Uma palavra em falso em um sonido mais alto,
E uma lágrima rompe no olhar apaixonado,
Eis que a boca que já me beijou por inteiro,
Depois de me prometer amor verdadeiro,
Me disse esqueça acabou o sentimento,
Dilacerando a alma, rasgando o peito,
Me deixando sozinho no vazio do meu silêncio,
O que eu poderia dizer a aquela que amei tanto?
Pedir que não se precipitasse, oferecer meu abraço?
Agir como se ela não estivesse me machucando?
Como se a dor que me jogou na cara,
Não estivesse agora perfurando a alma?
Ah meiga boca que já me beijou,
Com que fúria hoje me atacou...
Virei as costas não queria que visse minhas lágrimas,
Contemplei ao longe através da janela,
O mar parecia desconcertado, um tanto agitado,
Voava aos céus como se quisesse tocar as nuvens,
Com tamanha rebeldia que confundia os olhos,
No que tange a espuma, as águas marítimas e o azul
celeste,
Tamanha dor envolvia minha vida,
Que sentia o vento gritar com a terra,
Suas rajadas poderosas sobre a areia da praia,
Soavam como mil palavras a açoitar a alma,
Será que o vento queria fazer o mar passar
As nuvens e apagar as estrelas?
Ou tocado por dor ferina em sua alma
Quisesse apenas apagar o luar por um dia ou mais?
Desejei pedir ao vento por que agia tão brutal,
Mas percebi a janela aberta e meu amor a mercê dela,
Então antes que o vento adentrasse no recinto,
E pudesse ferir meu amor com sua fúria,
Fechei a janela e abracei meu amor em silêncio,
Decidi que nem mesmo as palavras mal colocadas,
O vento ou qualquer outra coisa nos separariam,
Pois um amor que decide existir por uma vida inteira,
Precisa ir adiante mesmo depois de chegar às lágrimas.
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