domingo, 5 de maio de 2024

Pois é

Bem.
Este, então, foi meu pai.
Agora, outro homem
Que eu nunca irei querer decepcionar 
É aquele que no espaço de segundos
Me faz perder o autocontrole,
E me faz a pessoa mais segura.
Mexe comigo por inteira.

Dois homens dos quais me orgulho.
Bem, meu pai me deu boa educação,
Bons alicerces e valores.
Me ensinou a escolher.
Porque homem por homem
Existem muitos.
Mas, eu tive boa base.

Imponente.
Antes de tudo isso.
Me vi imponente.
Completamente insegura,
A não ser sobre os efeitos da sedução dele.
Homem do tipo que não se esquece.
Sujeito bom de se conhecer.
Cara que se quer por mais que noites.

Aquele cara que te faz ficar
A beira do rio vendo o pôr do sol
E imaginar que poderia ser melhor,
Estar com ele neste lugar,
Conversar ao invés de silenciar,
Beijar, de repente, ao invés de 
Apenas olhar.
Concordamos que o pôr do sol é lindo!

Instante tão breve que pareceu nem existir,
Logo depois,
Não o quis.
Me reprimi.
O impeli.
Evitei contato com seu olhar.
Evitei até mesmo estar no mesmo lugar.
E o pôr do sol ficou,
Mas o evitei da mesma forma.
Tudo foi-se.
Pai, cara legal, pôr do sol.
Tudo distante.

Havia uma única lâmpada fraca acesa,
Troquei por duas.
Havia um cobertor feminino sobre a cama,
Estendi todos os outros juntos.
Na luz fraca,
O rosto dele parecia surgir a noite,
Silencioso me cuidando,
Quase me amando.
Seu rosto parecia exigir planos.
As sombras por suas feições
Pareciam falar de amor.

Isso espera por nós desde a praia.
Eu nem lembro sobre o episódio,
Eu evito areia e água salgada.
Não tento resistir a sua presença,
Mas não sei se será constante.
Sinto um dever de me afastar,
Logo depois de ouvi-lo falar de seus valores,
E neles os seus planos,
E nisto não me incluo.
Ele disse isso com todas as letras.
Então, me lembro de afasta-lo.
E de nunca quere-lo perto.

De início,
Pareço fazer esforço para êxito,
Após pouco tempo,
Tudo é muito espontâneo.
Ele não me quer por perto.
E eu me certifico de retribuir.
Foi este homem que lembrei
No instante em que puxei outro para mim.
Foi este,
Que me fez olhar no fundo dos olhos do outro
E me perguntar se seria igual ao primeiro.
Foi este que me fez duvidar,
Me fez mais exigente,
E me fez desistir rapidamente.

Eu lembro de abraços
Que não fazem falta.
De conversas que feriam.
De planos obsoletos 
Onde eu não me encaixava.
Fico rígida e sigo adiante.
Curvo um sorriso lento,
Casual e sensual e sigo.

Não tenho direitos sobre seus costumes,
Não posso interferir em questão de gostos
E falsos valores,
Não me apego.
Recordo seus contornos,
Busco falar mal deles,
Confesso,
Eu não o ajudo.
Que resista,
Seja tão capaz quanto o sou,
Que seja impecável 
Ao beijar outra boca,
Seja tão melhor que posso ser.

Eu já evito reencontro.
Não quero mesmos ambientes,
Desisto de lembrar beijos,
E tudo fica ofuscado,
Distorcido.
Indesejado.
Bem, mas é um bom homem.
E o mais, ele que prove!

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