sexta-feira, 25 de agosto de 2017

A Carta

Sentado sobre a grama em frente a fogueira,
Na noite de primavera,
Apreciava sob a luz do luar,
O desabrochar do jardim que ela estimava,

E no crepitar das chamas recordou seu olhar,
Enternecido pelo brilho das estrelas,
Lembrou dos seus lábios macios sobre a sua pele,
E se sentiu derreter,

Seu coração pulsou forte,
E uma lágrima solitária percorreu sua face,
Então lembrou da caixinha que ela deixou de presente de despedida,
Levantou e a buscou na escrivaninha,

Dentro havia um filme e uma carta,
Há um ano e cinco meses da despedida,
E ele nunca soube o motivo de ela ter ido embora,
Indeciso entre abrir a carta ou queimar,

Sentia suas mãos tremular,
Mas a força das promessas de amor outrora feitas,
Lhe deu forças para acalmar o aperto no coração,
Então abriu a carta com toda atenção,

Em letras afiadas e borradas por lágrimas,
Ela contava que estava indo embora,
Porque descobriu que foi traída,
Dizia, também, que com toda a força da sua alma
Ela ainda o amava, por isso evitou a despedida,

E ainda informava que caso ele correspondesse seu sentimento,
Ela manteria o mesmo número de telefone para contato,
Entre lágrimas ele pegou o celular e discou seu número,

E assim que ela ouviu sua voz,
Ele a ouviu suspirar saudada e sentiu seu coração acelerar,
Segundos antes de ele confessar entre lágrimas que ainda a amava.

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