão pousada sobre a sua,

Apertava-o com força, exigindo contanto,

Era primeiro de dezembro,


Fazia sol num dia fresco de folhas ao vento

E um belo sorriso em nossos rostos,

Fizeste da minha solidão algo passageiro,

Do qual já nem lembrava direito,


Dizem que corações não voltam atrás,

Mas, o meu adorava vê-lo ali onde estávamos agora,

No local onde demos nosso primeiro beijo,

E mesmo sem jurar amor um ao outro,


Nos entregamos de forma que não deixava espaços,

Encaixe perfeito de dois corações que se buscam sem saber,

Aquele calor que percorre a pele,

Arrepia e faz procurar de volta logo depois,


Se não tivesse chamado seu nome ele viria,

Nossos corações estavam despertos agora,

Desperta oh amor, por que dormes eu diria:

Mas, não foi preciso mais que um sorriso


No ato em que estendia minha mão para ele,

Agora, ele me puxa para o seu pescoço,

E me vejo esconder o rosto em sua pele macia,

Cadê o sofrimento e a aflição tão conhecida?


Não estava mais comigo,

Pensando bem, podia mudar minha opinião agora,

Acho que corações realmente não voltam atrás,

Não tanto, podia perder o medo de sofrer de novo,


Sofrimento e aflição estavam distantes demais,

E continuariam em distância segura,

Ao menos, enquanto estivéssemos juntos,

Ele levanta-me e me socorre em seu abraço,


Resta-nos abrigar um no outro – beijo-o,

Em questão de minutos chegaria a noite,

Afastei o pensamento e me abriguei nele.

sexta-feira, 11 de março de 2022

Seu Nome Em Meus Lábios

 

Fizeste de nós uma história para ser contada,

Uma em que séculos irão passar,

E ainda assim, valerá a pena ser lembrada,

Nossos filhos sentem orgulho ao nos ver,


Balançam a cabeça em concordância,

Sentem orgulho, respeito e outra coisa,

Som de risos felizes, abraços apertados,

Um motor ronca lá fora, corações sentem saudade,


Contam os segundos para estar todos juntos,

Sorrio em felicidade o tempo todo,

Meu rosto guarda a marca de um sorriso que não apaga,

É um sorriso que contagia e eleva as alturas,


Aquele que você me ensinou com seu abraço,

Ao me fazer segura, acolhida em sua alma,

Despertaste em mim tudo de melhor com sua fala,

Este seu sorriso perturbado mexe com meu íntimo,


Eu não conseguiria me desvencilhar ou resistir a você,

O tempo para sempre em que te vejo,

É como se sempre guardasse a emoção da primeira vez,

A sala está silenciosa, arredia e deserta,


Espero por você, conto os segundos para a sua volta,

Lá fora o vento geme e foge por entre as folhas,

Não seria errôneo falar que até ele sente sua falta,

Por causa da forma como você me abraça,


Do jeito como age quando temos um problema,

A conversa que se desenrola sempre que é necessário,

Eu percebo que nunca desejei outra pessoa,

Por causa do seu beijo, quedei irremediavelmente apaixonada,


Por efeito do todo que você é, vejo que não há outro jeito,

Serei sua por uma vida e ainda será pouco,

Por mais que cada segundo com você seja eterno,

Melhor que todo o tempo do lado de qualquer outro,


Com você é viver com outro seria passar o tempo,

Tudo isso aconteceu dentro de mim,

Sem que eu fizesse ideia de que seria capaz de amar tanto,

Tivesse te encontrado antes ou depois,


Sinto que o amaria com a mesma sofreguidão de agora,

Levantei de onde estava, dei um passo a direita,

Próxima a janela, sentia a brisa mexer com meus cabelos,

O vidro que impedia de o vento adentrar,


Não era o bastante para me impedir de sentir o efeito,

Levantei os dedos em busca de tocá-lo,

Alcancei a altura do peito e fiquei estagnada,

Sentia que tudo lá fora acontecia aqui dentro,


O vento arredio, embora sereno, as folhas secas e soltas,

Algumas flores que despertavam à espera do fruto,

O coração parecia pulsar na ponta dos dedos: em busca,

De dentro de mim, senti seu nome chegar até meus lábios.

quinta-feira, 10 de março de 2022

Te Amo Como Você Merece

 

És tu, meu Rei, é quem amo,

Não amaria outro de tal forma,

És você que procuro por onde olho,

Se o asseguro num pedestal é por merecer,


Não hei de amar outro como o amo,

Sinto cada carinho seu aflorar em minha pele,

Sou como a árvore que solta as folhas ao vento,

Mas, que em ti floresce,


Como nunca antes sonhou que poderia,

Contigo coloco em fuga meus adversários,

Medo, mágoa, nada mais me abala,

Pelo teu nome marcho o meu destino,


Que seria de mim se não o houvesse encontrado?

Nada além de uma tola a vaguear por estradas errôneas...

Não confio mais em meu arco,

Minha flecha já não é capaz de me entregar vitórias,


Apenas você é capaz de sustentar os meus atos,

Você está acima de todo sonho que tive algum dia,

Minha mão falhou ao fim da primeira página,

Uma lágrima saudosa estava prestes a falar,


Deus sabe que declarações escritas pelo véu da saudade

Rompem mais dores do que são capazes de curar,

Ao invés de falar o que é preciso elas escondem,

Isso, de esconder-me, não seria bom, não agora,


Apertei meus lábios contive o suspiro,

Não quis chamar seu nome em alta voz,

Mas pensei nele com o mesmo fervor

De quando estamos abraçados um no outro,


A caneta foi solta sobre a mesa num único gesto,

Por um instante quase borro a linha que escrevo,

A hora de falar tudo que eu queria estava passando,

Talvez, já no próximo minuto eu não teria coragem,


Corações se fecham de forma tão inesperada,

E o meu sussurrava cada vez mais baixo o seu nome,

Não se trata de rejeição, nada disso,

Mas, minha mão ficou inesperadamente tremula,


Tudo que eu tinha para dizer parece ter partido em retirada,

Não sei se escrevi o suficiente ou se queria enviar a carta,

Quem sabe precisasse de um tempo a mais para termina-la,

Ele manteve distância sem dizer o motivo,


Parece, as vezes, ter entregue meu amor para ser devorado,

Não por outro, não arriscaria a dizer isso,

Mas, por uma saudade que não fazia mais que machucar,

Agora, o que vivemos não parecia maior que amor disperso,


Amar sozinha, atormentada pela distância,

Não faz mais que me consumir por inteira,

Teria ele trocado meu amor por ninharia?

Não lucraria nada em me deixar indefesa e sem saída,


Mesmo que nosso amor não passasse de boatos,

Motivo de gozação para vizinhos desocupados,

Ainda assim o amaria e o amo do mesmo jeito,

Como a um Rei sem deixar margem para que exista outro (soluços).


quarta-feira, 9 de março de 2022

Juras Ao Ouvido

 

Com meus próprios ouvidos ouvi suas juras,

Confesso não ter duvidado na hora de nenhuma,

Mantive a cabeça inclinada para um lado,

Ouvi o que nenhuma outra pessoa ouvia,


Se houveram outras pessoas em seu caminho,

Senti que as havia esquecido lá atrás,

Que o amor que houve, se é que houve

Entre eles, agora pertencia a antiguidade,


Em um tempo remoto guardado num passado,

Que provavelmente não voltaria a ser lembrado,

Por sua própria mão em concha sobre o meu rosto,

Vi em seus carinhos que era amor verdadeiro,


Logo que repousou sobre o meu cabelo,

E envolveu-o entre os seus dedos, identifiquei isso,

Mão que outrora arruinara corações desavisados,

Que fizeste tão feliz corações tão bem guardados,


Agora repousava serena a brincar com meu ouvido,

Porém, as juras que eu ouvia, estas não haviam sido ditas,

A nenhum outro ouvido que não fosse o meu,

E nenhuma delas me parecera palavra repetida,


Ou versos de improviso, vinham do fundo da alma

Embebidas por sentimentos nunca antes expressados,

Por muito tempo sonhados, mas ainda não vivenciados,

Não foi ela uma espada a conquistar lábios indesejados,


Que abrem na lâmina aqueles antes selados,

Ao contrário soavam com tamanho afeto,

Que deste amor não se duvidava de uma vírgula,

Não era a força de suas expressões que me atentava,


Mas a profundidade do sereno em sua voz,

Quando sua mão repousou sobre o meu braço,

Senti que não poderia recuar deste amor imenso,

Desejei ser chamada para o conforto do seu peito,


E ele me ouviu, buscando minha cintura,

Enquanto me trazia para mais perto,

Foi pela tua mão direita que eu fora puxada,

E pela luz que vi refletida em seu rosto,


Percebi que não queria que fosse outra a pessoa

A estar contigo pelo resto dos nossos destinos,

Vi também, que o vigor do seu braço afetuoso

Quando me trouxe para perto,


Não trouxe apenas meu corpo,

Mas também o meu destino,

Unindo-nos com este gesto,

Não havia como desvencilhar – sem retorno,


Por causa do clarão do amor que avistei em seu rosto,

Diante de tanto esplendor não vi mais nada,

Nem quis em minha vida outra coisa.

domingo, 6 de março de 2022

Juntos Afinal

No mesmo instante os meus lábios ficaram calorosos,

Mas, neste segundo não fui ganha por lembranças,

Fui tomada por um abraço seguido de um beijo,

Tentei afastar todas as barreiras criadas


E aceitas com pouco crivo de reflexão,

O beijo soou como um sopro de vida sobre a minha boca,

Atingiu em cheio e não seria de outra forma o coração,

É certo que inventar um ideal de pessoa para amar,


Não é mais que obra do próprio ego,

É negar o outro e sua própria capacidade de entrega,

Viver de lembranças por medo de ficar ao lado

É um ato de egoísmo que fere dois universos,


O beijo que ganhava a minha alma não era qualquer um não,

Ressoava mágico sobre a minha pele enquanto me percorria,

Despertava uma emoção irrefreada – pura paixão,

Desejei, talvez, por uma fração de segundo olhar para trás,


Mas as mãos que envolviam minha cintura me pediam mais,

Não desejei me apegar a erros e fortalecer a distância,

Tentei esconder a facilidade que tenho em fechar meus olhos,

E fingir que nada aconteceu e que tudo ficou em algum lugar,


Guardado sem nunca ser esquecido,

Mas, incerto para ser recordado ou quem sabe revivido,

"Por quê você fica dias sem falar comigo e jura me amar",

Teria respondido se visse a pergunta em seu olhar,


A verdade é que todo o amor precisa de distância,

"Querido, você sabe a quantos quilômetros estamos?

Então, preciso transmitir isso ao meu coração.",

Fosse um telefonema teria desligado naquele segundo,


Mas não era, nova tentativa de afastar-me em vão,

"Querida, tudo que quero saber é porque temos que nos distanciar

Se o que mais desejamos é estar perto como estamos agora,

A ideia de ter você é tudo que me conforta",


Eu parecia ler isso em sua boca em cada beijo que provava,

Ele me conteve sem esforço, abri meus olhos e fitei-o,

Não vi indagação alguma em cada atitude sua,

E nas minhas? Eu não sabia, não me ouvia ou sentia,


-Olha querido, eu o amo, mas veja como ama o amor,

Se eu o amasse assim, acha que o amaria mais um pouco?-,

O indaguei, eu acho, talvez tenha feito algum gesto...

-Então querida, me responda: como ama o amor?-,


Ele me indagou com sofreguidão a mão em concha sobre o meu rosto,

Apalpei-a com força: - se fosse em amor, o manteria comigo-,

Aquele carinho soou de todo especial,

Penso que nunca o utilizei até aquela ocasião,


Nunca houve outra pessoa a quem eu amasse tanto,

Era instintivo e vinha de dentro de mim e falava alto,

-Acho que agora me soaria em falso o amor,

Se ele viesse, mesmo que em sussurro e dissesse ao ouvido:


“sinta medo e não confie”, dê um passo para trás agora mesmo-,

Olhei-o com os olhos lacrimejantes e sonhadores,

-Eu te amo e preciso que você fique comigo.-,

Ergui-me na ponta dos pés e beijei seus lábios por um longo tempo,


Não lembro o quanto, mas sempre que recordo disso,

Tomo a mesma atitude. Me levantei de onde estava,

Cheguei por trás do sofá e o abracei apertado,

Beijei-o primeiro no rosto, depois na boca que tanto amo.

sábado, 5 de março de 2022

Manhã de Outono

 

O céu rugiu acima deles,

As árvores responderam no vigor,

Ela tocou-lhe a face corada de desejo,

Como se ouvisse tudo que ele tinha a dizer,


Através da ponta dos dedos,

No calor da carícia em que o sentia,

Os pássaros voaram em torno deles,

Pareciam testemunhar um amor perfeito,


E isso, lhes tirava o medo- não se escondiam-,

Quem visse juraria: não tinham medo do que vinha,

Nem mesmo eles o tinham,

Entreolhavam-se apaixonados e ternos de carinhos,


As folhas caiam aos seus pés, algumas os tocavam,

As flores se abriam incrédulas ao que viam,

Dois corpos se juntavam ao amor que consumia,

Corroía barreiras até tornar uma coisa apenas,


O ato de estar junto era maior que ser sozinho,

Entregavam-se um ao outro não para aplacar algo,

Como a solidão ou o medo, mas pelo puro desejo,

Ao longe ouvia-se os estrondos que pareciam vir ao encontro,


Mas, isso não diminuiu em nada o abraço que se estreitava,

Amor,

Por que eles amavam-se tanto e de tal forma?

Talvez, se pássaros falassem teriam a resposta,

Se folhas desenhassem horizontes ou flores escrevessem,

Porém, o universo que se transformava não falava,


Ali, não havia nada além dos sussurros e suas promessas,

A palavra amor saltava aos olhos e isso bastava,

Descrever de outro jeito talvez fosse errôneo,

As trovoadas eram intensas e descompassadas,


Mas seus corações não, eles estavam estranhamente calmos,

Pareciam ter discernimento e domínio sobre tudo,

Era quase como arriscar dizer que o universo falava,

Repetia em tom mais alto o que eles diziam,


De uma forma que poucos entenderiam,

Tivessem os vistos não negariam

Que tudo que havia ali era amor em sua forma pura,

Com exceção, quem sabe, do rio que corria ameno,


Tranquilo e incerto ao que havia ao seu redor,

Aquele simplesmente contornava sem dizer nada,

Moldava-se entre uma pedra e outra e seguia seu ritmo,

Tivesse olhos, penso que nem assim olharia,


Simplesmente seguia em busca de algo,

Mas, isso o casal que se amava nem via,

Deve ter sido o amor mais puro do mundo,

Gostaria de tê-lo presenciado,


Quiçá eu vivê-lo,

Bem, mas o amor chega na hora certa,

Olho para o relógio são 9:30 minutos da manhã de outono,

Em instantes verei quem tanto espero,


Quarta-feira de dia certo no calendário,

Suspiro, viver um amor verdadeiro: ah, quem me dera,

Por um momento, penso: e por que não agora?

quinta-feira, 3 de março de 2022

Puxou-a Para Si

 

Em vez de falar algo,

Apenas aproximou-se e tocou seu rosto,

Chegou até a distância dos seus lábios,

Mas, conteve o beijo,


Olhou para baixo com o rosto tenso,

O maxilar endurecido – esforço-,

Ele permaneceu neutro,

Parecia não saber o que queria- incerto-,


Amava-o e sabia o quanto,

Mas, não o bastante para render-se ao desejo,

Acaso uma mulher merece relacionamento de momentos?

Um beijo, um adeus e talvez outro dia a vejo?


Ela não saberia responder se estava preparada para isso,

Esperar não era de todo errado,

Claro que não, mas a incerteza seria ferina em cada segundo,

Fechou o zíper da jaqueta quase até o pescoço,


Teria saído pelo corredor escuro,

Se ele não a contivesse segurando seu braço,

Com a mão fechada sobre a sua pele macia,

Toque sutil, mas, o bastante para descompassá-la,


O coração foi a mil, a alma saiu dela e foi para outra órbita,

Chegou no olhar dele e chamou-a,

Tempo perdido, já não se pertencia,

Naquele instante teria aceitado qualquer coisa,


Mas o que se seguiu foi melhor que esperado,

Puxou-a, com gesto firme até o seu peito másculo,

Segurou-a ali como se dissesse para si mesmo: minha,

Passou o outro braço por sua cintura,


A manteve parada, ela baixou o olhar,

E recostou-se no seu peito, sentiu seu cheiro,

Sorveu-o como se necessitasse deste gesto,

Como se a distância percorrida valesse a pena,


Como se todos os erros recebessem o perdão,

Mas, uma lágrima tocou seu cabelo quente e tristonha,

E o coração acelerou e respondeu-a: não,

Precisava mais do que isso:

Então, levantou o olhar e procurou seus lábios.


Rosie, cadê?

Rosie juntou seus livros, Pegou o caderno Pôs embaixo do braço E seguiu para o colégio, Aos quinze anos de idade, Não pen...