segunda-feira, 8 de setembro de 2025

O Assassino de Muletas

Mesmo tendo transcorrido
17 anos do início do cumprimento da pena
De 30 anos de Bundp
Pela sentença de cometimento
De 28 assassinatos,
Elaija se recusa a acreditar
Que a vítima daquele
Desesperado 07 de setembro
Fosse realmente Jandira.
Não,
Este pensamento é inaceitável
Para ela,
Os remédios que usa
Para curar o medo
Não são bons o bastante
Para permitir que ela
Falei sobre isso com clareza.
Ambas eram parecidas demais,
Faziam caminhada
No mesmo horário todos os dias,
Não andavam juntas
Ou eram amigas,
Contudo, se encontravam sempre,
Se cumprimentavam
E seguiram seus destinos.
Elaija tem medo
De que ao chegar ao fim
Da sentença,
Bundp volte a matar
E que recorde seu rosto
E da maneira como a perseguiu
17 anos atrás retorne
Atrás dela.
Hoje ela já não é uma moça,
Pelo contrário é mãe,
Mulher casada, trabalhadora
E honesta,
No entanto,
Que garantias existem
Para inibir este assassino?
Ela não sabe,
Porém, confia na justiça.
O que se sabe até então
É que Bundp não conhecia
As vítimas,
Ao contrário,
Eles as escolhia a esmo,
As perseguia por um tempo,
Obtinha prazer e dinheiro
Através de seu medo
E as matava sem remorsos.
Foi assim com Jandira,
Elaija estava presente,
Perto o suficiente para ver,
Ele usava muletas,
Fingia que tinha deficiência
Para se locomover,
Deixava o carro próximo
Ao local que escolhia,
Fingia que estava com alguma
Necessidade de auxílio
E pedia a sua escolhida
Ajuda para chegar até o carro,
Atravessar a rua,
Alcançar as chaves no bolso,
Pegar a carteira...
Certa vez,
Contou uma testemunha,
Que uma jovem
Acreditando nele
Tomou sua carteira
E correu para usar seu dinheiro,
Bundp a atacou com sua muleta,
Arremeteu um golpe
Contra a sua cabeça por trás,
E a deixou estirada no asfalto,
Sangrando.
Ela foi incapaz de acreditar
No quanto ele correu
E no quão foi rápido
Para alcança-la,
O sorriso de satisfação
Do seu rosto foi esfacelado
A golpes por pegar o dinheiro dele.
Deste antes,
Ela foi escolhida,
Hoje sabemos,
Porém, está ele teve o prazer
De tornar o rosto irreconhecível,
Sua muleta parecia
Uma barra de ferro,
Batendo e batendo
Mil vezes contra a boca dela,
Dizem que ela morreu de dor
E não medo ou assombro,
Mas, talvez, tenha se afogado
No próprio sangue,
Ou com algum dente.
No entanto, no que se refere
A Jandira,
Ele aproximou-se dela
Que caminhava de calça cáqui
E camiseta bergamota,
Derrubou o litro de água,
E fingiu ferir os dedos
Na muleta quando tentou
Se agachar para pegar
E notou, indefeso, que não
Podia alcançar.
Ela foi gentil,
Juntou o litro,
Limpou a sujeira,
Cumprimentou e sorriu
Para ele.
Ele a conduziu até o carro
Mancando e alegando
Não ter movimentos
Em uma das pernas,
Lá ela foi morta.
Assim que a porta se abriu,
Ela foi pega com força
E jogada para dentro
Do carro,
Então, foi atingida
Com golpes resistentes
Em seu peito,
Depois, ele passou um fio
De canivete em seu pescoço.
Elaija o viu dirigir,
Golpear e esfaquear Jandira,
Foi inacreditável,
O dia começava naquele instante,
Entre seis horas e sete da manhã,
Nem bem o sol se via,
E Jandira nunca mais o veria,
Nem a ninguém.
Através de testemunhos
Concluiu-se seus 28 assassinatos,
Ao menos,
Algumas poucas mulheres
Fugiram de seus dedos fortes
E puseram falar em seu benefício,
“Sim,
Ele correu atrás de mim
Por mais de um quilômetro,
Então, acho que o cansei.”
Disse Bianca.
“Ao menos eu fiz
Ele abandonar aquelas
Malditas muletas.”
Disse Jackeline em prantos
Ao juiz que só ouvia.

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