sábado, 30 de novembro de 2024

Traída

Hoje meu nome
Saiu marcado lá,
Você não estava comigo,
Nem a garota,
Mas logo houve o desenlace,
O nome pertencia a ela.

Foto de você e amigos,
A marcação do nome da garota,
E para eu, 
O aviso,
Não era eu mesma,
Era garota parecida,
Nome igual,
A querida...
Queridinha estúpida sua.

E por motivo estúpido,
Eu fui avisada disso,
Caramba,
Imaginar você me trocar por outra,
Eu, a garota que lhe dá valor,
Que lhe confia,
E se entrega por amor...
Quero que o diabo te coma!

Que droga,
Amor parece palavra de esquina,
Que qualquer uma é capaz de dar,
Mas querido menino de castelo,
Lá na esquina,
Quando eu passei de ônibus,
Ouvi falar,
Que as garotas de lá
Não se atribuem ao dar,
E você achou que me viu em outra,
Ou que minimamente,
Ela poderia ser uma versão
Mesmo que insignificante
Minha?

Não garoto de castelo,
Não seja um iludido,
Eu acordei e sangrei aos meados,
Me doeu até a morte,
Um sangue vermelho e intenso
Escorreu por minhas pernas,
Sem forças,
Eu não queria levantar da cama,
Não queria me limpar,
Nem me importar em manchar
A coberta,
(Aquela que me senti feliz
Em adquirir em pequenas parcelas
Para te aquecer
A noite).

Eu fui empapada
E sem forças,
Me sentindo gorda
Feito uma paca,
Empoçada em dores,
Sofrendo desamor,
Mas bem,
Exceto a sinceridade do meu interior,
Eu não chorei uma lágrima,
Eu só lhe desejei
Um soco na cara,
Quis juntar aquele sangue todo
E lhe jogar contra o rosto,
Mas iria sujar minhas paredes,
Estragar meus livros,
Foi-se a fossa minha feminilidade,
Eu falei,
Eu ainda sinto as dores,
Sangue quente,
Com seu cheiro,
Vigoroso e vermelho intenso,
É você me meteu hoje!

Decepção

Decepcionante,
Reconhecer alguém,
Atrair-se,
Crer,
E tão de repente,
Nada houve.
Amor platônico,
Aquele por quem dedica-se
Profundo afeto,
E no instante mais cruel,
Acaba-se.

Talvez,
O não chegar a haver
Seja pior do que aquele
Que existiu e fracassou.
Te amo.
Existe dentro de mim,
Existe dentro de você.

O amor.
Não quero te perder,
Meus sentimentos são confusos,
São muitas más influências
E elas me convencem,
Você acha que sou louca?
Até ontem estava tudo bem,
Hoje,
Se você me deixar,
Eu escorro por meus meios
E morro.

Há formas de uma mulher
Escorrer a si própria
Num momento profundo de perda,
Então, você pensou que não é importante?
Que eu acordaria
Sobre a ameaça de não tê-lo,
E conseguiria me conter?

Me desculpa,
Já sofri demais sozinha.
Eu verto em sangue.
Mas, nenhuma lágrima.
A minha expressão se desfez,
Queria não ter sonhado,
Não ter contado com seu amor,
Não ter visto em você ciúmes,
Ou outra coisa
Que considerei por demonstração,
Assim, então,
Eu não teria acreditado,
Não teria dado vasão a tanto afeto,
Não o acrescentaria em meus planos.

Mas você não tardou a me desenganar,
Disse um simples
“Eu não a amo”.
E isto basta,
Eu o quis por amor,
Por outra coisa não será o bastante,
Entregar-me por prazer,
Apenas para o transcorrer de horas,
Não será o suficiente,
Eu aceito o seu desamor,
Obrigada pela sinceridade,
Me desculpa o teor.

É vexatório ama-lo tanto,
Ter acreditado que haveria meios,
Ter buscado encontra-lo,
Ter colocado em nós dois
Todos os esforços,
Porquê eu tentei te conquistar,
Eu fiz esforço por este sentimento,
E você vira e diz “não sinto nada”,
Eu preciso aceitar seu desafeto,
Acatar sua recusa,
Buscar outro em sentimento.

Me sinto decepcionada.
Profundamente aturdida,
Estou vencida,
Em uma batalha sem brigas,
Apenas o não houve,
Expectativas destruídas,
Não cai-se em ruínas
O que não chegou a ser construído,
Mas, acho que precisa
Ao menos duas pessoas
Para segurar um teto,
Ou então, dois alicerces
No mínimo,
O amor que nos unia ruiu
E você nunca o sentiu.
É isso.

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Garota Vulgar

Minha irmã
Discute por tudo,
Ela compete comigo,
Somos distantes uma da outra,
Eu sinto muito.

Minha mãe cobra
Que eu lhe seja próxima,
Mas sinto
Que ela não é cobrada
Da mesma forma.

Há sempre um quê
De querer ser superior,
Ora superioridade é momentânea,
Me parece que sua vida
É tão rápida
Que ela acaba por não ver
Quem está do seu lado
E lhe quer bem.

Sendo grosseira,
Porquê não vim aqui fazer gracejos,
Ela parece ver diante de si
Somente os homens,
E ainda pensa
Que ser assim é ser feliz.

Será que ela é realmente tão perfeita,
E diante dela
Eu não seja capaz de ver outra,
E construí está ideia
De quê ela só quer
Passar por sobre eu mesma?

Rejeitar meus sonhos,
Subestimar minhas conquistas,
Achar que o cara que eu desejo
É o bom da hora,
E que ela precisa ter ele
Para se sentir capaz?

Ora,
Sinônimo de beleza
Para ela,
Tornou-se estar mais bonita que eu,
Que graça
Há na desgraça?

Qual é o riso
De roubar de um alguém o sorriso?
Será que sou medíocre
Por ver nela tanto ciúmes?
Não quero competir com irmã,
É horrível não se reconhecer em família,
Há sempre opiniões distorcidas,
Mas está difícil nosso envolvimento,
Prefiro não ferir,
Mas por quê ela não se afasta de mim?

Ela deu em cima
Do carinha com quem eu estava,
Feriu meus sentimentos,
Maculou a honra dele,
Ela foi capaz de me fazer chorar,
Pensou que ele iria deseja-la,
Por quê ele faria isso
Se me escolheu desde o princípio?

Ele não o fez,
Passou-se o tempo,
E ele está comigo,
Mas eu sofri por isso,
Por quê ela faz essas coisas?
Será que buceta baba
Porquê vê lágrimas?

Eu fui baixa agora,
Me sinto assim sempre
Que falo mal dela,
Rejeição é uma porra,
Mas que porrada é ela?

Um soco no estômago
De deixar sem ar,
Uma puta
Que não sabe seu lugar.
Que droga isso
De brigas em família,
Mas o motivo não é bobo,
Não é legal
Garota que seduz o cara que você gosta
E isto também serve para a sua irmã,
Que porra de ideia,
A minha por dar bola,
A dela de ser porrada na cara!

Essa porra de “gozei
Com ela pensando em você”
É ideia que satisfaz
Apenas garotas vulgares.
Garotas solitárias 
É que vão em busca
De caras que não querem
Absolutamente nada com elas.

Saudade com Gosto de Infância

O quanto é difícil separar-se,
Por horas, minutos e instantes,
Deixar o colo da avó,
Porquê seus ossos estão frágeis,
Ela já não suporta que você cresceu.

Sim,
Você não nota,
Mas suas brincadeiras
Não são as mesmas,
Até os amiguinhos
Estão mudados.

Antes fazendo bolo de barro,
Agora esfrega os pés na terra,
Não se agacha tanto,
Olhos para a distância.
A oração da noite
Sente medo,
Os pedidos são diferentes,
São distintos os agradecimentos.

O colo do pai e da mãe,
É substituído por um abraço,
Mais tarde,
No beijo ao final da oração noturna.

Entre as mãos que fechadas
Souberam falar com Deus
De maneira tão próxima,
Verdadeira e fiel,
Agora repousa o beijo
Que é endereçado aos pais,
Ao avô, a avó.

Ossos frágeis,
Pele flácida,
Já não suportam
Abraços apertados,
E eu te amo gritados
Ao ouvido tão altos.

Beija-se os bracinhos
Que tanto abraçaram
Quem amam,
Como pedidos emudecidos
Pela chegada do sono.

Até a fala com Deus
Se torna mais silenciosa,
É como se houvesse
O demonstrado,
E o amor escondido,
Nem por isso diminuído,
Apenas deixa de ser público,
Por algum motivo.

Anos posteriores,
Imagina que foi a primeira paixão,
O primeiro menino,
Mas a verdade é que o amor
Silencia-se conforme chega a altura,
O amadurecimento das ideias,
Traz maturação de sentimento.

Mas amor não envelhece,
Por quê amor não possui círculo de vida,
Amor não morre,
Ele subsiste.

Mas a mão fechada
Diante do medo
Permanece instinto,
Pensa-se é para defesa,
O que na verdade
É apenas o manter próximo
Daquele que,
Já não sabe-se por quê,
Foi posto a distância.

A mão que abraçou tanto,
Soube manter perto,
Mesmo que apenas o coração
Ainda entenda os motivos,
Mesmo que o cérebro
Já não rememore tão rápido,
Mesmo que aquele
A quem tanto dera-se amor,
Hoje resida em lugar
Onde não se possa alcançar.

Resta o sentimento.
Persiste o carinho.
O tempo não apaga isso.
Aquele gosto de infância,
Aquele coração sempre quentinho,
-saudade eu sinto da vózinha,
Saudade eu sinto do vôzinho.

Não pode ficar,
Eu não fui visitar,
Paterno não posso alcançar,
Materno preciso ir lá!
Fica comigo a lembrança
E a saudade que sente falta.

Sem Energia Elétrica

Não há energia na casa,
Não há energia próximo a casa,
A tempestade chegou,
E algum poste não suportou,
Talvez, alguma árvore auxiliou,
O que sabe-se?
Faltou energia elétrica.

Não se lava a roupa,
O banho é frio,
Não se houve músicas,
Mas as vozes permanecem,
E a alguns metros
As miragens.

Confesso que me causa espanto,
Chego a porta,
E há música,
Ligo o interruptor
Não há mais nada,
Era apenas barulho,
Sons para me deixar louca.

A quanto isto me obriga?
Meu estremecer de medo
Ganha figurino,
Penso se é devido a bateria
Do celular
Que eles ainda estão aqui,
Fosse tão simples,
Fosse tão simples.

Não sinto que é.
Sorte tenho de poder contar com amigos,
Dividir histórias,
Ser ouvido.
Fora isso,
Passam nuvens neste céu azul,
Rápidas e riscadas,
Brancas escurecidas,
Penso que vem chuva.

Rezo a Allah
Para que venha,
Plantei bananeiras,
Sementes de uva,
Plantei sementes de maçãs,
Que Allah abençoe está plantação
Com chuva calma
E derramada.

No fogão faço a comida,
O horário do almoço se aproxima,
Espero a chuva chegar
Com calma e positividade,
O que há de mal
Que Allah distancie,
O que for de Sua bondade
Que Allah nos abençoe.

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

A Pescaria

Caiu a tardinha,
O sol baixou atrás do morro,
Bruce, sua mãe e seu pai,
Pegaram o caico,
Uma embarcação simples,
Feita em madeira,
E foram para o meio do rio.

O pai de Bruce remava,
E a mãe dele
Ia puxando a rede de dentro da água,
Bruce sentado no final do caico,
Mal pode acreditar
No número enorme de peixes
Que viu nadar na água.

Quando sua mãe
Retirou a rede da água,
Puxando-a aos poucos
Para dentro do caico,
Brucinho deu pulos de alegria,
Latiu tão alto
Que fez eco
Em todos os lados do rio.

- au, au, au.
(Au au auuu).
Fez o eco dele,
Três vezes.
Ele sorriu,
Jogou-se no chão do caico
Entusiasmado,
Remexendo-se,
E sorrindo
O seu sorriso
Mais lindo.

Na rede haviam
Um peixe,
O Bruh contou,
Dois peixes,
Três peixes,
Ele pulava de um lado
A outro contando,
Haviam tantos
Que ele quase esquecia
Em qual número estava,
Quatro peixes,
Cinco peixes...
Dez peixes...
Vinte peixes...
Trinta peixes.

- au, au, au.
Allah, são muitos peixes.
Realmente, a pescaria foi boa.
Rendeu dois baldes cheios de peixes,
E um cesto de vime.
Bruce e seus pais
Pescaram muita comida!

De repente,
Uma cobra aproximou-se do caico,
Ela nadava sobre a água,
Rápida e atrevida.
Logo foi morta.
Bruce não corria mais perigo!

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Imensidão

Riscado o céu de branco,
Céu negro e inexpressivo,
Luzes transcendem o firmamento,
As sombras de imagens
Vão se afirmando.

Vê-se mais e pouco.
O sol foi-se,
Não tem muito tempo.
As nuvens ganharam o espaço,
Conquistaram o tempo,
Agora decidem o dia da noite,
Hoje o sol descansa tranquilo.

Um painel de negro
Diante dos meus olhos,
Mais estranho que isso
É quando a energia de casa,
Pisca e apaga,
Eu olho lá fora
E tudo está escuro.

Nenhum relâmpago aqui dentro,
Como haveria de chegar?
Nenhuma estrela se acende,
Apenas o escuro enegrecido,
Onde não há nada,
Há tanto.
Barulhos vagam neste negro,
Busca-se nele
E não há nada.

Relâmpagos se acendem,
É como um riscar de lâmina afiada,
Mas o escuro fica,
Se acende e permanece,
Um tracejar por sua superfície,
Um riscar de sua pele,
Um toque,
Um som que se acende
Para apagar-se.

Se olho a olhos vagos,
Não há nada,
Mas, então o traço expande-se,
E nuvens ficam a mostra,
Cinzas esbranquiçadas,
E atrás delas,
Há o escuro imponente,
Retoma seu lugar,
E o risco se apaga,
Escuro e imenso.

Daqui até onde o infinito se escurece,
Apenas o negro,
Chuva cai,
E eu contemplo a distância,
Que nunca mostrou-se tão próxima,
Tão atraente,
E tão grande.
Imensa.
Apaga-se a luz daqui de dentro,
E apaga-se lá fora.

Casada por Acaso

O término do namoro Levou Ana ao dezenove Pote de dez litros de sorvete, Já conhecia todos os sabores, Brincava com as cores...