Ele era força nova na polícia,
Chegou com rosto bonito.
-Quero sexo!
Me disse por trás,
Enquanto eu varia o terreno.
-Querido, compra na cantina!
Ele me desferiu um golpe traiçoeiro.
Não olhou para meu rosto.
De alguma forma me conhecia.
Atirou com uma arma estranha,
Me prendeu.
E se aproximou por minhas costas.
Eu não sabia o que era.
Não passava de uma menina.
Tentei lhe meter a vassoura.
Arranhei seu braço.
Ele me deu um soco na cara.
Eu lhe desferi um golpe.
A esquerda em suas costelas.
Ele gemeu.
Me olhou com olhos vermelhos.
Tentou me estrangular em seguida.
Eu lhe golpeei de novo,
Desta vez, no ombro direito.
Sob a vigia e guarda da minha avó.
Ela chorava.
Uma velhinha de pele enrugada.
Quase cega.
Sofria.
Por minha causa.
Minha inocência sendo retirada.
Ela sem poder fazer nada.
Apenas deixava de lado a costura.
Lhe desferi um golpe no estômago.
Com toda força.
Ela disse.
-Filhinha mate-o agora.
Ele não lhe dará outra oportunidade.
Um único golpe por minha avó.
Só este.
E nenhum outro.
Golpeei-o de jeito.
E seu coração foi arrancado.
De engasgo.
Ele levou a mão esquerda no peito.
A direita soltou para o lado.
Engasgado.
Por três vezes.
Na terceira seu coração caiu no chão limpo.
O chão que eu varia a terra.
Seu corpo ficou ereto
E estagnado.
Os olhos azuis vidrados.
A boca aberta se suavizava.
O rosto lívido.
Morto.
Eu porém,
Nunca esqueci-o.
Eu não lhe dei uma flor.
Ele jamais a mereceria.
Lhe dei a terra suja.
Ciscos, pedras e outras sujeiras.
Tudo que lhe permitisse a vala.
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