Decidiu que não iria perdê-la,
Um rubor tomou levemente o seu rosto,
Se a culpa pertencia a alguém - assumi-la-ia,
Onde houve sua carícia pairava a lembrança
Daquela que tanto ama a centímetros de distância
De ser, ainda, sua ou então perdê-la,
- Eu te amo, preciso de você comigo, agora,
Não digo amanhã ou depois, mas nesta hora,
E se possível, meu amor, por toda a vida,
Concluiu a voz mais macia que pretendia,
Não sabia o motivo mas queria ser comedido,
Acreditava que pecava pelo exagero,
Que em algum dos passos que dera a ela,
Um destes, ao menos um, fosse em falso,
Tocou seu rosto uma, depois segunda vez,
Queria manter seu toque ali para sempre,
Senti-la na carícia dos seus dedos – minha,
A lentidão com que a trouxe para si
Disse muito, mas pouco do que pretendia,
Sentiu seu cheiro, o calor que emanava,
Com os lábios trêmulos aproximou-a de sua boca,
Um roçar de lábios e um eu te amo foi derramado
A iniciar por uma lambida a contorná-los,
A encerrar por penetrar sua língua até o fundo,
Não queria menos que sua alma,
Tomava para si, muito mais do que pretendia,
Ela entregou-se a curva do seu corpo – um apenas,
O abraço que a contornou a desenhava,
Moldava-se a ela com perfeição desmedida,
Você pode fugir de tudo que sente,
Pode até jurar amor em falso,
Mas, não consegue fingir quando o rubor toca a face,
Quando mãos hábeis a puxam para si mesmo,
Sem jura alguma, mas com força suficiente
Para sentir em si mesma – não ser solta,
Não desprender-se nunca.
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