segunda-feira, 7 de julho de 2025

Matéria Escolar: Cocaína

Joel saiu no cair da noite,
Com direção ao país vizinho
Do Brasil,
A Argentina.
Preparou o carro,
Convidou um amigo
E seguiram viagem
Fingiram trazer alimentos
E outros objetos para venda.
Mas, não foi isto que ocorreu,
Chegaram lá e carregaram
O carro com cocaína,
Substituíram os pneus de câmeras,
Por outros sem,
Cujos quais, eram feitos
Da própria cocaína sólida
Enrustida em borracha.
O tanque de combustível
Também foi substituído,
Agora ele usava combustível a gás,
E no tanque pôs toda cocaína
Que pode.
- abençoado pó branco!
Joel disse,
Dando tapinhas na lataria
Do carro,
Enquanto se referia a Tiago.
- vamos nos dar bem,
Porém, vamos reformar a lataria.
Do início ao fim do carro,
Reconstruíram através da droga.
A droga era apreciada
No país todo,
A cidade estava ansiosa
Pelo produto,
Fariam bons lucros.
A partir dali,
Com o carro abarrotado,
Seguiram de volta.
No entanto, Raissa
Não gostou da ideia,
Quando viu seu filho
De quatorze anos
Pegá-la pela nuca,
E ameaça-la usando uma faca,
E colando ao seu pescoço
Para pedir-lhe outra vez dinheiro.
Não foi difícil descobrir
Com sua sobrinha,
Aonde o filho gastaria
E em quê.
A ansiedade do garoto
Foi enorme,
A coragem quase lhe custou
A vida.
Ela o trancou no quarto,
Escondeu as chaves
Para que Romildo não fosse pego
Usando droga por seu pai,
O esposo Jomilson o mataria.
Embora, sempre calmo,
Ele era um homem feroz
Pela saúde do filho,
E agora mais que sua saúde,
A vida da esposa e também dele
Estavam em risco.
O menino, apenas um garoto
Não reconhecia os fatores
Negativos aos quais estava exposto,
Crianças não conhecem a dor da perda,
A dor da morte é para os mais velhos,
Nenhum pai merece perder
O filho,
Não desta maneira tão prematura
E definitiva.
Ao meio dia foi até o quarto,
Bateu na porta para ver
Se o garoto queria almoçar,
Raissa levou um prato cheio
Para ele se alimentar,
Mas, ele não respondeu,
Na ausência de resposta,
Raissa abriu a porta
E percebeu que ele fugiu,
Pulou a janela de sete metros.
- meu Deus.
Ela disse.
Soltando o prato no soalho,
Levando a mão ao peito.
- o que é esta tal cocaína
Que nos toma um filho deste jeito?
Ela falou em voz alta.
Indo até o colégio do menino,
Soube que Romildo
Levava droga escondido
Na mochila,
Faltava as aulas,
E as dividia com amigos
Para usarem no pátio da escola.
Lá, ela soube que o professor
De matemática vendia,
Cobrava pouco
E não exigia comparecimento
As aulas.
Indignada, ela correu para a cozinha,
Pegou uma faca de carne,
Entrou na sala onde estava
O professor,
O retirou da carteira onde estava sentado,
E o esfaqueou.
Em frente a todos os alunos.
- vocês são crianças,
Não mereciam ver isto,
E seus pais menos mereciam
Saber que vocês se drogam.
Ela falou histérica.
Enrolando a língua de medo,
Buscando pelo filho
Que não estava lá.
- se vocês relatarem,
Eu conto aos pais
De cada um sobre
O que vocês usam,
Para se divertir.
Ela falou arfante,
Cuspindo as palavras,
Depois correu para fora,
Olhando nas margens
Do colégio,
Encontrou o filho e mais
Nove amigos deitados no gramado,
Aspirando pó branco
De sobre um papel branco.
- maldito, assassino!
Ela gritou.
Levou ambas as mãos
Para a frente e correu para ele.
O pegou pelo pescoço,
Jogou para o lado,
E chutou seu corpo,
Então, retirou seu tamanco,
E bateu nele por muito tempo.
- vamos embora Romildo.
Gritou.
Viu ali entre os garotos,
O filho do prefeito,
Do delegado e de outros
Políticos e cargos importantes
Da cidade.
Quando ela ameaçou
Ir para cima dos garotos
Com o tamanco em mãos,
Eles correram.
Pularam o portão alto
Do colégio e fugiram.
Raissa ficou muito irritada,
Foi até a casa de Joel,
Jogou combustível ao redor
E ateou fogo na propriedade,
Havia sua mãe dentro,
Uma senhora idosa
De setenta anos,
Ela não se importou.
Iria mata-lo,
Não iria ficar passiva
Ao ver o filho morrer
E junto dele,
Outras crianças indefesas.
Joel voltou com seu carro
A tempo de ver o fogo
Se alastrar,
Alcançou apenas as chamas altas,
Não ouviu os gritos
De socorro de sua mãe.
Nem mesmo ouviu os de Raissa
Naquele colégio,
No instante em que viu o filho
Jogado no chão
Feito um mendigo a usar pó.

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