segunda-feira, 8 de setembro de 2025

A Serviço do Próprio Bem

“E pensar que,
Se meu cachorro não tivesse
Latido tão alto
Com tanta intensidade
Eu teria sido mais uma
Das vítimas da capitã Andreia,
Me soa até agora inacreditável.”
Respondeu André,
Sentado em frente ao juiz
No tribunal penal
Para testemunhar acerca de um
Dos assassinatos da capitã Andreia.
Trata-se de mulher,
Que no uso de suas atribuições
Militares com o fim
De garantir a segurança pública
De seu Estado,
Nunca teve este intuito,
Ou empenhou-se para este fim.
Do contrário,
Usava, principalmente,
O horário de trabalho,
Das 13:30 até às 19 horas,
O uniforme militar cáqui,
A viatura e a arma
Para buscar suas vítimas
E mata-las.
Andre foi uma delas,
Certa vez,
Num sinal de trânsito,
Ela gostou dele,
Dirigindo sua camionete militar,
Olhou pra ele e gritou:
“Mãos ao alto”.
Ele não parou,
Se recusou a obedecer
A agente da lei,
Pela maneira como
Ela estava maquiada,
Unhas extremamente compridas
Bem feitas,
Uniforme aberto e exposto,
Ele jamais imaginaria
Se tratar realmente
De uma policial.
Mas mesmo ali,
Ela não o perdoou,
Anotou a placa de seu carro,
Entrou em seu sistema policial
E desprendeu longo tempo,
Parada no semáforo
Com a sirene ligada
A demandar multas contra seu nome.
Ele nunca mais dirigiria,
Teria sua carteira de habilitação
Cassada,
Enfim, seria presa fácil dela,
Como todos os outros,
O erro dele?
Ela deseja-lo.
Só isso.
Suas desordenadas multas
Endereçadas a André
Demandaram tempo
E isto gerou uma longa fila
De carros com motoristas
Irritados a buzinar atrás dela.
Ali mesmo,
Sem delongas,
Ela desceu de sua viatura,
Acompanhada de um sargento,
E fez blitz,
Isto mesmo,
Multou a todos,
Decretou prisão por embriaguez
Para um gordinho feio
E prisão por tráfico de drogas
Para um feio.
Neste ínterim,
Uma morena,
Pele de chocolate,
Olhos de avelã,
De aproximados 20 anos
Foi liberada pelo sargento,
A capitã não pensou duas vezes
Vendo na garota uma rival,
Provável concorrente
Para alcançar André,
Ou pior,
Chegar a um encontro marcado
Com o próprio,
Apontou sua arma contra
A motocicleta da moça
E atirou,
Atirou três vezes
Em várias partes do corpo dela,
Alegou fuga
Em seu relatório
De trabalho.
E marcou,
Marcou o rosto da moça,
No hospital,
Fez os médicos perderem
Sua identificação
E seu corpo foi enviado
Para a faculdade de medicina
Mais próxima para estudos
E testes da indigente.
Ninguém mais a viu,
Quanto a André,
Ela puxou no sistema seu nome,
Logo, encontrou seu endereço
E telefone,
E não perdeu tempo,
Foi até ele.
Ele lhe pertenceria,
Era seu querer,
Ninguém fugia a sua vontade,
Ela tinha a polícia nas mãos,
Era dona da ordem,
Senhora de seus desejos,
Contudo, o cão saiu antes,
Assim que ela estacionou
No portão de André,
O cão uivou e pulou nas grades
Latindo até babar
Contra ela,
Ela atirou,
Ele não parou,
Ela desistiu,
Só naquele instante
Prometeu a si própria.
O cão parecia farejar
O perigo
E não temer a dor,
Tal como seu dono,
Revidou contra ela,
Ferido e a sangrar,
Ele insistiu na defesa
Da casa e de seus donos,
Pela segunda vez,
Andre recebeu regalia,
Mais um instante de seu
Direito de viver,
Quanto ao cão,
Que fosse forte,
Não seria a medicina
Que iria ajudá-lo
E ela se incumbiria disso.
As imagens de câmeras locais
Mostraram o que ela fez,
André se desesperou
Ao ver o querido companheiro
A sangrar até morrer,
Denunciou.
As multas que ela assinou,
A busca por ele na própria casa
Eram início de provas,
Se juntou a isso
Outros relatos.
O que sobrou do que
Não foi queimado,
Ela era experta,
Tinha cúmplices,
Mas, agora com o sofrimento
Do cão,
Tudo pode vir a público:
Ela estava entre a justiça,
O medo e a corrupção.

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