Com meus próprios ouvidos ouvi suas juras,
Confesso não ter duvidado na hora de nenhuma,
Mantive a cabeça inclinada para um lado,
Ouvi o que nenhuma outra pessoa ouvia,
Se houveram outras pessoas em seu caminho,
Senti que as havia esquecido lá atrás,
Que o amor que houve, se é que houve
Entre eles, agora pertencia a antiguidade,
Em um tempo remoto guardado num passado,
Que provavelmente não voltaria a ser lembrado,
Por sua própria mão em concha sobre o meu rosto,
Vi em seus carinhos que era amor verdadeiro,
Logo que repousou sobre o meu cabelo,
E envolveu-o entre os seus dedos, identifiquei isso,
Mão que outrora arruinara corações desavisados,
Que fizeste tão feliz corações tão bem guardados,
Agora repousava serena a brincar com meu ouvido,
Porém, as juras que eu ouvia, estas não haviam sido ditas,
A nenhum outro ouvido que não fosse o meu,
E nenhuma delas me parecera palavra repetida,
Ou versos de improviso, vinham do fundo da alma
Embebidas por sentimentos nunca antes expressados,
Por muito tempo sonhados, mas ainda não vivenciados,
Não foi ela uma espada a conquistar lábios indesejados,
Que abrem na lâmina aqueles antes selados,
Ao contrário soavam com tamanho afeto,
Que deste amor não se duvidava de uma vírgula,
Não era a força de suas expressões que me atentava,
Mas a profundidade do sereno em sua voz,
Quando sua mão repousou sobre o meu braço,
Senti que não poderia recuar deste amor imenso,
Desejei ser chamada para o conforto do seu peito,
E ele me ouviu, buscando minha cintura,
Enquanto me trazia para mais perto,
Foi pela tua mão direita que eu fora puxada,
E pela luz que vi refletida em seu rosto,
Percebi que não queria que fosse outra a pessoa
A estar contigo pelo resto dos nossos destinos,
Vi também, que o vigor do seu braço afetuoso
Quando me trouxe para perto,
Não trouxe apenas meu corpo,
Mas também o meu destino,
Unindo-nos com este gesto,
Não havia como desvencilhar – sem retorno,
Por causa do clarão do amor que avistei em seu rosto,
Diante de tanto esplendor não vi mais nada,
Nem quis em minha vida outra coisa.
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