sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Escondidas

Deslumbrado com a pele
De chocolate espesso,
Dizia a si mesmo:
Foi um erro,
Melhor fingir que não a conheço.
Dois tragos de bebida,
Um beijo,
E algumas horas.
Não passou disso.
Ele tentou fechar a porta.
Evitar.
Mas, de alguma forma,
Está não era como as outras,
Ela requeria o olhar,
Cativava,
Parecia apaixonar.
Como eu amaria alguém
Que não fosse está morena?
Ambos guardavam o silêncio,
Porém, ele preferia a distância.
Indiferença forçada,
Nunca foi tão desmascarada.
De vez em quando
A moça erguia os olhos
E parecia ganhar a todos,
Um pudor avermelhado
Lhe tomava o rosto.
No seu lugar mais íntimo,
Nada parecia existir nela
Que não fosse cristalino.
Tímida garota dos olhos escuros.
Seus cabelos ganhavam
O tom leitoso do chocolate
Ao sol da manhã quente,
Brilhava,
E cheirava tão bem.
Neste momento de meio-dia,
Da cidade antiga,
Um murmúrio de satisfação
Percorria.
Ela tinha sido dele,
E agora todos pareciam saber.
Aconteceu.
Mesmo que a evitasse.
Houve.
E foi a poucos instantes.
Não foram seus gemidos de prazer,
Ou a satisfação
Da rubra face,
Era sua altivez que contava.
Mulher.
Doce e altiva criatura.
A última vibração da décima segunda badalada
Ainda não se extinguia,
Quando todas as cabeças
A olharam,
Nenhum rosto resistiu a ela,
Seu passar conquistava,
E ele já não conseguia fugir.
Decididamente,
Ela não era como as outras.
Era como se uma tempestade
Ganhasse as ruas,
Nada mais ficava como antes.
Ela pareceu pôr a mão no rosto
Para não ver.
Sozinha,
Deveria ser difícil
Enfrentar todos os olhares,
Cúmplices de sua noite
De entrega e luxúria,
Infelizmente,
Não é para tal instantes
Que o pudor é feito,
Sexo é bom e acontece,
Não precisa existir no outro dia,
Nem o casal permanecer junto,
Muito menos jurar que é amor.
A moça seguia a calçada,
Como se a contar os ladrilhos,
Num último grau de desonra e desgraçada,
Talvez, escolheu o cara errado,
E ele já erguia a voz e riso
Para de oferecer
Como melhor amante
Quando percebeu que
O erro se tratada dele,
Calou-se,
Sem um mínimo de vergonha,
Apenas, sentiu cautela,
Iria aguardar
Que aquela lágrima
Que se via em seu olhar,
Vitria e cristalina,
Parecendo congelada
Desaparecesse,
Ou que ela estivesse
Menos exposta,
Mas haveria segunda vez,
Certo que sim,
Direito a conversinha
E regalias,
Mas, as escondidas.
Como sempre foi e seria.

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