Mas as vezes essas coisas voltam,
Elas voltam,
Essas coisas voltam.
Ele tinha em suas mãos pão,
Um pequeno pedaço de pão,
Esmigalhou-o e dividiu comigo,
Como?
Soltou seus pedaços ao chão,
Doou aos pássaros?
Não!
Colocou um após colocou outro,
Andou, nisso,
Três passos,
Eu atrás em seu caminho.
Ele retornou e pegou-o,
O primeiro.
E então, passou ao segundo,
Retornou, então, ao terceiro passo.
Lá deixou um outro pedaço,
Outro passo e outro,
E, desta forma se voltou para trás,
Fez tudo de novo,
Eu? Em seu percalço,
Então, me olha e se volta:
-Você me viu no caminho por onde andou?
-Não, meu irmão, em nenhum momento o perdi,
Respondo em tom confuso.
-Mas se posso confessar algo:
“Disso que você fez, eu não entendi”.
Ele retornou e mostrou.
-Aqui deixei o pão porque passei.
Então, retornei e o busquei.
Ele esfregou a mão no chão de onde juntou,
Apenas desta vez,
Virou-se até meu olhar e disse:
-Você viu, agora, por onde eu estive?
-Sim, agora sim.
Respondi.
A partir do terceiro ou sexto passo,
Ele guardou no bolso um pequeno pedaço,
E lá sempre esteve,
Em cada calça,
Em cada lugar por onde foi.
Vez por outra ele se volta.
-Você viu, então, que estive aqui?
Por vezes, há confusão:
-Não, eu confesso que eu não.
Como dizer que ele ia a frente,
Rápido e inteligente,
Das migalhas ficava apenas o cheiro,
Sem marcas ou patentes.
Ele retorna e me olha:
-Não, você não
esteve. Eu sim!
Ele disse.
Eu me sinto sem resposta.
Não há como explicar tudo
No que se refere ao amar.
Abraço-o e o trago junto.
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