Ele, não gritou ou levou
a mão da boca,
Não houve sangue ou dor,
Apenas, sentamos a beira
do rio pescar,
Estávamos na areia umedecida,
Sob uma amoreira comendo
amora.
Jogamos o anzol na água,
O peixe o pegou e puxou,
Após enroscou-o sob ela.
Meu querido e amado
menino,
Ficou entristecido.
Então subiu sobre um
galho da amoreira,
Não se importou tanto com
suas flores
Que caiam sorrateiras,
Destas não proveriam
frutos...
Mas meu coração se
compadeceu,
Então, neste mesmo
instante o galho se rompeu,
Quebrou mais de que
metade,
E foi descendo
lentamente.
Ele teria tido um fim
trágico.
Eu temi isso.
Assim, me coloquei na
água,
Pé direito e mão na
perna.
(A perna em que gostava
que ele beijasse).
Um pé após o outro da
areia ao barro molhado,
O barro se rompeu sob as
águas,
E eu fui descendo,
Chegando até embaixo do
galho,
Com lama, barro, folhas
molhadas e água até acima do umbigo.
Ergui com força que nem possuía
o galho
E nele o menino que tanto
amo.
Ele retirou o anzol e
tirou dele um peixe negro,
Fino e liso, de olhos
escuros.
A água me atingiu nas
costelas,
Mas meu coração não ficou
submerso.
Eu saí da água com pouca
dificuldade e medo.
Sentamos mais para cima
sobre a grama,
Muito mais tarde e
conversamos.
Ele disse:
-Nossa Aline, você me
salvou!
Que bonito!
Te devo salvar sua vida,
Devo retribuir logo!
Eu sorri feliz e o
abracei respondendo:
-Minha vida depende de
salvar a sua.
Isso me basta,
Ter você em minha vida!
Ele sorriu e se afastou
respondendo:
-Nossa, parece que você fez
o mais importante!
Ele disse, meio que em
tom de desdém.
Eu sorri abraçada a ele.
Realmente, salvar minha
vida não seria prioridade,
Se nisto, em algum momento, estivesse em questão a vida dele.
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