Sentada na pedra
Onde a rainha da França
Reza suas horas,
Dezesseis dias
Antes de se passar
Está história ,
Ela já molhava o pé na água,
Cuidava a grama,
E via os peixes nadar,
Não daria para negar:
Sonhava.
Numa bela manhã
De quarta,
Até resolverem demolir
Cada moita de flor do lugar,
Trocar aparências,
Puxar um barco a remo,
Tudo andaria bem,
Se não fosse o relinchar
Do cavalo,
A acorda-la.
Ela não era mais
Que um espécime vivo
Deitada sobre aquela pedra,
Marcas no corpo,
Mas o ano era do Senhor
De 2020,
Ano prometido.
Mil moedas jogadas
Naquela água,
Se falassem,
Diriam tudo:
Promessas e cumprimento!
- Otário.
Disse ela ao levantar
A face
E direcionar-se,
Ao belo homem,
De porte atlético
E elegante,
De rédeas a mão,
E chapéu sobre o rosto.
Ela respirou a realidade,
Levantou-se,
E lhe estendeu a mão
Em cumprimento,
- Olá, como está?
Sorriu.
E um rubor lhe correu a face,
Ao devorar com o olhar
O peito másculo
Que se mostrava
Por entre botões
Frouxos da camisa azul,
Sua realidade
Era um lindo homem
Alto, magro e fascinante!
Ele permaneceu imóvel
E ao seu dispor,
Sorriso fraco e contido,
Se tivesse uma borboleta
No bolso,
Certamente,
Ele lhe daria a borboleta,
Mas este homem
Não tinha nada no bolso,
Aliás nem tinha bolsos,
Felizmente, um incidente
Veio a socorre-lo,
Iniciou-se chuva forte,
Então, apeou do cavalo,
Abrigou-se a uma árvore,
Despiu-se da camisa,
E abrigou-a em seu peito,
Aquecida pelo tecido.
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