domingo, 13 de outubro de 2024

Neblina

Noite sem lua,
Noite escura,
Noite vazia,
Noite fria.
Olhar fixo
Naquela que amava,
Ali não era percebido,
Ela não o procurava.
Logo baixaram-se pontos brancos,
Mesmo as estrelas
Não estavam mais presentes,
Seu sorriso pálido
De um sonhador que ama,
Não consegue esquecer,
Não tenta buscar.
Tudo se apaga,
Assim que os olhos se fecham,
Tudo fica escuro,
Repousa uma mão no peito,
Um vazio que não se preenche,
Torna a acordar-se,
E não há nada
A não ser si próprio.
- Rápido, rápido.
Ele corre a gritar para o moço.
- Sei de moça que o ama.
E neste mesmo segundo
Ela o chama.
O rapaz grita ao outro
Não no coração dele segredo,
A moça ao dormir chama
Um nome,
E ao acordar
O procura por entre as ruas,
Tal rapaz, moço galante.
Belo rapaz
Que não resiste a aventuras,
Beija de boca a boca,
Troca seus nomes,
E número de suas casas,
Não se negaria a vê-la,
Não está,
Tão bonita e importante.
(Amada pelo amigo)
Seria tão ou mais querida
Por este,
O amante!
Mas a bota do belo rapaz
Veio ensurdecida e cega
Ao seu peito,
A empurrar chute violento,
Sabe-se,
Botas não sentem,
Ouvem ou vêem,
Chutaram-o com máxima força,
E pernas são para manter
Um homem em pé,
E aquele,
Por sua natureza conquistadora,
Queria tudo,
Menos amor,
- venha.
Como você é feliz por ter alguém
Que o ama!
Venha!
O amigo ainda tentou
Último gesto.
O rapaz ignorou toda conversa,
Simplesmente deu-lhes as costas,
O amigo também fez
Uso de suas pernas,
Teve amor por si mesmo,
Pegou rumo diverso
E foi-se embora.
- Oh, recusar-se a isso?
Sussurrou ele,
A sumir-se
Através da neblina.
Há homens que esperam.
Mulheres que esperam.
E há, outros.

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