Mas, enfim a voz não saiu,
E o grito ficou mudo,
Permaneceu na garganta,
A seco;
Melhor assim,
Virou as costas ao vê-lo partir,
Quando se grita, o que parece?
Há algo que o faça arrepender-se?
Isso não parecia provável,
Nem um pouco,
Eu posso dizer como concluí isso,
Meu caro coração,
Peço não tente olhar em meus olhos,
Você não gostaria de ver o que ficou,
Daquele brilho jovial e encantador,
Dos mil sonhos de amor,
Todos aqueles em que você acreditou,
Todos estão estraçalhados,
Não queira ver,
O abraço,
O beijo de despedida,
Não, apenas não queira ver,
Muito bem, não soube o que dizer,
A voz ficou calada,
Parecia não ter alternativa,
Havia alguma falha no meu abraço,
E este amor escapou por ela,
De alguma forma,
Talvez, eu não devesse ter dormido aquela noite,
Quem sabe devesse ter feito algo diferente,
Eu tive tanta vontade de sentir aquele abraço,
Tive tanto apreço ao ganhar seu beijo,
Não soube como reagir,
Simplesmente não soube o que fazer,
É que – houve tanto tempo de espera,
A expectativa não ajudou em nada,
Talvez ele tivesse algum interesse em se esconder,
Pode ser que tudo isso ainda tenha explicação,
Que poderia fazer ao vê-lo retornar
E me oferecer a mão?
Mentir, fugir, me esforçar para resistir...
Por que quando alguém vai sempre se espera pela volta?
O que há de tão bom no sabor do retorno?
Desconfio disso,
Da minha parte,
Confesso este interesse...
Portanto,
Vou esperar passar o tempo...
Ver o que o futuro pode dizer,
Talvez, aja alguma forma de acordo...
(Eu e o tempo...)