Olhei em seus olhos meigos,
Me afastei devagar sem desviar,
Lábios a tremular e mecânicos,
Queriam resistir ao beijo, não podiam,
Via-o um tanto perdida de onde estava,
A razão estava a quilômetros de distância,
Dizem que quando o coração fala
A razão fica em falta – não era o caso,
A minha razão o havia escolhido muito antes disso,
Minha mão pousada sobre a sua,
Apertava-o com força, exigindo contanto,
Era primeiro de dezembro,
Fazia sol num dia fresco de folhas ao vento
E um belo sorriso em nossos rostos,
Fizeste da minha solidão algo passageiro,
Do qual já nem lembrava direito,
Dizem que corações não voltam atrás,
Mas, o meu adorava vê-lo ali onde estávamos agora,
No local onde demos nosso primeiro beijo,
E mesmo sem jurar amor um ao outro,
Nos entregamos de forma que não deixava espaços,
Encaixe perfeito de dois corações que se buscam sem saber,
Aquele calor que percorre a pele,
Arrepia e faz procurar de volta logo depois,
Se não tivesse chamado seu nome ele viria,
Nossos corações estavam despertos agora,
Desperta oh amor, por que dormes eu diria:
Mas, não foi preciso mais que um sorriso
No ato em que estendia minha mão para ele,
Agora, ele me puxa para o seu pescoço,
E me vejo esconder o rosto em sua pele macia,
Cadê o sofrimento e a aflição tão conhecida?
Não estava mais comigo,
Pensando bem, podia mudar minha opinião agora,
Acho que corações realmente não voltam atrás,
Não tanto, podia perder o medo de sofrer de novo,
Sofrimento e aflição estavam distantes demais,
E continuariam em distância segura,
Ao menos, enquanto estivéssemos juntos,
Ele levanta-me e me socorre em seu abraço,
Resta-nos abrigar um no outro – beijo-o,
Em questão de minutos chegaria a noite,
Afastei o pensamento e me abriguei nele.
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