domingo, 27 de fevereiro de 2022

Beijo ao Luar

 

-Eu te amo, minha vida, saiba disso-,

Disse eu, com meus olhos espelhando amor

E um toque de afeição em seus olhos azuis límpidos,

A lua se erguia atrás de nós – a iluminar-nos -,


As estrelas brilhavam de forma extraordinária,

Uma brisa fresca brincava com nossos cabelos,

Estendi minha mão e toquei a sua – segurei-a -,

A vista espetacular do amor que declarava-se,


Estendia-se por quilômetros de distância,

A todo aquele que abrisse o olhar na direção do horizonte,

Veria os sorrisos que brincavam em nossas bocas,

E entrecortavam as juras de amor incontido,


Eu soube naquela hora que todos sabiam de nós,

Que não havia possibilidade de esconder-nos,

O que sentíamos era testemunhado por todos,

A maneira como nos tratávamos, os olhares, os sorrisos,


Recostei minha cabeça em seu ombro forte,

O amor rompia de dentro de nós e tomava forma,

No carinho das nossas mãos entrelaçadas,

Até o beijo que chegava a boca mas não era entregue,


-Eu te amo, meu amor -, repeti pondo ênfase nas palavras,

Lágrimas vieram em seus olhos e por trás delas o amor,

Entre a lua e as estrelas, não tão distantes delas,

Um amor rompia qualquer barreira e iniciava-se ali mesmo,


Na grama molhada pelo sereno da noite que se levantava,

Alguns pássaros noturnos cantavam, o mundo se erguia para nós,

O universo desejava nos manter juntos – ouvia-nos-,

Meus lábios tremiam de desejo sem eu poder fazer nada,


Como uma criança que tem seu brinquedo e não quer largar,

Eu me encostava nele e o segurava – eu te amo, repeti -,

Ao longe um bando de pássaros revoou assustando-nos,

Passei para o seu colo, colei meu rosto ao seu pescoço,


“Deixe aquele que você tem ser aquele que você quer”,

Ouvi ressoar ao longe, mas não disse nada,

Fiquei onde estava e ele em seu silêncio presunçoso,

Senti que teria algo a dizer e que isto mudaria algo,


- Meu amor, permita a quem te abraça ficar na sua vida-,

Me vi dizer com a voz doce e convidativa, quase em sussurro,

- Meu amor, eu confio em meu coração e ele é meu guia,

Ele me fala em cada instante a quem devo amar,


E sabe quando ele começou a sussurrar um nome sem parar? -,

Estremeci involuntária com medo de o indagar,

Mas o fiz:  - não sei, meu amor, mas você pode me falar?

-Querida, ele fez isso desde a primeira vez em que cruzei com seu olhar,


A viu e desejou em meu abraço,

Com ânsia louca de quem não quer mais nada,

Confie no que eu digo, note a honestidade com que falo -,

Não resisti ao impulso, me afastei um pouco,


E segurei seu rosto entre as minhas mãos,

Olhei-o no fundo dos olhos, e reconheci a verdade neles,

Me aproximei o bastante para tocar em seus lábios,

Senti o estremecer dos nossos corpos em confidência,

- Sim, existe amor verdadeiro e eu o tenho entre as minhas carícias.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Abraço Apertado


 

Não vou dizer que o amo,

Juro que não até o último segundo,

Mesmo no momento em que estiver

Segura em seu abraço,


Recostando meu rosto em sua face,

Nem mesmo neste momento,

Calar-me-ei, até que alguma providência

Advinda dos céus, digam-me: esta é a hora,


Antes disso, não direi palavra de amor alguma,

Com este pensamento segui ao encontro dele,

Guardando em mim a certeza de que conseguiria,

Não importava o que acontecesse não confidenciaria,


Se disso dependesse a minha vida,

Ou mesmo o meu último suspiro – ainda assim calaria,

Confesso que minhas pernas tremiam,

Mas, por dentro estava muito segura,


Sabia o que sentia e tinha consciência do que faria,

Olhei-o de longe e esperei uma atitude sua,

Por mais que quisesse, já sabia que não poderia desviar,

Então, segui em linha reta,


O tremular que abalava meus passos não me atingia,

O sentimento dentro de mim gritava alto,

Não estremecia por nada no mundo – apenas sentia-,

Seu olhar tinha o efeito de fogo em minha alma,


Me vi queimar até não restar nada,

A boca abrira como se não pudesse se controlar,

Fiz um esforço maior e consegui calar,

A chama do seu olhar levava qualquer coisa a ruínas,


Ele faz bem o tipo de homem seguro que sabe o que quer,

Tive a impressão que ante a sua menor tentativa,

Minhas barreiras iriam desfalecer,

Eu não poderia confessar tudo que sentia,


Sabia dentro de mim que não era a hora,

Embora não soubesse de onde vinha essa certeza,

Eu a tinha, e isso, de alguma forma me confortava,

Um passo em falso no caminho,


Um desequilíbrio no andar que me guiava,

Nada mais que isso,

Não caí, nem ao menos me machuquei - intacta-,

Permaneci ereta e segui até encontrá-lo,


- Não vou dizer que meu amor é profundo,

Belo ou tão único como cada dia que amanhece,

Nem mesmo que tudo que eu faça te traga conforto,

Mas, a amo de verdade, espero que possa me entender-,


Ele confessou ao meu ouvido com um abraço,

E parecia esperar por minha resposta,

Pois, o tempo passava e ele não me soltava,

Presa ao homem que amo e incerta quanto ao que falar,


- Não vou dizer que o amo,

Nem que sonho em dormir contigo em cada noite,

Mas, quanto a acordar ao seu lado,

Bem, é coisa que não se pode desistir tão fácil -,


Eu o disse, enquanto roçava a minha língua

No lóbulo da sua orelha, a percorria,

Ao final, a beijei cessando a frase que dizia,

- Querida, eu quero segurar você em meus braços,


Deitar você no meu ombro,

E fazer com que se sinta confortável,

Talvez, você gostasse de estar um pouco ao meu lado,

Eu te amo, é isso que eu quero dizer? -,


Ele fala suave aos meus cabelos,

Não me acaricia com as mãos, apenas me mantem,

- Querido, talvez isso seja coisa de mais de uma noite,

Cai a tardinha um pouco adiante,


Você me falou sobre o seu ombro, estou certa? – o convite -,

O abraço que estava forte não encontrou resistência,

Se desfez o que nunca se acabaria.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Em Sua Busca

 

Ele estava ao seu lado,

A um passo do beijo que não veio,

A certa distância de querê-lo,

E ela incerta de tentar ou não convencê-lo,


Poderia ter-lhe afagado os cabelos,

Sim, desejava com ardência um abraço,

Mas, ao invés disso,

Ergueu o olhar o bastante para encará-lo,


Sustentou este olhar por algum tempo,

Ele era pouco mais alto,

Porém, gostava de ficar esquivo,

Algum dia o perdoaria por isso;


Com porte altivo e circunspeto,

Abriu seu sorriso com dentes brancos,

Diga-se de passagem: convidativo,

Desviou o olhar para o seu abraço,


Desejo incontido de estar em seu abrigo,

A medida que ela buscava as palavras,

Elas lhe fugiam em velocidade imprevista,

Por duas vezes ela puxou suas mãos para trás,


Nestas vezes ela juntou-as uma na outra,

Com força, buscava algum tipo de conforto,

O tinha ao seu lado, mas precisaria resistir ao contato,

Pior que isso, talvez, nem houvesse aproximação,


Buscava um porquê disso tudo,

Não encontrava um motivo,

Ausência de resposta para a indagação que não veio,

Esfregou o lábio com a mão solitária,


Apenas um dedo era o bastante para acalentar,

Fossem palavras escritas talvez pudesse apontar,

Mas não encontrava nada – direção ou estratégia-,

Estava presa ao que sentia,


E sentir tanto a libertava de estar vazia,

Lutava para manter a calma,

Notou que as mãos dele tremiam- solícitas-,

Pareciam notar que faziam falta,


Se mantivesse a calma, talvez, ela pudesse falar,

E este falar lhe abriria o caminho,

Ele parecia estar tão tranquilo em tudo aquilo,

Era como se soubesse o que fazer,


Ela se perguntava se ele saberia ler pensamentos,

Assim poderia falar o que ela desejava ouvir,

E tudo se simplificaria em demasia,

Era apenas abraça-lo e ir embora,


Ou então, preparar uma resposta convincente,

Qualquer uma que evitasse o fim,

Ela temia começar a chorar e não poder parar,

Abriu a boca e pôs-se a dizer tudo que sentia:


- Te amo, meu amor, não sei viver sozinha,

Depois de tudo que passamos juntos,

Não sou capaz de conseguir, não me julga, por favor,

O amo mais que tudo na vida, preciso de nós,


Desculpa a avalanche de palavras,

Sim, estou em queda livre a desmoronar,

Depois que o tive em meus braços,

Não sei viver de outra forma nem sou capaz,


Estas palavras que eu digo saem sem querer,

Me desculpa por serem impensadas,

Mas, veja, meu amor eu sinto muita saudade,

E este amor que sinto por você não sai de forma alguma,


Sim, meu amor as palavras retardam, retroagem – fogem do meu alcance-,

Mas o amor que sinto, este só aumenta e o busca,

Bem, o roteiro das frases, me perdoa, o perdi ao seu encontro,

Mas, quanto ao amor – este nunca senti tanto,

Perdoa a fuga das palavras destes lábios trêmulos,

Mas, quanto a mim, você sabe meu amor: eu não fujo!

Eu Prometo - Me Comprometo


Não tinha garantia alguma,

Além do amor que sentia,

Mais nada a fazia levantar-se cada dia,

Em que baseava-se ela para amar?


Em uma promessa, a que nunca seria esquecida,

Dissera ele, “querida estou ocupado, agora,

Mas, prometo, por favor, não esqueça,

Falarei com você todos os dias,


Apenas pelo tempo que puder fazê-lo,

Mais que isso, perdoe-me, não prometo”,

Abaixo dos olhos que levantam-se aos céus,

Um coração parte-se ao meio,


Petrificado pela ausência que dói,

Mas, que restaura algo por dentro,

Por baixo de toda a dor que demonstra,

Um olhar busca no horizonte e é capaz de vê-lo,


Por vezes, uma lágrima cai,

Nem isso a faz desistir muito menos esquecer,

Sua face está desanimada,

Como negar com maestria a saudade?


Mas, no fundo já sabe: jamais o esquecerá,

Como se ele tivesse penetrado no fundo,

Como se ele, inteiro, estivesse em sua alma,

Não há como negar tudo que foi vivido,


Nem existirá chances para esquecer,

A saudade de tudo que existiu no passado,

Dói um pouco, mas acalenta o rubor da face,

Faz olhar adiante e isso basta,


Ela olha para trás e todos os dias o procura.

Já confessei o fato de ela ser incapaz de esquecer.

Lá longe, onde havia um gramado e flores,

Eles ainda se amam da mesma forma,


Os animais, as borboletas do parque,

Todos ainda sabem disso, negam apenas quem queira,

Entre eles e a estrada que margeava o horizonte,

Houve sim uma promessa,


Agora ela lembra com nitidez a resposta que dera,

Dissera com poucas vírgulas e espaços de pensar,

Lembra o quanto as pernas bambearam,

Mas, ele não a tomou nos braços, não precisava,


Soluços a despertam para o pranto no rosto,

Bem, respondera ela a ele: “meu querido, adoro promessas,

Principalmente as cumpridas,

Por cumpridas entenda as que tenham efeito,


Por compridas: compreenda as que se prolongam no tempo”,

Sim, ela recordou que a frase dele fora longa,

Então, certa a sua resposta ou não, fizera algum sentido...

E em seu coração ainda guarda o mesmo entendimento e efeito - comprometimento.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Chamo Por Você

Achou ele parecido com uma flor

Que desabrocha, solta o perfume e vai embora,

Mas, algo dela sempre fica,

Por mais distante que esteja – permanece,


Talvez, a simples lembrança,

Ou quem sabe o doce do perfume,

Ele faz o tipo que não se pode esquecer,

Esforço empregado em vão,


A sensação ou algo dele fica na pele,

Com uma emoção que busca o coração,

E, simplesmente, permanece,

Me vejo caindo sem ele agora,


O busco por todos os lados e em cada pessoa,

Não é mero querer é necessidade,

A boca sedenta estremece, - o busca,

Os outros são apenas os outros- ofuscados,


Não sei se ele se esforça para manter-se,

Ou se lhe é próprio, - sem imunidade para seus efeitos,

Não, se eu cair agora, como ficarei diante dele?

Não sou mais que uma mulher sedenta por seus carinhos,


Meu Deus, me mande um álibi, preciso ser forte,

Não posso quedar aos seus caprichos, mas quero muito,

Como farei para trazê-lo de volta?

A saudade me abraça e o chama,


Silencio o seu nome, mas, não os seus efeitos,

O arrepio que me percorre, a vontade dos seus beijos,

Tudo isso e um pouco mais me faz cair de joelhos,

Acho que não me permitirão levantar-se jamais,


Preciso tê-lo comigo, ao menos um pouco mais,

Um ruído rompe o ar e corta o silêncio ao meio,

Meu coração dispara desmuniciado - chamo-o,

Em cada pulsar vejo uma letra do seu nome,


Não sei, acho que uma espécie de dor me percorre,

Clamando por ele devagar e estratégica,

Bem, talvez, eu poderia defini-la outra coisa – tesão?

Calor a incendiar cada medo e devorá-lo,


Não me sinto mais, acho que não me pertenço,

Do instante em que provei o seu beijo até o eterno,

Sou dele, e não tenho querer algum de ser de outro,

É um entregar-se e não se buscar mais de volta,


Pertencer a ele sem desejar mais nada,

Meu sutiã é rasgado sem que eu perceba,

Mas, a mão que percorre a minha pele é minha,

Embora não me pertença é minha ainda,


A calcinha é removida com um segundo movimento,

Um rugido sai de mim, não o reprimo,

Seu nome grita alto lá no fundo,

Seu nome devia, precisava ser pronunciado,


Mesmo que não seja ouvido,

Dos meus lábios trêmulos não sai mais que um gemido,

Caio sobre a cama soluçando e chamando-o,

Um gosto bom chega aos meus lábios cheios,

O coração pulsa forte dentro do meu peito,


Se eu fechar os olhos sinto que posso ver ele chegando,

Porém, não o faço, há um fio de esperança e eu o busco,

Ergo apenas um pouco a voz – seu nome eu digo alto,

Um pouco antes do sono me buscar e eu ir buscá-lo.


 

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Juro, Em Deus, Meu Amor

 

Oh, querido Deus, que me falhem as estrelas do céu,

E juntem-se as do oceano rumo ao infinito,

Se por um segundo que for,

Eu possa estar mentindo,


O amo, como a nenhum outro,

Sim, eu sei que ele sabe disso,

Apenas peço a este querido amor, importe-se comigo,

As palavras saem secas dos meus lábios trêmulos,


Me sinto desprovida das suas carícias,

Desesperada já não sei mais o que digo,

Falta um incentivo ou seria um antídoto?

Estou carente do seu abraço,


Perdida por entre os vazios de um coração quebrado,

Se estou hesitando?

Ora, por favor, não seja capaz de dizer isso,

Me ofende de modo pleno e a tudo que acredito,


Juro em Deus, que seria capaz de desviar o olhar,

E por uma única vez, não me permitir te encarar,

Então, te peço, por favor, não faça isso comigo,

Estou tentando te trazer de volta,


Gostaria de ao menos outra chance para nós,

Pare por um instante e pense nas nossas promessas,

De todas elas, não há uma sequer a unir-nos?

Como eu fiz da outra vez que você se demorou,


Você acha que seria capaz de suportar agora?

Não, meu amor, me entenda já não o sou,

Vivemos daquele tempo para cá, muita coisa,

Apenas o que me faz viver é o nosso amor,


Talvez, você tenha se acostumado a distância,

Ah, como me fere pensar desta forma,

Melhor reprimir esta ideia,

E você, querido amor, o que acha:

De tudo que falo não há nada que te faça desejar voltar?


Minha Oração é Você


Amor – sussurrei num sonido rouco,

Ainda torpe pelo sono e um sonho bom,

Sim, você estava aqui comigo,

Em meus braços, acho até que o beijava,

Passo a língua nos lábios quero sorver o gosto,

De alguma forma manter seu sabor na boca,

A verdade é que queria consumi-lo,


De alguma forma trazer você para dentro,

Arraigado a minha alma,

Disposto a viver este sonho de amor ao meu lado,

Não busco olhar para o lado – sinto medo,

O medo de perdê-lo me fere de novo,


Sei que se me virar posso não encontra-lo,

Então, o que poderia fazer depois de tudo que vivemos?

Sem perceber ao certo o que faço,

Reúno minhas mãos em oração,

E o pedido que sai dos meus lábios,

Ressoa o seu nome do fundo do coração,


Sim, você está em mim muito mais do que sabe,

Muito menos do que eu gostaria que estivesse,

Não ouso separar minhas mãos, não agora,

Ai de mim te buscar sem encontrar-te,

Quedaria em ruína nesta mesma hora,

Talvez, até mesmo preferisse o sono dos justos,

Daqueles que de tanto amor foram embora,


Não porque fosse pouco o que tinham,

Simplesmente, porque o dono dos seus sonhos

Não os sentem da mesma forma,

Sim, o amo, digo a Deus antes de mais nada,

Sussurro o seu nome feito um mantra,

O amo como nunca imaginei amar,


Dessa vez, estava me referindo a terra,

Baixo o meu olhar quase a fechá-los,

Fugi dos céus ou sei lá,

Poderia dizer que falava com o vento ou outra coisa,


Uma lágrima percorre meu rosto rumo a boca,

Molha-a enquanto contorna os meus lábios,

Será que nunca poderei sentir seu gosto?

Não ouso perguntar em voz alta,


Mas levanto os olhos em direção aos céus,

Não ouço resposta,

Por Deus, meu coração me indaga:

Será que algum dia ele receberá minha mensagem?

- Deus eu o amo para todo o sempre. Amém;

Encerro a oração e respondo-me.

sábado, 19 de fevereiro de 2022

Gostaria do Seu Beijo

 

Olhei para o seu olhar,

Sim, fui um pouco além da cor dos seus olhos,

Azuis um tanto acastanhados, sei lá,

Queria ver algo mais profundo de nós,


O sol refletia em sua pele num tom perfeito,

Nunca o vi mais bonito, o sol, me refiro,

Quanto a você, só tenho a falar

Que melhora a cada dia,


Bem, é o que penso, por isso falo,

Espero que entenda a minha ousadia,

Ou as palavras, caso estejam mal colocadas,

Diante de ti, o dia se ofusca mesmo,


Não poderia dizer coisa diferente dessa,

Mas, olho para o sol ainda assim,

Tento, ao menos um pouco fugir de ti,

É que este seu fascínio que você exerce

Ele me deixa sem saber como reagir,

Creio que você me entenda, bem, espero que sim,


Dou um passo adiante, e aí está você,

Desde antes sentia o seu cheiro, mas agora,

Bem, ele está um pouco mais inebriante,

Há um mistura de sentimentos nisso tudo,

Não sei se seria clara o bastante se o dissesse: amor,


Por isso, me perdoa mas nem o tento dizê-lo,

Há algo no seu interior que me chama,

Me puxa com certo magnetismo,

O fato dos seus braços parecerem perfeitos,


Acredite em mim, não muda nada quanto ao que eu penso,

É certo que já me imaginei encaixada neles,

Um pouco mais de uma vez,

Devo confessar,

Este seu interior ofusca o que há lá fora,


Ou afasta o que não é bom,

Quanto a este fato eu não poderia dizer outra coisa,

Sinto uma certa segurança ao seu lado,

Poderia até mesmo definir conforto,

De imediato o digo: amor – sim, não resisto,


O digo e se precisar eu repito,

Amor, meu querido, é tudo que sinto,

Não olho para nenhum outro lugar,

Apenas encaro-o no fundo dos seus olhos,


Penso como seria estar em sua alma,

Sei que não iria querer sair de lá,

Me indago será que haveria chances de estar nela mesmo?

Não ouso indagar em alta voz, me calo,


Bem ali, diante dos seus olhos, o encaro silenciosa,

Ele me indaga um tanto repentino,

- Bem querida, o que você gostaria de aprender-,

Sacana, acho que sabe bem o que sinto,


- O caminho da sua vida é o bastante –

Mordo o lábio trêmulo, queria contê-lo,

Mas, percebo que é o coração que está no comando,

Então, não há mesmo o que ser feito-,

Um segundo ao seu lado é meu horizonte,

Quem seria eu para pedir um beijo seu?-


Dou um segundo passo para frente,

Me encosto nele a ponto de senti-lo,

Mas, não ainda tocá-lo,

Apenas sinto mais forte o seu calor, seu cheiro imponente,

- Mas, querido, não se ofenda com o que digo,


Faça silêncio, caso discorde,

Não mais que isso,

Sobre o beijo, não o pedindo: você me daria?


Querido Amor

Amor, não me veja agora,

Te peço apenas isso nada mais,

Olhe para o outro lado, lá atrás,

Qualquer coisa que te impeça de me ver,

Sim, você olhou, eu disse amor, não,

Estou de joelhos o que irá fazer?


Quedar-se ao meu lado esquerdo?

Ou então, irá por acaso me dar a mão,

Mesmo tendo passado por tudo que me culpo

De tê-la feito passar em vão,

Querida, não significa que seja pouco o que sinto,


Não por favor, não me olhe agora,

Também não seja dessa forma tão compreensiva,

Se me cansei de lutar sozinho por nós?

Sim, estou de joelhos cabeça inclinada,

Perdoe-me por não poder olhar em seus olhos,

Me deixaram dessa forma, ora veja –jogado,


Estendo uma mão ou devo escondê-la?

Se desejo vê-la entrelaçada a sua,

Oh, por Deus, o quanto desejo, então você imagina?

O rubor de sua face escorria por entre os dedos,

Vermelhos e trêmulos como o medo que sentia,

Que, pouco a pouco se esvaia,


Mas, nem por isso o erguia – inclinado,

Impassível? Não, isso não o definiria,

Voltou a si, parado e incontido,

Tinha uma chance agora, diria tudo,

Sem esconder vírgula ou ponto,

Mas, ousar erguer-se e encará-la,


Será que teria forças para tanto?

De mãos vazias, porém, cheias,

Cheias do tanto que andaram escondidas,

Sem ter as dela entre as suas – desprotegidas,

Havia um grito a ecoar por entre os seus lábios,

Mas, este grito seria guardado – última alternativa,


Suado e trêmulo, talvez, um tanto gélido,

Disse para si, com um pequeno sussurro – amo-a,

Repetiu outra vez, então, ergueu o olhar,

Ela o olhava de frente agora – parada,

Como se não soubesse como reagir,

Ou apenas não esperasse por tudo isso,

- Sim, meu amor eu a amo e nunca a esqueci,


Não ouviu o tremor na voz que saiu junto,

Nem mesmo se o sonido ficou bom,

Mas, falou tudo o que mantinha guardado,

A mão ainda estendida e sozinha,

Agora tinha a dela solta feito uma carícia,

Segurou-a firma, de joelhos e arrependido,


Algum tempo depois do longo beijo,

Foi que percebeu que juntou forças para se levantar,

E que a tinha por entre os seus braços,

Enquanto todos os sentidos estavam inquietos,

Sussurros diziam o quanto a amavam,

Depois que voltou a si,

Despediu-se sem saber porquê,


Apenas não estava preparado,

O medo havia se dissipado,

O amor voltou à tona como nunca imaginou,

Mas, havia algo que o distanciava,

Algo que o levava para um outro lugar,

Pelo menos, por aquele momento,


Limpou um resquício de poeira dos olhos,

Agachado por tempo demais naquele chão,

Não cuidara quando o sol se pôs,

Mas tinha certeza sobre o quanto amava seu coração.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Abraço Apertado

Ele olhou direto em seus olhos,

Decidiu que não iria perdê-la,

Um rubor tomou levemente o seu rosto,

Se a culpa pertencia a alguém - assumi-la-ia,


Onde houve sua carícia pairava a lembrança

Daquela que tanto ama a centímetros de distância

De ser, ainda, sua ou então perdê-la,

- Eu te amo, preciso de você comigo, agora,


Não digo amanhã ou depois, mas nesta hora,

E se possível, meu amor, por toda a vida,

Concluiu a voz mais macia que pretendia,

Não sabia o motivo mas queria ser comedido,


Acreditava que pecava pelo exagero,

Que em algum dos passos que dera a ela,

Um destes, ao menos um, fosse em falso,

Tocou seu rosto uma, depois segunda vez,


Queria manter seu toque ali para sempre,

Senti-la na carícia dos seus dedos – minha,

A lentidão com que a trouxe para si

Disse muito, mas pouco do que pretendia,


Sentiu seu cheiro, o calor que emanava,

Com os lábios trêmulos aproximou-a de sua boca,

Um roçar de lábios e um eu te amo foi derramado

A iniciar por uma lambida a contorná-los,


A encerrar por penetrar sua língua até o fundo,

Não queria menos que sua alma,

Tomava para si, muito mais do que pretendia,

Ela entregou-se a curva do seu corpo – um apenas,


O abraço que a contornou a desenhava,

Moldava-se a ela com perfeição desmedida,

Você pode fugir de tudo que sente,

Pode até jurar amor em falso,


Mas, não consegue fingir quando o rubor toca a face,

Quando mãos hábeis a puxam para si mesmo,

Sem jura alguma, mas com força suficiente

Para sentir em si mesma – não ser solta,

Não desprender-se nunca.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Porta Aberta

 

A casa estava vazia,

Mas, algo a observava,

Talvez, fosse o que sentia,

Aquela vontade de buscar que não se sacia,


Com pouco custo admitiria,

Não sabia nem ao menos o que buscava,

Mas, algo dentro de si não estava bom,

Havia um quê de insatisfeito,


E algo precisava ser feito,

Não usou a escada,

Pulou a janela, era baixa,

Não tinha um motivo, mas, o fez,


Ela parecia levar a algum lugar,

A um passo de tocar o céu e nada mais,

Quem sabe, fosse apenas isso,

Tocar um ponto mais alto,


Que não podia, não ainda.

Ignorou por completo a porta aberta.

Não fora medo o que via em seus olhos,

Nada do que disse a convenceria disso,


Mesmo que refletisse por toda a sua vida,

Que mil vezes repensasse o mesmo assunto,

Não avistaria nada disso, era outra coisa,

Quase que uma segurança desmedida,


De quem tem controle sobre todo o redor,

E isso me incluía e eu não via com bons olhos,

Havia uma emoção escondida,

Claro que havia,


Contava com uma carta na manga,

Ou ignorava tudo que eu sentia e mais nada,

A princípio. Alguns passos após,

Longa conversa depois, mesmo que em monossílabos,


E havia algo, um tanto mais palpável,

Mais perceptível, mas, não comentado em alta voz,

Porém, quanto mais gastava seu tempo

Com este assunto, mais se sentia exausta,


Mais parecia andar a esmo,

Sem um caminho ou ponto de chegada,

Não imaginava que fosse fingimento,

Não considerava isso para nenhuma das promessas,


Mesmo aquelas já esquecidas no tempo,

Nutrir amor não esbarrava em castigo,

Não quando sempre exista uma alternativa,

Ama-se pelo gosto do beijo que fica na boca,


Pela companhia de estar com quem se gosta,

Na ausência do beijo, o diálogo até o encontro,

Afinal de contas ele havia lhe jurado amor,

E isso não poderia ser negado de forma alguma,


Ainda podia lembrar enquanto contava os passos,

Andando por entre uma calçada e outra,

Eu te amo ele dissera,

E daquele tempo não transcorrera muito.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Mãos Dadas

 

Apalpei sua mão, estava escorregadia,

Seus olhos incertos em outro lugar,

Ele parecia incapaz de se esquivar,

Mas fugia de nós, parecia não querer estar,

 

Segurei-a firme, a trouxe para os meus lábios,

Beijei um beijo delicado e molhado,

Um tanto indigesto ou deliberativo,

Como se o quisesse dizer fala algo,

Seja, repulsivo ou impulsivo, mas não cala,

Qualquer coisa que me traga a calma,

 

Isso em pensamento, porque em verdade,

Não fiz nada, apenas a segurei firme,

Tentei afastar o pensamento do inseguro,

Pôr uma tranca naquilo que o afastava,

Puxei sua mão para o meu colo,

A coloquei de encontro com minha perna,

 

Quis dizê-lo, amor me sente ainda,

Com isso, não fui capaz de conter o suspiro

Que trouxe uma lágrima serena no meu olhar,

Não a deixei cair você não merecia isso,

Vê-lo sofrer não me faria ficar melhor,

Te aproximar por meios sórdidos não parece uma saída,

 

Depois de tanto tempo juntos,

Não saber como nos aproximar,

Levantei o olhar para o alto,

Com um sutil virar de cabeça,

Encontrei seu olhar,

Mas apenas depois de dizer, meu amor eu o amo,

 

Senti o seu impulso de resistência,

Mantive a firmeza das palavras ao te encontrar,

O amo como nunca pensei que amaria,

Coloquei uma mão na janela da porta,

Tranquei aquela que já estava trancada,

Não queria sair dali, deixá-lo sozinho: nunca,

 

Encontrei dificuldade em sustentar algo verdadeiro,

Pareceu-me que o falso sempre foi mais convidativo,

Talvez, fosse porque vivi de enganos por uma vida,

Afirmar meu amor e sustentá-lo em seu olhar

Não era nada fácil, tive medo do que poderia vir,

Como reagir depois de se entregar de alma nua?

 

Haviam riscos, sempre há. Tive medo com todo o coração,

Mas, acima de tudo amo-o com sôfrega paixão,

Do tipo que sufoca-se em dor, mas não sabe dizer não,

Aquela que entrega seu último suspiro pela emoção,

De simplesmente estar ali, tê-lo naquele segundo,

E fim, sabê-lo, fora meu e o terei para sempre no coração,

 

Pisquei buscando as palavras,

Uma infinidade de frases cruzou meu caminho,

Mas, nenhuma sabia o que dizer para trazê-lo,

Sim, o amo, repeti: te amo e te amo,

Baixei o olhar para o coração que respondeu num pulo,

Te amo e não sei o que fazer para dizê-lo,

 

No desfile de frases mil pareciam bonitas,

Mas, nenhuma adequava-se. Todo esforço e nada.

Trouxe sua mão aos meus lábios, beijei-a,

Quente e úmida, o amo saiba sempre disso,

Seria pouco dizê-lo que preciso de você comigo,

Ele apertou minha mão e respondeu: amor, basta isso.


domingo, 6 de fevereiro de 2022

Na Madrugada

 Entre as duas e três da madrugada,

Não antes, nem mais tarde,

Seu cheiro chegou até as minhas narinas,

Bem, é certo que eu poderia chama-lo saudade,


Mas, prefiro cheiro, quase um gosto,

Pois, recordo que teve o efeito do seu beijo,

Bloqueou cada objeção minha,

Cada pensamento de um coração descompassado,

Chegou ao calor pungente da minha língua,

E não fez mais, foi descendo,


Ganhou o rumo da garganta e não quis outra coisa,

Alcançou o coração que pulsava e pedia,

"Volta amor, preciso de um tempo a mais ao seu lado,

Um abraço ou um sorriso de longe,

Sob a luz ofuscante do alvorecer,


Qualquer coisa que me faça acreditar em nós,

Que, mesmo que para tudo tenha um tempo certo,

Para nós será diferente,

Faremos da forma que melhor convier,

Para que tudo se sobressaia ao corriqueiro,


Sem o beijo esperado do bom dia,

Mas com a calma e tranquilidade de sua companhia",

Esse cheiro, tinha um gosto e nele um calor,

Que agora preenchia cada espaço vago,


Um coração que antes pulsava,

Agora existia, mais forte, muito mais determinado,

Apalpei o travesseiro, recostei-me na coberta,

Não fazia frio, mas precisava de um quê em que me segurar,


- Você -, eu lhe disse aquela hora:

“Querido, há coisas que escapam pelos dedos,

E outras que derramam-se porque precisam disso”,

Tudo bem, você disse - "amor seu tempo é mesmo assim, rápido"?! -


Eu lhe respondi: “querido, como você consegue este efeito?”

Um segundo de pensamento,

Um mundo de transbordamento,

O amor que agora pulsava mais calmo,


Mantém-me firme a te esperar aqui no quarto,

Não desejei estancar nada do que sentia,

Se me magoasse, tudo bem, nem uma palavra eu diria,

Aquele instante era meu e seu também,


Você foi o motivo, a razão da qual nunca esquecerei,

Recorda? Eu lhe falei: "olha amor, você é para sempre!"

Não precisei dar passo algum para trás,

Os pensamentos estavam alinhados e íntegros,

Havia o desejo de espera e há amor nisso tudo que digo,


Recostei-me um pouco na porta,

Queria sentir o seu impulso ao abri-la,

Com um sorriso nos lábios gostei deste pensamento,

Um suspiro de amor incontido permanecia no ar,

Identifiquei o último não lembro quando foi o primeiro,

Talvez, sobre aquele instante em que você me abraçava,


Ou sei lá, recorda da forma como você procurava as palavras?

Bem, depois disso você sorriu genuíno, poderia esquecer?

Então, "querido: você é para sempre!"

Fechei os olhos tranquila com o que pensava,

Disso tudo, não disse até agora única palavra,

Eu lhe disse, lembranças e um cheiro bom me silenciava,


Porém, nossos momentos corriam diante de mim,

Em cada pensamento de alguém que não estava ali,

Porque, em algum lugar, não muito longe,

Havia um alguém que se importava e não tardaria,

Parecia haver um algo a encurtar distâncias,


O amor, talvez seja isso,

Bem, concordo com seu esforço em manter aparências,

Mas, amor eu não me convenci disso,

Você tranquilo comigo aqui sozinha?


Meu sorriso foi diminuindo sem que eu percebesse,

Mantinha os olhos fechados e os pensamentos obedientes,

O sono me abraçou e os sonhos me acordaram pela manhã,

Seu cheiro forte em mim, então, você pode imaginar...

Torrentes de Água

Choveu por toda parte, A chuva embaçou o para-brisa, Deixou cega a toda vista, E retirou-a de seus devaneios, Assim que lama...