quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Imensidão

Riscado o céu de branco,
Céu negro e inexpressivo,
Luzes transcendem o firmamento,
As sombras de imagens
Vão se afirmando.

Vê-se mais e pouco.
O sol foi-se,
Não tem muito tempo.
As nuvens ganharam o espaço,
Conquistaram o tempo,
Agora decidem o dia da noite,
Hoje o sol descansa tranquilo.

Um painel de negro
Diante dos meus olhos,
Mais estranho que isso
É quando a energia de casa,
Pisca e apaga,
Eu olho lá fora
E tudo está escuro.

Nenhum relâmpago aqui dentro,
Como haveria de chegar?
Nenhuma estrela se acende,
Apenas o escuro enegrecido,
Onde não há nada,
Há tanto.
Barulhos vagam neste negro,
Busca-se nele
E não há nada.

Relâmpagos se acendem,
É como um riscar de lâmina afiada,
Mas o escuro fica,
Se acende e permanece,
Um tracejar por sua superfície,
Um riscar de sua pele,
Um toque,
Um som que se acende
Para apagar-se.

Se olho a olhos vagos,
Não há nada,
Mas, então o traço expande-se,
E nuvens ficam a mostra,
Cinzas esbranquiçadas,
E atrás delas,
Há o escuro imponente,
Retoma seu lugar,
E o risco se apaga,
Escuro e imenso.

Daqui até onde o infinito se escurece,
Apenas o negro,
Chuva cai,
E eu contemplo a distância,
Que nunca mostrou-se tão próxima,
Tão atraente,
E tão grande.
Imensa.
Apaga-se a luz daqui de dentro,
E apaga-se lá fora.

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Riscado o céu de branco, Céu negro e inexpressivo, Luzes transcendem o firmamento, As sombras de imagens Vão se afirmando. ...