sábado, 18 de novembro de 2023

Um Próximo

Sorriu.
Este sorriso fez um progresso,
Colocou sentimento novo,
E um tanto de esperança. 

Os lábios cheios e trêmulos,
Continham o sabor da flor,
Que agora, perdia o sentido,
Ante o desejar do beijo plácido. 

Uma flor é jogada a esmo,
Perdida e pisoteada no caminho 
Todo um passado de viver por ela, 
É abandonado e esquecido.

Mudou-se o desejo e o rumo,
Agora havia uma boca tentadora,
Um coração aos saltos
E uma alma a gritar em juras.

Corações desesperados
E um amor objetivando,
Incrivelmente e sem motivo,
Seu sorriso ficou mais largo,

-ótimo. 
Que se aproxime e posicione-se,
Um agir próximo
Beirava mais ao alcance.

Olhou para as pernas expostas,
O coração que batia intenso,
-bem, vou embora.
Disse para si própria. 

-e você, coração, tem apenas uma tarefa:
Pensar em novos desejos e esquecer
Ou querer ainda mais esta boca,
E lutar para ter este homem.

Intenso, trabalhoso e apostador.
Suas pernas tremular
E sentiram-se estatelado.
-vou ficar por aqui e continuar sorrindo.

Não chegou a porta ou jogou a flor,
Permaneceu com ela entre os dedos,
Tola, murcha e despretensiosa.
Porque um coração reflete nova expressão, 
E o seu refletia aquele rosto.

-talvez, homens gostem de ver a si mesmos,
Sentirem-se sob outros olhos.
Olhou ao redor e procurou por concorrentes, 
Haviam tantas mulheres quanto rostos diferentes. 

Mas o seu era único, 
E nenhum outro o refletiria tanto,
-quem sabe ele prefira fugir de si mesmo.
Ela sussurrou para si trêmula e insegura.

-Será que ele conseguirá me ver?
Arriscou um olhar arredio e longínquo,
Sim, era possível ser percebida.
Agora estava sob os comandos dele.
Um estranho.
Um bonito, atraente e expressivo,
Estranho!

-Eu saberei.
Refletiu consigo mesma.
-se ele me amar, eu saberei.
Amores vem antes do contato.
Ele parecia entender sobre o assunto.

Andava seguro e simplório,
Quase despercebido,
Não fosse tão perfeito,
E ameaçador aos seus propósitos:
Permanecer e ser sozinha,
De tão perto ameaçava até mesmo as flores
E isto soava de inteiro dele.

E então,
Antes que sua expressão mudasse critérios,
Antes de abandonar completo o reflexo,
A adorável combinação de perplexidade e adoração
Tomou-a ainda mais para ele.
-Oi, moça. 
O rapaz lhe estende a mão 
E encontra-se perfeitamente parado a sua frente,
Próximo, lindo, atraente e Próximo. 
Próximo, muito próximo. 

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Amor

A frase ganhou intensidade,
A carícia ficou mais forte,
Sem nunca perder o teor de brincadeira,
Ela disse: - te amo, cara!
E é pra valer!

Sorriu de forma doce,
Como se algum amor
Fosse superficial ou falso,
É certo que amor é sempre intenso.
Ele cedeu aos encantos,

Com um passo para a frente a reteve em si,
Colado ao seu peito,
Tão apertado,
Que podia sentir cada um de seus ossos.

O rosto rubro é cheio de vida,
Contava com o coração aos saltos,
Sobre o amor e acrescentava sonhos,
Ao calor da pele cheirosa e macia,
Que vibrava sob a camisa cinza.

Os olhos abertos olhavam,
Queriam reter e guardar o momento,
Os lábios inchados e desejosos,
Queriam mais de cada jura.

Queriam o doce da boca sobre si mesmos,
De maneira a nunca acabar,
-Te amo!
Dispara ela sob ele.
-Te amo! 
Repetia sem gritar.

As juras tinham um teor de seriedade,
Passavam a exigir,
E o sol surgiu por entre as montanhas,
Iluminou cada árvore
E chegou até eles sob a neblina.

Atendendo ao beijo quente e febril, 
Depois da promessa dela,
O silêncio parecia muito alto,
Era como se cada segundo
Falasse ainda deste amor
Que era por ele calado.

Antes da alvorada tocar o céu,
Tomou-o para si.
Não o deixaria por nada,
Assim é o amor,
Ele simplesmente permanece.

 Sem medo do vento que soprava,
Cortava árvore
E arrancava outra pela raiz,
Mesmo após o arrancar dela da terra,
Ainda após houve amor.


quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Um Cara Burro

Não importa como a coisa funciona,
Palavras perdem o contexto, 
Sentia medo, muito medo,
Nem o que disse foi bonito,

Porém, o que fez foi pior,
Não. Ele não gostou de mim,
Apenas isso,
Contudo como me interagir?

Isso mesmo.
Dizer para eu que
Apenas não sou o bastante, 
Ter a preferência dele esfregada na cara.

Era ele,
Não era bem o tipo dele.
Era ele.
Para quê?

Disfarçar ou mentir
Seria considerado enganar, 
Então, ele foi simpático, 
Se recusou ao beijo- 
Nada pragmático. 

Sem interesse e desmotivador, 
Foi bonito isso.
Ele, de início, não quis interpretar,
A questão foi quando a outra cobrou,

Procurou disfarces e exigiu atitude,
Aí ele decidiu se abrigar,
Eram tantos os homens,
E eu bela e dedicada,
Me usar.
Até quê...
(Tapa na cara).

Eu deveria te-lo acertado, 
Mas também, para quê?
Ele nunca ficou sabendo 
De todas as vezes que fui violentada,

Não parecia do seu perfil
Conviver com moças 
Cujos pais usam de quebraduras e forças...
Mas quis quebrar seu antebraço, 
E vi que eu não servia.

Saí. 
A forma como fugi foi boa,
Procurei um abraço, 
Um beijo onde me assegurar,
Quis ser protegida
E isso foi muito bom.

Eu confiava em ambos,
Não sabia que teria motivos sólidos
Para qualquer outra coisa.
Era eu. Não. Não era eu.
Quis me encontrar.

Algo passou a trabalhar dentro de mim, 
E as coisas pareceram se elucidar
Sem tanto esforço ou esmero,
Os sonhos de outra me buscaram,
E eu tentei. Querido. Tentei.
Vale o esforço. 

Que força, 
A força que sempre me segurou,
Me ergueu e fez seguir.
Ninguém além de mim sentiu isso.
Quando retornei ao lugar de antes,
Com todas as aproximações e pegas possíveis. 
Não foi notada ausência ou nada. 

Talvez ele tenha notado meus olhos trêmulos,
De repente viu o sorriso forçado, 
O rosto tristonho, 
Mas a aproximação do beijo dela
Lhe soou efeito devastador,
Havia um quê de ácido até no chegar perto.
Ri disso.
Teria sido divertido.

Vê-lo corroer por água abaixo,
Choro lânguido e mecânico, 
Não saberia de mim,
Então seria apenas o líquido lhe corroendo.
Que feio.
Feri-o.

Me senti obrigada a deferir o tapa.
A esmo vejo outro interesse, 
Nada traiçoeiro ou arredio. 
Não me remeti a força cruel,
Mas lhe vi o efeito devastador.

Meu amigo puxou-o,
Para mostrar-me mais longe,
Cara burro!
Estupidamente burro,
Dizem as línguas que me procura 
Ou sente falta.
Pouco acredito nisso.
Mas e quanto ao ácido?

terça-feira, 14 de novembro de 2023

A Abadia

Sim. Mandei-os embora.
O amor, a raiva, o cara!
-Não há espaço em minha vida!
Procure outra que o satisfaça. 

Descobri que era forte o bastante,
Consegui trancar a porta
Sem desmoronar muito,
Esqueci de reter a cópia da chave,
Não esqueci as promessas,
Estremeci com o motor do carro.

Não busquei seu olhar,
Não quis sentir a chuva,
Não procurei seu beijo.
Ferida até a alma,
Já não entendia o que houve,
Procurei o travesseiro. 

Me sentia mais segura escondida,
Sufocada entre lágrimas, 
Embebida em ódio puro.
Normalmente, quando choro
Não dura tanto,
Porém, não cessava.

Lá fora ele chorava,
Eu pensei nisso com minha alma,
Lá fora ele sentia,
Eu acreditei nisso para minha vida,
Lá fora ele queria voltar,
Me escondi nesta certeza.

Que pessoa baixa,
Esconde suas atitudes em outra pessoa,
Que ser humano medíocre
Se bancaria tanto em dinheiro,
Que vadia...
Não era capaz de ser de alguém.

Saber o que  pertencer,
Entregar-se a um só homem,
Sentir? Nunca.
Vadia completa.
Que sua unha de ouro se rompa,
Que seu filho nunca me esqueça.

Pensando bem, o amo.
Espero que ele guarde as lembranças, 
Me doaria mais ele chegar ao fim do seus dias
E nunca ter sido amado,
Ou visto além do dinheiro,
Pobre de alma.
Vazio de sentimentos, 
Criado por uma vagabunda, 
Fraco para ir adiante disso.

A ferida que não cicatriza,
É capaz de sarar sozinha,
Que ele seja incapaz de esquecer,
Parece ser melhor a conhecer apenas o desprezo
De ter sua boca beijada por dinheiro.

Não desejo a ele o esquecimento 
O mundo já possui muitas várias,
De repente, ele seja capaz de algo,
De ver e sentir fora do ouro e entorno.
Medíocre.
Inferior, subalterno de uma cadela.

Ele seria capaz de sentir realmente, 
Amar alguém, 
Me sinto desolada e traída, 
Não sou capaz de me conter,
Ah, quem dirá outra lhe cobre sentimento,
E possa ele, então, amar.

Por ele,  certo.
Somente por ele.
Que as palavras não rejam seus atos,
-A uma vadia ele pertence!

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Admiro Isso!

O sorriso sumiu tão rápido, 
E seu rosto não demonstrava medo,
Anos depois,
Ele a vê dormindo,
Admira-se.

Passa sua mão direita
Pelo rosto adormecido, 
Sim, com medo.
Agora ele pareceu estar com medo.

O teor adormecido 
Não desejava deixar aquele rosto.
Não! Ele tentou gritar,
Acorda-la, chamar...

-Sabe você tem olhos bonitos, 
Lábios cheios e belos,
Sobrancelha tracejada,
Ossos intactos e posicionados.
Eu admiro seus contornos.

-Olha-se ao longe e vê, 
É ela que vem.
Ela acorda-se e toca-o.
-Ah, eu dormia.
Sorri para ele docemente.
-Obrigada. 

Todos a veem,
Todos a notam.
Não haverá o que não a admire.
Você é como um sonho.
Ela percebeu com suor sobre a pele
Que era bom ouvi-lo,
Desejou-o ali para sempre.

-Fica em pé. 
Coloque suas mãos para frente,
Junte-as uma a outra.
Eu gosto do fato de você ter um eixo.
Admiro seus contornos.

Disse ela em tom casual,
Levantou sua mão direita
E desceu-a com força sobre ela,
No meio do seu rosto,
Sobre a nariz e testa. 

-jamais solte as mãos 
Não importa o que eu faça, 
Contra eu você esta im-pe-di-da!
Olhe-me firmemente,
Eu gosto da sua sinceridade. 

Me olhe a partir do peito,
Da altura dos meus olhos
Eu gosto de saber seu tamanho,
A partir do peito olhe em meus olhos,
Eu quero saber se está mentindo.

-Você é desenhada,
De longe eu posso saber seus contornos,
Alvo certo.
Não tome cuidado,
Você é impedida de sentir isso.

(Coitado,
Ele foi impedido de ter um contorno,
Agora desejava os meus,
Não se tratava de merecimento...
Cada vez que me via isso ficava óbvio,
Mas, eu não quebrei nenhum dos meus ossos,
Admiro tanto isso!).

-Ainda hoje sinto medo
De sangue, ossos e músculos,
Lembro que o pênis dele fedia muito,
Só mais tarde, muito tempo após, 
Eu soube que tive medo de pênis. 

Casa Comigo

-Quer se casar comigo?
Cinco segundos de ternura,
Duas mãos entrelaçadas uma sobre a outra,
Ela estende a dela sobre ambas,
Suspira, sorri e determina:

-Pensei que seria comigo!
Contém o soluço 
E se volta a recostar na cadeira,
Desistindo do movimento
De aproximar.

-Por quê?
Pensou isso com base em termos transado?
Ele ri sem expressão, 
Seus dentes brancos trincados
Revelam comando,
Felicidade é sonhos.

-Eu era virgem...
Ela olha para seu decote,
Os contornos da blusa que usa,
Deseja fecha-la,
Conter-se.

-E... daí?
Ele se aproxima e retorna,
Coloca uma mão sobre a dela,
Que permanece sobre a sua outra.

-Cara, desculpa.
Você falou de amor...
Ela sente-se mal,
Pensa que não há retorno.
Foi um erro.

-Eu ganhei o que queria.
Ele sorve a cerveja,
Mantém contato,
Suas unhas fortes
Parecem mais intensas.
Dedos marcados...

-Você me queria?
Ela puxa sua mão, 
Com sofrimento remove
De entre aa dele.
Está torcida, ferida.

-Ah...
Ele abre a boca
E olha para o lado esquerdo.
Não sabe o que dizer...
(Então, queria).
Ela repete em pensamento. 

Pensa em pegar a mochila
E sair depressa,
Não voltar-se,
Até sentir-se longe o bastante. 
O coração padece,
O corpo maculado se arrepende.

-Vamos falar de outra coisa.
Ele diz enquanto toca suas mãos, 
Não parece ter notado 
A falta da mão dela.
Nem ao menos (dela).

domingo, 12 de novembro de 2023

Guardado

Eles olharam.
Antes, durante e depois.
Olharam.
Para ele era importante isso.
O capo do carro estava quase preto,
Sujo, empoeirado,
Pertencente a um alguém, 
Porém.

Não houve sinal de fumaça, 
Gás para obrigar,
Houve sentimento e ternura,
Mãos entrelaçadas. 

Ela passava de um beijo,
Esbarrou no cos da calça, 
O bastante para ser segurada,
A mão levantou e veio ao rosto.

-Na cara?
-Não, desculpa. 
É que você estava lá beijando,
Depois esbarrou em minha calça. 

Ela puxou sua orelha,
Tocou no rosto,
Puxou-o para ela,
Ele parecia tonto.

-beije-me.
Não houve tom de ordem,
Mas havia um quê de Comando,
De ambos os corpos.

Ele tropeçou no chão espasmodico,
Ambos foram para o capo,
O riso foi contido pelos rostos colados,
A respiração entrecortada na cara,
O cheiro forte ganhando lugar.

Seu peso a continha, 
O rubor na face dele denunciava,
Ela iniciou uma música, 
Ele a reconhecia.

Frases sussurravam sobre os lábios,
Tocavam sua maciez e calor,
Corações aos saltos
Entre corpos e mãos colados.

Tudo ocorreu naquele instante,
Zíper aberto,
Dentes esbarramos,
Calça puxada sem jeito,
Camisa removida as pressas...

Gemidos, granidos, juras...
Plateia para presenciar,
Desconhecimento e certezas
Se misturaram ao nunca mais se ver...
Coisas que não se repetem.

Juventude, medo e imprudência.
Perfume impregnado na pele,
A escuridão pareceu se flexionar,
E conte-los,
Em si mesma e um no outro,

O peso lhe roubava o ar,
Lhe doava lufada,
Olhares clamavam conquista,
Mas, bem, ele não quis esperar,

O aglutinar das pernas,
O apalpar de mãos entrelaçadas, 
Que percorriam unidas
Seus próprios corpos,
Fechadas uma na outra,
Apenas a ponta dos dedos acariciava,
Era o bastante,

Para mil arrepios,
Desejos cegos,
Olhares escurecidos de vontade de estar próximo, 
Rostos suados unidos,
Suor a romper a poeira da negritude,

Um nome escrito num capo de carro escuro e empoeirado 
Feito tatuagem de uma unha,
E duas mãos úmidas e unidas,
O grito cresceu,
Sem nunca abandonar aquele negro de desconhecido, 

Dois passos masculinos se puseram para trás,
Ele, deitou-se, jogou-se,
Sem juras ou pressa,
Nem para sempres.
Apenas um romper,
Um escorrer,
Palpitar destrutivo.

Pálida, Olhos saltados,
Roupa suja,
Calcinha rasgada por entre os dedos,
No escuro apenas as marcas,

-dedo a conter as palavras,
Pulmões pesados pra respirar,
Portas abertas e fechadas,
-Não, pera aí, pera aí que eu pago.

Sem pressa no correr das horas
E resvalar no capo desconhecido,
Intenso e febril sobre suas pernas,
-deixarei-o guardado.
Ela sussurrou com sua mão em seu peito.



Eu o Encontro

Sim. Combinado. Eu o encontro. Guarde nossas lembranças, Transfira todas para um arquivo, Onde possa recorda-las, Num futu...