Caiu por terra
Afogado em palavras
Que não teve forças
Para falar,
Lágrimas a percorrer seu rosto,
Pesadas demais
Para indiferenças.
Sentiu-se fraquejar,
Com a cabeça contra os joelhos,
A beirar a terra,
Ele permaneceu,
- como consegue não sentir nada?
Me ver cair e não se ressentir,
Você não sabe amar,
Você não é capaz de se entregar,
Sempre contida,
É como se o amor
Em você
Tivesse medida.
Diga uma palavra,
Fala alguma coisa,
Você beijou minha boca,
Tocou meu corpo,
Dormiu comigo,
Eu soube te fazer feliz?
Por favor, me diz.
Meu coração está emudecido,
Bateu feito uma pedra,
A pesar no peito,
Estou fraco demais para me levantar,
Não capaz de sair deste chão,
Onde você me fez escorregar,
Eu não quero sua compaixão,
Lhe pedi amor,
Por quê se recusa?
Bondade, moça,
Bondade.
Diga uma palavra,
Uma frase qualquer,
Este rosto cheio de dor,
Já foi digno de seus carinhos,
Você se recusa a me tocar,
Evita de aproximar,
Me diz,
O que eu te fiz?
Estou a desmoronar,
Meus alicerces ficaram entre seus dedos,
Em cada carícia sua,
Em cada sonho perdido,
Você está disposta ao caminho errado,
Entenda que eu sei sobre destinos,
Me quer a seus pés,
Não me veja como um de seus escravos,
Eu a terei,
Me coloco ao seu dispor,
A busco,
Me arrasto se não puder caminhar,
Mas estarei ao seu lado,
O amor não é maligno.
Sua distância
Ressoa sobre minha pele
Feito ferro em brasa,
Me faz arder,
Temos sua falta,
Pela última vez,
Seja minha,
Reconheça o que sinto...
A moça virou as costas,
Não foi capaz de amar,
Não sabia corresponder,
Dizem que encontraram um esqueleto,
Depois de muito tempo,
De uma jovem solitária,
Cujo qual não permaneceu
Muito tempo sozinho
Na vala onde foi jogado,
Quando quiseram separar
O esqueleto masculino
Do feminino
Em que morreu abraçado,
Ele, que morreu após ela,
Segurava forte,
Seguro como se sonhasse,
Se desfez no pó.
Após sua morte,
Parecia que ainda tentava protege-la
Mesmo seus ossos
Reconheciam o amor.
O dele se desfez,
O dela ainda possuia roupa e tecidos.