Há duas opções
Que levam o coração
De um homem
A prender-se no de uma mulher:
Amor e dinheiro.
Bem, num vilarejo
De um lugar remoto de Devonshire,
Um cavalheiro responsável
Já em longa data de vida,
Deu-se a buscar a afortunada
Que lhe prendesse a alma
Sem que isso lhe custasse
Mais que a liberdade,
Deus sabe,
Prender-se por opressões
É mesmo o pior dos horrores.
Mas, não houve emboscada
Que lhe tomasse a honra,
Não houve invasões
Que lhe tirassem a dignidade,
Contudo, o amor também
Não lhe chegou,
Nem o dinheiro o tomou.
Há gente suficiente no mundo
Para tudo que se possa imaginar,
Este senhor passou longo tempo,
Até que o sol veio,
Fez calor e se foi,
A população era escassa,
Poucos foram os falatórios,
Então, algo o tirou as oportunidades...
Teve de se agarrar no que teve,
Não em sonhos,
Abandonou desejos,
Satisfazer-se bastou.
Na multidão
Não encontrou rosto amigo,
A esposa que lhe coube
Não lhe trouxe fortuna
Ou mesmo amor,
Lhe doou afeição,
E dentro do lar
Trouxe todo tipo de comoção.
O casal não dispensou oportunidade
De fazer de seus braços
Dois canhões a atirarem
Um no outro,
Fosse a casa um ringue,
Não seriam considerados
Melhores boxeadores.
Antiga paixão,
Casaram-se para acomodar
O desejo de ser casal,
Constituírem-se em família,
Viam um no outro
Um rival pelo prazer de lutar,
Baldes de água eram jogados
Pelas suas janelas
Como se fossem talheres
As suas costas.
Logo, um perdia completamente
A vergonha,
Abria a porta e ia até a calçada
Recuperar o que sobrou
Do que jogaram um no outro
E foi parar na rua de casa.
Contavam com a sorte
Em suas vidas financeira,
Ganharam adeptos a tal modo
De vida,
Seu Josealdo abriu um bar
Logo em frente aa três de suas janelas
E cobra pela vista.
Quem quer que queira
Assistir as novas brigas
Ganha um copo de vinho,
Mas paga por todo o resto,
A diversão diária é garantida.
O senhor Nickleby
Olhou até seus olhos cansarem,
É extraordinário o quanto
Um homem pode passar
Olhando a multidão em busca
De um olhar amigo
Sem encontrar uma única pessoa,
Um sujeito sequer
Que lhe queira bem
Ou lhe deseje auxiliar.
Ele olhou até seus olhos
Ficarem tão doloridos
Quanto seu coração,
E olhou mais:
Olhou logo depois de atirar
O rádio nos ombros de Dona
Dira,
E ele tastaviar até alcançar
A janela e cair feito um pano
De chão naquela rua,
Com a vista cansada,
Olhou da vista do bar,
Até ter de correr atrás
De um passante para impedi-lo
De levar seu único rádio,
Continuou a olhar
Até ver Dona Dira ir buscar
O desafortunado rádio,
Já quebrado de um lado
Em sua lateral amarela.
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