sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Abraço Apertado


 

Não vou dizer que o amo,

Juro que não até o último segundo,

Mesmo no momento em que estiver

Segura em seu abraço,


Recostando meu rosto em sua face,

Nem mesmo neste momento,

Calar-me-ei, até que alguma providência

Advinda dos céus, digam-me: esta é a hora,


Antes disso, não direi palavra de amor alguma,

Com este pensamento segui ao encontro dele,

Guardando em mim a certeza de que conseguiria,

Não importava o que acontecesse não confidenciaria,


Se disso dependesse a minha vida,

Ou mesmo o meu último suspiro – ainda assim calaria,

Confesso que minhas pernas tremiam,

Mas, por dentro estava muito segura,


Sabia o que sentia e tinha consciência do que faria,

Olhei-o de longe e esperei uma atitude sua,

Por mais que quisesse, já sabia que não poderia desviar,

Então, segui em linha reta,


O tremular que abalava meus passos não me atingia,

O sentimento dentro de mim gritava alto,

Não estremecia por nada no mundo – apenas sentia-,

Seu olhar tinha o efeito de fogo em minha alma,


Me vi queimar até não restar nada,

A boca abrira como se não pudesse se controlar,

Fiz um esforço maior e consegui calar,

A chama do seu olhar levava qualquer coisa a ruínas,


Ele faz bem o tipo de homem seguro que sabe o que quer,

Tive a impressão que ante a sua menor tentativa,

Minhas barreiras iriam desfalecer,

Eu não poderia confessar tudo que sentia,


Sabia dentro de mim que não era a hora,

Embora não soubesse de onde vinha essa certeza,

Eu a tinha, e isso, de alguma forma me confortava,

Um passo em falso no caminho,


Um desequilíbrio no andar que me guiava,

Nada mais que isso,

Não caí, nem ao menos me machuquei - intacta-,

Permaneci ereta e segui até encontrá-lo,


- Não vou dizer que meu amor é profundo,

Belo ou tão único como cada dia que amanhece,

Nem mesmo que tudo que eu faça te traga conforto,

Mas, a amo de verdade, espero que possa me entender-,


Ele confessou ao meu ouvido com um abraço,

E parecia esperar por minha resposta,

Pois, o tempo passava e ele não me soltava,

Presa ao homem que amo e incerta quanto ao que falar,


- Não vou dizer que o amo,

Nem que sonho em dormir contigo em cada noite,

Mas, quanto a acordar ao seu lado,

Bem, é coisa que não se pode desistir tão fácil -,


Eu o disse, enquanto roçava a minha língua

No lóbulo da sua orelha, a percorria,

Ao final, a beijei cessando a frase que dizia,

- Querida, eu quero segurar você em meus braços,


Deitar você no meu ombro,

E fazer com que se sinta confortável,

Talvez, você gostasse de estar um pouco ao meu lado,

Eu te amo, é isso que eu quero dizer? -,


Ele fala suave aos meus cabelos,

Não me acaricia com as mãos, apenas me mantem,

- Querido, talvez isso seja coisa de mais de uma noite,

Cai a tardinha um pouco adiante,


Você me falou sobre o seu ombro, estou certa? – o convite -,

O abraço que estava forte não encontrou resistência,

Se desfez o que nunca se acabaria.

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