Esquecer

Sopesados em balança justa, prazer e mágoa,
Nossas lembranças ecoavam em minha cabeça,
Tentando preencher o frio do silêncio,
Com memórias de nossos sussurros de amor,

Apenas a Deus pertence esta verdade,
De que padeço abraçado a saudade,
Por Deus como apagar este sentimento?
Ainda que quisesse discutir com o coração,
Não encontrei argumentos certeiros aos seus ouvidos,
Que se recusa a esquecer esta paixão,

Chego a sentir minha alma se aquecer,
Ao recordar a profundidade deste amor imenso,
Por Deus não consigo te esquecer,
Quem tentou resistir-lhe e saiu ileso?

Minha cabeça não é mais aliada ao coração,
Ai de mim, aqui abraçado a esta solidão,
Amor e desejo se curvam outra vez,
Você partiu e fez meus alicerces tremerem,

Eis que o amor que transporta montanhas,
Que molha a terra e a desperta para a vida,
Agora me faz desabar em lágrimas,
Com a voz falha na garganta,

Entre a lei, a honra e a dignidade,
Escolho seu amor e sua respiração ofegante,
Mas por Deus como demonstrar minha verdade?
Como lutar por este coração tão nobre?

Este amor que grita em mim e que implora por sua volta,
Este amor que se recusa ao fim e pede por sua doçura,
Me esqueça foi o que disse antes de bater a porta,

Pena que meu coração se recusa a aceitar ordens,
Meu amor fala com o sol e ele não brilha,
Não faz sentido mesmo que em lágrimas eu derretesse,
Meu amor veda e esconde as estrelas,

Auxiliado por minhas próprias lágrimas a fazer neblina,
Por Deus que sua vontade desrespeita até mesmo o azul celeste,
Mas ao seu desejo céus e terra se curvam,
Apenas meu coração permanece inerte em te esquecer,

Meu amor tem como ver que estou sofrendo?
Meu amor tem como não perceber o quanto sinto?
Amor sobre te esquecer meu coração não ouviu nenhuma frase,
Então volte e me responda como posso argumentar,
A este coração inocente e incapaz de te esquecer?

Cego de amor não me dá ouvidos,
Surdo ao meu pranto sofrido,
O amor que me conquistou com doces afagos,
Agora ausente me tira o fôlego,

Por Deus como posso argumentar?
Não tenho forças sei que és mais poderoso,
Amor até minha boca me condenaria,
Se eu tentasse fingir que não te quero em minha vida,

Pois te amo tanto e de coração íntegro,
Que já não me importo comigo,
Desprezo de toda alma sua ausência,
Meus dias caíram em monotonia,

De sonhar que estás de volta,
Condenando a dor da solidão a morte repentina,
Meu amor, meu coração se recusa a solidão,
Se não for amor, o que é então?